Avaliação feita pela Aerospace
Corporation aponta duas linhas amarelas onde é mais provável que caiam detritos
quando a Tiangong-1 se despenhar já nas próximas semanas
O laboratório espacial chinês
Tiangong-1, também conhecido por "Palácio Celestial", está fora de
controlo desde 2016 e poderá reentrar na atmosfera nas próximas semanas. E
Portugal, mais concretamente o Norte e Centro do país, está dentro de uma das
duas linhas amarelas, calculadas por especialistas da Aerospace Corporation, que
assinalam os pontos do planeta onde é mais provável que se despenhem eventuais
detritos da estação orbital.
De acordo com o Centro para o
Estudo de Detritos Orbitais e na Reentrada da Aeroespace Corporation,
financiada pelos Estados Unidos, a data mais provável de reentrada na atmosfera
é o dia 3 de abril, com uma margem de erro de uma semana. A Agência Espacial Europeia aponta para uma janela entre
29 de março e 9 de abril e limita-se a referir que os locais em latitudes acima
dos 43º, nos dois hemisférios, estão a salvo. As previsões da Aeroespace
Corporation, por outro lado, estabelecem uma faixa nas latitudes médias, onde a
probabilidade é ligeiramente maior.
Mas os portugueses - e restantes
cidadãos dos países na lista de eventuais destinos do que restar da estação
espacial - podem ficar relativamente tranquilos com a estimativa, pela
Aeroespace Corporation, de que o risco de um indivíduo ser atingido por
material proveniente da Tiangong-1 é um milhão de vezes inferior à
probabilidade de ganhar o jackpot do Powerball, uma espécie de
Euromilhões dos Estados Unidos - que é de um em 292 milhões. A isto acresce a
elevada probabilidade de toda a estação espacial ser consumida pelas chamas
durante a reentrada na atmosfera.
Lançado em 2011, o laboratório
espacial de 8,5 toneladas foi concebido como uma estação espacial modular, com
um design semelhante ao dos conceitos desenvolvidos pela Rússia. Ainda recebeu
três visitas, duas delas por naves tripuladas. Incluindo, em junho de 2012, a
missão Shenzhou 9, que contava com Liu Yang, a primeira chinesa a chegar ao
espaço.
Em 2016, as autoridades de Pequim
reconheceram que já não conseguiam controlar a estação orbital, tendo no mesmo
ano lançado a muito semelhante Tiangong-2.
Pedro Sousa Tavares | Diário de
Notícias
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