Lisboa, abr (Lusa) - O triplo CD
"Amália. É ou Não É", que inclui inéditos de Amália Rodrigues, do
período de 1968 a 1975, vai ser editado em junho, disse à agência Lusa, o
coordenador da edição, Frederico Santiago.
"Há bastantes inéditos dessa
altura, dos quais destaco a canção 'Ni la Sota ni el Caballo', a versão em
francês de 'Havemos de Ir a Viana' ou um EP [Extended Play] inteiro com quatro
cantigas de Arlindo de Carvalho, gravado em 1975", afirmou Frederico
Santiago, que acrescentou: "E depois há todas as surpreendentes versões
inéditas que foram preservadas".
Todo este material foi gravado
nos estúdios da Valentim de Carvalho, em Paço de Arcos, nos arredores de
Lisboa, à exceção de quatro fados gravados em 1969, na segunda parte de uma
atuação da fadista no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, da qual já tinham sido
editadas duas canções, com orquestra, no duplo CD "Amália Canta
Portugal" (2016). Nesta edição incluem-se "Havemos de Ir a
Viana", "Povo que Lavas no Rio", "Formiga Bossa Nossa"
e "Vou Dar de Beber à Dor".
O terceiro CD inclui
"numerosos ensaios em estúdio", entre os quais a canção "Eu
tenho um Coração Novo", cuja letra pode atribuir-se, com algumas reservas,
a Amália Rodrigues.
A fadista ter-se-á estreado como
autora logo em 1945, quando gravou no Brasil, com a letra "Corria Atrás
Das Cantigas", cantada na melodia do Fado Mouraria.
Amália voltou a revelar-se como
autora na década de 1960, com "Estranha Forma de Vida", que gravou no
Fado Bailado, de Alfredo Marceneiro, e, na década de 1980, editou dois álbuns
com letras suas, entre os quais "Lavava, no Rio, Lavava" e
"Lágrima".
Esta edição inclui, disse
Frederico Santiago, todo o repertório editado originalmente nos 'singles' e EP,
de 45 rotações, publicados entre 1968 e 1974, quando Amália gravou "a nata
do repertório do 'fado alegre', como muitos hoje lhe chamam, com cantigas como
'É ou Não É', que dá título à edição, pois também neste domínio o seu
repertório e o seu legado são inultrapassáveis".
Esta edição discográfica, inclui
ainda, de autoria Alberto Janes (1909-1971), "Vai de Roda Agora",
"Oiça lá, ó Senhor Vinho", "Caldeirada" e "A Rita
Yé-Yé". O músico tinha já tinha assinado êxitos como "Foi Deus"
e "Vou Dar de Beber à Dor".
Nesta edição incluem-se também
canções de Arlindo de Carvalho, autor de "Fadinho Serrano", e Nóbrega
e Sousa, de quem Amália já gravara "Triste Sina" e "Ai Chico
Chico", e ainda "alguns êxitos dos anos 1920 e 1930, aos quais Amália
deu uma nova vida", como "Cochicho", "Ó Careca" ou
"Lavadeiras de Caneças", dos quais "também se apresentam
notáveis versões inéditas".
"Encontramos nesta edição
versões alternativas inéditas extraordinárias, como as quatro versões que abrem
o disco de 'É ou Não É', 'Lá na Minha aldeia', 'Vai de Roda Agora' e 'A Rita Yé
Yé, gravadas em 1968, e muito mais brilhantes do que as publicadas depois em EP;
as comoventes versões de 'Não é Desgraça Ser Pobre', qual delas a melhor.
Absolutamente impossível de escolher, daí terem sido todas incluídas. E muitos
ensaios de estúdio, também inéditos, nomeadamente das versões em francês das
cantigas de Janes", reforçou o coordenador discográfico.
Uma das canções em francês, que
faz parte do alinhamento, "La Mer Est Mon Ami", da qual existe uma
versão italiana "Il Mare è amico mio", editada no triplo CD
"Amália em Itália" (2017), também coordenado por Santiago, "nunca
foi gravada em português, e é um dos sinais do êxito internacional das músicas
de Alberto Janes".
A edição inclui textos de
Frederico Santiago e de Nuno Gonçalo da Paula, autor do livro "Nóbrega e
Sousa -- Música no coração" (2010) e fotografias inéditas de Augusto
Cabrita.
Frederico Santiago tem
investigado a obra de Amália Rodrigues (1920-1999), contextualizando e
catalogando o seu legado.
O triplo CD "Amália. É ou
Não É - os 45 rpm (1968-1975)" é a primeira edição, este ano, do projeto
da edição aumentada e remasterizada a partir das bobines originais da integral
da artista.
Sob a orientação de Frederico
Santiago foram editados, sempre com inéditos, "Amália no Chiado",
"Fado Português", "Tivoli 62", "Someday",
"Amália... Canta Portugal","Amália em Itália", "Amália
no Coliseu" e "Fados'67".
Lusa | em Notícias ao Minuto
À FALTA DE MELHOR (mix)
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