Advogado do queixoso teria
requerido novo adiamento para o dia 5 de maio, devido a viagem do ex-procurador
ao estrangeiro.
A audição do ex-procurador-geral
da República de Angola no processo judicial que moveu contra o jornalista e
ativista Rafael Marques, agendada para a sede da Procuradoria-Geral da
República (PGR), deverá ser adiada, a pedido de João Maria de Sousa.
Depois do adiamento da sessão de
16 de abril, em que o ex-procurador não compareceu no tribunal de Luanda, a
mesma tinha sido remarcada para 24 de abril, mas na sede da PGR, alteração que
motivou a crítica da defesa de Rafael Marques.
Agora, de acordo com documentação
a que a agência Lusa teve acesso este sábado (21.04) em Luanda, o advogado do
ex-procurador avançou com um requerimento ao tribunal a pedir o adiamento dessa
nova sessão, desta vez por o ex-procurador se encontrar fora de Angola até 5 de
maio.
O pedido é justificado com a
anexação de um bilhete de viagem, em nome de João Maria de Sousa, emitido em
dezembro de 2017, que comprovaria que o ex-procurador estaria em Lisboa
de 22 de abril a 4 de maio.
O processo
Em causa está uma notícia de
novembro de 2016, divulgada no portal de investigação jornalística Maka Angola,
de Rafael Marques, com o título "Procurador-Geral da República envolvido
em corrupção", que denunciava o negócio alegadamente ilícito realizado por
João Maria de Sousa, envolvendo a aquisição de um terreno de três hectares em
Porto Amboim, província angolana do Cuanza Sul, para construção de condomínio
residencial.
Rafael
Marques, jornalista e ativista, considerou na segunda-feira (16.04) ser bizarra
a marcação da audição do ex-procurador-geral nas instalações da PGR -
que deveria acontecer a 24 de abril às 10:00 -, dizendo que aquele pedido,
autorizado pelo tribunal, representa "um ato de cobardia".
Além de Rafael Marques, é também
arguido no processo o jornalista angolano Mariano Brás, acusados dos crimes de
injúrias contra a autoridade pública e de ultraje a órgão de soberania, o
primeiro pela publicação de um artigo em que indicia que João Maria de Sousa
está "envolvido em corrupção", e o segundo pela republicação da mesma
notícia noutro jornal.
Agência Lusa, cvt | Deutsche
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