Pequim, 14 mar (Lusa) - A
organização não-governamental Chinese Human Rights Defenders (CHRD) distinguiu
hoje as ativistas chinesas Li Xiaoling y Chen Jianfang pelo seu trabalho na
promoção dos direitos humanos no país, apesar dos riscos e ameaças que
enfrentam.
O prémio é designado Cao Shunli,
nome da ativista que morreu em 14 de março de 2014 sob custódia da polícia e
sem acesso a tratamento médico, após ser detida quando se preparava para viajar
até Genebra, para participar em encontros sobre os direitos humanos na China,
organizados pelas Nações Unidas.
A CHRD destaca Li e Chen pelo seu
trabalho na proteção de grupos sociais vulneráveis e promoção da participação
da sociedade civil em mecanismos internacionais de direitos humanos.
Este reconhecimento inclui um
prémio em dinheiro, para apoiar algumas iniciativas lançadas por aquelas
ativistas e ajudá-las face às represálias impostas pelo Governo.
Durante a última década, Chen
Jianfang, de 48 anos, converteu-se numa das vozes líderes na defesa dos
direitos sobre terrenos e habitação em Xangai, a "capital" económica
da China, onde a apropriação de terrenos e a demolição de casas proliferaram
para dar lugar a construções em altura.
Segundo a CHRD, o Governo chinês
impediu por várias vezes Chen, que trabalhou com Cao Shunli, de viajar para
fora do país, para participar em encontros sobre os direitos humanos.
"As autoridades tentaram,
sem êxito, dissuadir Chen e reprimir a sua defesa, detendo-a em prisões
'negras' [instalações que funcionam à margem do sistema judicial]",
denuncia a CHRD.
A organização distinguiu ainda Li
Xiaoling, que foi detida em 04 de junho passado por comemorar o 28.º aniversário
do massacre de Tiananmen, pelo seu apoio a grupos sociais marginalizados e
vítimas de perseguição governamental.
Li, de 55 anos, foi detida após a
polícia ter apanhado na Internet fotografias da ativista com um cartaz que
homenageava as vítimas do movimento pró-democracia de Tiananmen, esmagado pelo
exército chinês.
A CHRD adianta que Li foi
submetida a maus-tratos pela polícia e que lhe foi negado tratamento médico.
JPI // SR
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