Jornal de Angola | editorial
O novo Executivo está seriamente
empenhado em combater más práticas na gestão da coisa pública, tendo inaugurado
uma nova era em que ninguém deve ficar impune quando lesa o interesse de toda a
comunidade, composta por todos os cidadãos de Angola.
Durante muitos anos, os gestores
públicos não eram responsabilizados pelos seus actos violadores da lei, muitos
deles gravíssimos, e insistiam nas mesmas ilegalidades, porque eram blindados
por compadres ou amigos situados no topo do poder político.
Muitos desses gestores acumularam riqueza , que não foi fruto do seu trabalho, mas de desvios de fundos públicos, estando hoje o Estado a fazer um esforço para recuperar capitais que foram transferidos para o exterior do país e que foram ajudar a crescer economias estrangeiras.
Vivemos novos tempos e os discursos que são feitos pelos novos governantes apontam para a tolerância zero em relação àqueles que teimam em continuar a pensar que os bens do Estado são sua propriedade e podem fazer deles o que quiserem.
É necessário que os órgãos competentes do Estado mostrem inequivocamente que o tempo da impunidade acabou, para que os cidadãos acreditem que de facto ninguém está acima da lei e que ninguém a pode violar sem que haja consequências.
Todos são iguais perante a lei, independentemente da po-sição económica deste ou daquele cidadão. Há angolanos que, no exercício de funções públicas, achavam que eram sumidades, não tendo sequer a capacidade de se aperceberem de que eram incompetentes para os cargos que exerciam, desrespeitando tudo e todos. Muitos não percebem como foi possível que gente sem perfil para dirigir pessoas e empresas, estiveram longos anos à frente, por exemplo, de unidades produtivas públicas, estando agora o Estado a considerar a possibilidade de privatizar muitas delas, depois de ter gasto muito dinheiro em investimentos que resultaram em nada ou em quase nada. Depois dos erros cometidos no passado, im-porta agora tirar as devidas ilações e partirmos para novas prá-ticas, não devendo haver mais condescendência em relação a actos que lesem o Estado e, consequentemente, os cidadãos. O Estado e os cidadãos já foram muito prejudicados por ges-tores públicos egoístas que colocaram sempre os seus interesses acima dos interesses da comunidade. É hora de se pôr definitivamente fim à impunidade, doa a quem doer.
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