Os habituais protagonistas do “his
master’s voice” - sendo aqui Marcelo o “patrão” em causa - vão dando
sucessivos testemunhos do nervosismo que reina em Belém com o caos do PSD e a
previsível incapacidade de Rui Rio para constituir-se numa alternativa
suficientemente credível para que, em seu torno, os jornais e televisões
metralhem as consciências dos eleitores e os inibam de dar a maioria absoluta
ao Partido Socialista.
As direitas têm todos os meios de
manipulação da realidade, mas falta-lhes a substância com que o possam fazer.
Daí que Marcelo trema perante a possibilidade de se tornar completamente
irrelevante perante um governo com maioria absoluta no Parlamento, que torne os
seus vetos meros percalços sem consequências. Não nos admiremos se se multiplicarem
os almoços entre ele e Rio para que tente vincar o seu papel de guru na cabeça
de um teimoso, que sempre deu provas da sua autossuficiência.
Façamos votos para que, se
conseguiu dobrar as circunstâncias à conta das preleções dominicais nas
televisões durante vários anos e dos abraços e selfies tiradas
com os tontos, que a tão lamentável espetáculo se deram, Marcelo sinta no
momento mais determinante da sua passagem pela política ativa, que os seus
desejos embaterão desastrosamente contra outras mais fortes vontades.
Jorge Rocha | Ventos Semeados |
Foto: José Sena Goulão / Lusa
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