sábado, 21 de abril de 2018

RICARDO SALGADO, DE DONO DISTO TUDO (DDT) A DONO DE MUITOS SEGREDOS (DMS)


Em conformidade com o Expresso de ontem, sexta-feira, Ricardo Salgado foi constituído arguido no “caso EDP”, notícia que pode ver transcrita a seguir no PG.

Também hoje o Expresso faz corpo ao título “Suíça arresta Ricardo Salgado por causa de José Guilherme”, artigo de Micael Pereira, que nos deixa saber sobre este outro caso: “Ex-presidente do BES está a ser investigado no caso em que Tomás Correia, antigo CEO do Montepio, é arguido por corrupção. Em causa estão dois milhões de euros que Ricardo Salgado recebeu do construtor José Guilherme quando o BES estava a financiar a meias com o Montepio uma operação imobiliária na Amadora. Suspeitas levaram as autoridades suíças a arrestar-lhe várias contas no UBS em Genebra.” 

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Ricardo Salgado, pelo visto, passou de DDT (dono disto tudo) a DMS (dono de muitos segredos) o que o conserva aparentemente a contas com a justiça mas envolto numa impunidade impressionante que lhe conserva a liberdade. A tal característica da justiça para os ricos, bastante diferente da justiça aplicada aos pobres. Não sendo infundadas as suspeitas de que se essa impunidade não existir e o remeterem em prisão preventiva ele poderá começar a apontar muitos outros que com ele são corroborantes em prováveis crimes. Outros, da política, da alta-finança e afins. Segredos que estão na posse do ex-dono disto tudo que agora se adivinha ser dono desses muitos segredos. Sim, porque é de supor que as trafulhices e crimes que provavelmente foram cometidos não o têm só a ele por personagem.

Mais uma, a seguir, notícia de ontem. Que se espera ter efeitos inconsequentes (ou coisa muito leve), como manda o manual de Justiça Para Ricos a que já estamos tão  mansamente habituados. (MM | PG)

Ricardo Salgado constituído arguido no caso EDP

Ministério Público constituiu Salgado como arguido no caso EDP, suspeito de ter corrompido Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, com pagamentos de mais de um milhão de euros.

Os procuradores do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Carlos Casimiro e Hugo Neto, queriam que a Polícia Judiciária (PJ) constituísse como arguido o antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, noticiou quinta-feira o Observador. E isso acabou por acontecer esta sexta-feira, confirmou o advogado de Salgado, Francisco Proença de Carvalho.

“Depois de ter sido “pré-constituído arguido” pelo Observador entre quarta-feira e quinta-feira, o Dr. Ricardo Salgado confirma que foi esta sexta-feira formalmente constituído arguido no denominado caso “EDP””, esclarece Francisco Proença de Carvalho.

De acordo com o Observador, os procuradores emitiram um despacho em que dão instruções à PJ para que constitua Ricardo Salgado como arguido no caso EDP. A investigação diz respeito a benefícios de mais de 1,2 mil milhões de euros alegadamente concedidos à principal elétrica nacional por parte de Manuel Pinho, ex-ministro da Economia do Governo de José Sócrates.

Em causa estão pagamentos no valor de mais de um milhão de euros que terão sido realizados entre 18 de outubro de 2006 e 20 de junho 2012 a uma nova sociedade offshore de Manuel Pinho, a Tartaruga Foundation, com sede no Panamá, por parte da Espírito Santo (ES) Enterprises, outra offshore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas (habitualmente designada como “saco azul” do GES).

Os procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto consideram que as transferências foram realizadas por ordem de Ricardo Salgado para beneficiar o Banco Espírito Santo, o Grupo Espírito Santo e a EDP enquanto Manuel Pinho exerceu funções públicas no Governo de Sócrates.

Francisco Proença de Carvalho indica que “é falsa e despropositada a tese agora fabricada pelo Ministério Público de que o Dr. Ricardo Salgado teria participado num suposto acto de corrupção do Dr. Manuel Pinho, em benefício do GES e da EDP”.

“No acto formal de constituição de arguido realizado no processo, apenas foi transmitida ao Dr. Ricardo Salgado uma indiciação parca e repleta de generalidades. Até agora, o Observador teve uma maior deferência pela Defesa, porque já transmitiu mais detalhes quanto às intenções do M.P., no inquérito”, comentou ainda o advogado de Ricardo Salgado.

“O Dr. Ricardo Salgado não contribuirá para o triste espectáculo público a que se tem assistido sobre casos judiciais e que nada tem credibilizado a Justiça”, conclui Francisco Proença de Carvalho.

Expresso | Foto: M\303\201RIO CRUZ

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