O ditador da Guiné Equatorial, Obiang,
“eleito” por quase 100% dos “eleitores” para a presidência do país, está cada
vez mais saído da casca – como se diz em bom português (que por aquele país
CPLP não usam). Agora acha-se no direito e normalidade de acolher a cimeira da
CPLP 2022 no país que domina, rouba e reprime.
É isso mesmo que vai ler em
pormenor a seguir em prosa da Lusa e até é bem possível que os seus parceiros
da organização lhe façam a vontade. Afinal é tudo uma questão de cadáveres e de
dinheiro. Enquanto Obiang oculta os cadáveres e o dinheiro que rouba, os
parceiros esperam poder contar os títulos e cifrões - ou outros valores - que
Obiang lhes entregue por compra das suas vontades em parecer um “reconhecido” humanista,
um bom governante, um democrata. “Democratas” daqueles conhecem os lusófonos e
o mundo. São farinha do mesmo saco. Estamos cansados de sermos vítimas deles.
(PG)
Guiné Equatorial quer acolher
reunião máxima em 2022
Lisboa, 19 jul (Lusa) -- A Guiné
Equatorial quer acolher a cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) em 2022, após a presidência angolana da organização, disse hoje à Lusa o
assessor do Presidente equato-guineense.
Em declarações à Lusa, Murade
Murargy, assessor de Teodoro Obiang Nguema para as questões da comunidade
lusófona, afirmou que Malabo quer receber a conferência de chefes de Estado e
de Governo da CPLP em 2022, assumindo a presidência da organização no biénio
seguinte.
As autoridades da Guiné
Equatorial já tinham afirmado a sua disponibilidade para organizar a cimeira de
2020, mas não chegaram a formalizar uma candidatura nesse sentido, na XII conferência
da CPLP, que decorreu esta terça e quarta-feira em Santa Maria, ilha do Sal,
Cabo Verde.
Angola foi o país escolhido,
"por unanimidade e aclamação", para suceder à presidência de Cabo
Verde, entre 2020 e 2022, após sugestão do presidente em exercício da CPLP, o
chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca.
À Lusa, o também antigo
secretário-executivo da comunidade lusófona (2012-206), que acompanhou Teodoro
Obiang à reunião na ilha cabo-veridana do Sal, relatou que o Presidente da
Guiné Equatorial considerou "muito positiva a sua participação nesta
cimeira, pois contribuiu para um sentimento de confiança entre os líderes da
organização".
Contactada pela Lusa, fonte
diplomática portuguesa disse apenas que o local da cimeira de 2022 será escolhido
na XIII conferência, em Luanda. As decisões na CPLP são tomadas por consenso.
O embaixador da Guiné Equatorial
em Lisboa e junto da CPLP, Tito Mba Ada, confirmou esta intenção das
autoridades de Malabo.
"A Guiné Equatorial esteve
disponível, está disponível e estará sempre disponível para organizar a cimeira
da CPLP", afirmou o diplomata à Lusa.
Tito Mba Ada sublinhou que o país
já acolheu uma cimeira da União Africana, que reúne mais de 50 Estados,
garantindo ter capacidade para realizar a reunião da organização lusófona, com
nove membros.
A Guiné Equatorial, antiga
colónia espanhola, aderiu à CPLP em 2014 mediante um roteiro de adesão, que
incluía os compromissos de promover e difundir a língua portuguesa e a abolição
definitiva da pena de morte.
Na cimeira em Cabo Verde, Teodoro
Obiang informou, na cimeira de Cabo Verde, que o país está a seguir "de
forma paulatina e segura" o roteiro da integração na comunidade, mas
apenas deu conta dos progressos da difusão do português e não se referiu à pena
de morte.
As autoridades de Malabo
impuseram uma moratória sobre a pena máxima em 2014, aquando da adesão, e
garantem que desde então não houve mais execuções, mas a justiça da Guiné
Equatorial continua a ter prevista a pena de morte no seu quadro legal.
Em declarações à imprensa, o
presidente da CPLP, Jorge Carlos Fonseca, assumiu-se como "um acérrimo
defensor da abolição da pena de morte" e disse que gostaria que isso
acontecesse na Guiné Equatorial durante o mandato cabo-verdiano, ou seja, nos
próximos dois anos.
O chefe de Estado cabo-verdiano
relatou, no final da cimeira do Sal, que foi ele quem propôs que Angola assuma
a próxima presidência da comunidade, em 2020, algo que mereceu o apoio dos
restantes líderes, incluindo de Teodoro Obiang.
Durante a XII conferência de
chefes de Estado e de Governo da CPLP, que decorreu entre terça e quarta-feira,
Cabo Verde assumiu a presidência rotativa da organização, por um período de
dois anos, e com o lema "Cultura, Pessoas e Oceanos.
Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
JH // PJA
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