Amsterdão, 4 de Abril de
2018: A organização Amigos da Terra Holanda anunciou hoje que levará
a Shell ao tribunal caso a empresa não aja de acordo com as exigências de parar
com a destruição do clima.
Donald Pols, diretor dos Amigos
da Terra Holanda, disse: "A Shell está entre as dez maiores empresas
poluidoras do clima a nível mundial. Sabe-se que há mais de 30 anos está a
causar uma mudança climática perigosa, mas continua a extrair petróleo e gás e
investe bilhões na prospecção e no desenvolvimento de novos combustíveis
fósseis."
O caso é apoiado pelos Amigos da
Terra Internacional, federação ambientalista que desenvolve campanhas pela
justiça climática e apóia comunidades atingidas por projetos de energia suja e
pelas mudanças climáticas. Amigos da Terra Internacional têm 75 grupos
membros nacionais ao redor do mundo, muitos deles trabalhando para impedir que
a Shell extraia combustíveis fósseis nos seus países.
Karin Nansen, presidenta da
federação Amigos da Terra Internacional, comentou: "Esse caso envolve
pessoas em todo o planeta. A Shell causa enormes danos, as mudanças
climáticas e a energia fóssil têm impactos devastadores pelo mundo afora, mas especialmente
no hemisfério Sul. Com esta ação judicial, temos a possibilidade de
responsabilizar legalmente a Shell."
O caso dos Amigos da Terra
Holanda faz parte de um crescente movimento global para responsabilizar as
empresas transnacionais pela sua contribuição histórica para a mudança
climática perigosa, bem como pelas violações dos direitos humanos e dos povos
decorrentes de suas operações em todo o mundo.
Em janeiro, a cidade de Nova
Iorque foi a tribunal para exigir uma indenização às cinco maiores empresas de
petróleo, incluindo a Shell, pelas conseqüências das mudanças
climáticas. As cidades de São Francisco e Oakland, assim como vários
condados da Califórnia, estão fazendo o mesmo. Um agricultor peruano está
processando a empresa alemã de energia RWE por contribuir para que os glaciares
derretam acima da sua aldeia, resultado das mudanças climáticas.
"Enquanto isso, no Brasil, o
presidente ilegítimo Michel Temer indica o nome de ex-executivos da Shell para
ocupar o Conselho de Administração da estatal Petrobrás, fortalecendo os
indícios de que o golpe de 2016 teria respondido aos interesses das
transnacionais petroleiras. Vale lembrar que uma das primeiras mudanças de lei
sancionadas após o impeachment da Presidente Dilma Rousseff foi a de alteração
das regras de exploração do pré-sal, beneficiando diretamente as grandes da
energia suja, como a Shell", acrescentou Lúcia Ortiz, dos Amigos da Terra
Brasil, coordenadora internacional do Programa de Justiça Econômica da
federação.
O caso dos Amigos da Terra Internacional
é único porque é o primeiro processo climático a exigir que uma empresa de
combustíveis fósseis atue para parar de contribuir com a mudança do clima, ao
invés de buscar compensações. Esse caso inovador, se for bem sucedido,
limitará significativamente os investimentos da Shell em petróleo e gás a nível
global, exigindo que se cumpram as metas climáticas acordadas pelos países na
COP de Paris em 2015.
Nansen acrescentou: "Se
vencermos este caso, haverá grandes consequências para outras empresas fósseis
e se abrirá a porta para mais ações legais contra outros poluidores do clima.
Amigos da Terra Internacional quer ver regras obrigatórias e vinculantes para
corporações como a Shell, que muitas vezes se consideram acima da lei,
inclusive quando se trata das metas climáticas".
Amigos da Terra
Internacional | em Pravda.ru
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