Ministro do Exterior iraniano
afirma que país voltará a enriquecer urânio se os Estados Unidos se retirarem
de pacto nuclear internacional, classificado por Trump de "o pior acordo
de todos os tempos".
O Irão está disposto a retomar o
enriquecimento de urânio e adotar outras "medidas drásticas" se os
Estados Unidos abandonarem o acordo nuclear fechado entre Teerão e potências
internacionais em 2015, afirmou o ministro do Exterior iraniano, Javad Zarif,
neste sábado (21/04).
Zarif disse a repórteres em Nova
York que o Irão não pretende adquirir uma bomba nuclear, mas que a
"provável" resposta de Teerão a uma retirada americana do acordo
seria retomar a produção de urânio enriquecido, crucial para a produção de uma
bomba.
O acordo nuclear iraniano,
fechado em 2015 entre Teerão o os países do grupo P5+1 (EUA, Reino Unido,
França, Rússia e China, mais Alemanha), estabelece um controle sobre o
programa nuclear do país em troca do alívio das sanções económicas
internacionais.
O presidente americano, Donald
Trump, classificou o documento firmado por seu antecessor, Barack Obama, de
"o pior acordo de todos os tempos". O republicano estabeleceu 12 de
maio como prazo final para os europeus "consertarem" o pacto. Caso
contrário, além de abandonar o acordo, os EUA imporiam sanções a Teerão
novamente.
Zarif, que viajou aos Estados
unidos para uma reunião da ONU sobre o tema paz, afirmou que a exigência
de mudanças no acordo nuclear mostra que não se deve negociar com o governo em
Washington. De acordo com o ministro iraniano, os EUA negociam sob o lema:
"O que é meu é meu, o que é seu é negociável."
É inútil que o presidente
francês, Emmanuel Macron, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, tentem
acalmar Trump, disse Zarif. O destino do acordo nuclear iraniano será um dos
principais temas discutidos durante uma visita de Macron a Washington a partir
desta segunda-feira. Merkel estará na capital americana na sexta-feira.
Alertando contra concessões a
Trump, Zarif afirmou que os líderes europeus precisam pressionar o presidente
americano a permanecer no acordo, se os EUA "pretendem manter qualquer
credibilidade na comunidade internacional".
Líderes europeus esperam
convencer Trump a salvar o acordo se eles, em troca, concordarem em pressionar
o Irão a entrar num pacto sobre testes de mísseis e moderarem a influência
regional de Teerão sobre o Iémene, a Síria e o Líbano.
Se os EUA abandonarem o acordo
nuclear, é improvável que o Irão se mantenha nele com os demais signatários,
disse Zarif. Os comentários do ministro iraniano marcam uma escalada na
retórica de Teerão após o presidente do país, Hassan Rohani, alertar no início
do mês que Washington iria "se arrepender" de sair do acordo nuclear.
LPF/afp/rtr | Deutsche Welle
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