Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
O debate da nação representou a
grande desilusão para uma direita convencida que esse mesmo debate mostraria ao
país todas as fragilidades da famigerada “geringonça”. Saiu tudo ao contrário:
apesar das dificuldades, a esquerda mostrou-se mais coesa do que muitos
gostariam, não dando quaisquer sinais de cisão. Não passa tudo de um conjunto
de exercícios para garantir os votos dos respectivos eleitorados.
O Debate da Nação veio antes pôr
a nu a tibieza da direita, inexoravelmente dependente de uma crise na “geringonça”
para poder voltar a sonhar com o poder, designadamente o PSD.
Se a esquerda vai mal, com
divergências no que toca ao pagamento da dívida e às soluções para Educação e
Saúde, o que dizer do vazio que continua a reinar à direita? No caso do CDS não
há muito a dizer pura e simplesmente porque não passa nada para além da
habitual vacuidade e amiúde imbecilidade (impossível encontrar outra palavra
depois de ouvir Assunção Cristas comparar a tourada a um bailado, entre outras
pérolas). No caso do PSD a mudança de liderança apenas veio mostrar ao país que
o partido se encontra ainda mais frágil do que se imaginava, com os órfãos de
Passos Coelho a chorarem constantemente, envoltos em sistemáticas birras, sem
que o partido alguma vez se consiga livrar da mediocridade reinante.
E então? Onde é que está
verdadeiramente a crise? À esquerda ou à direita?
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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