Manuel de Araújo foi mesmo
afastado oficialmente do cargo de edil de Quelimane. A decisão foi tomada esta
terça-feira (28.08) pelo Conselho de Ministros moçambicano. Ex-autarca diz que
vai recorrer.
O Conselho de Ministros retirou
na terça-feira (28.08) o mandato a Manuel de Araújo por ele ter saído do
partido MDM, pelo qual foi eleito, e ter ingressado na RENAMO, em julho, ainda
antes de terminar o mandato.
Manuel de Araújo está
inconformado com o seu afastamento do cargo de presidente de Conselho Municipal
de Quelimane, mas diz que não se surpreende com a decisão.
"Era um passo espectável,
nós estávamos à espera, a qualquer momento, que o Conselho de Ministros tomasse
essa decisão", disse.
Araújo refere que ainda está à
espera do documento oficial com a decisão do Conselho de Ministros, além do
documento com o pedido da Assembleia
Municipal para o seu afastamento, da semana passada. Assim que os
obtiver, promete recorrer.
"Posso garantir, neste
momento, que vamos exercer o nosso direito. Nós não podemos agir com 'ouvir
dizer'. Nós temos de receber os factos e uma comunicação. E, a partir dessa
comunicação, temos um prazo, e, dentro desse prazo, vamos apresentar o
nosso posicionamento. Estamos num Estado de Direito, onde as partes têm o
direito de serem ouvidas", afirmou.
Ameaças de morte
O ex-autarca denuncia também que
tem sido alvo de ameaças de morte desde que foi apresentado publicamente como
cabeça de lista da RENAMO nas eleições autárquicas, marcadas para 10 de outubro.
Segundo o porta-voz da corporação
da polícia na província da Zambézia, Sidner Lonzo, já foram reforçadas as
medidas de segurança para garantir a segurança de Manuel de Araújo.
"A polícia, junto aos
serviços provinciais de investigação criminal, está neste momento a trabalhar
para identificar as pessoas que proferem ameaças contra Manuel de Araújo, mas
ainda não temos pistas a seguir. As vias de ameaças são essas reportadas por
mensagens telefónicas", comentou Lonzo.
Manuel de Araújo conta que não é
a primeira vez que sofre ameaças.
"Em plena sessão da
Assembleia Municipal, fui ameaçado de morte. E na Praça dos Heróis, no dia 7 de
abril do ano passado, um antigo combatente também me ameaçou de morte. O que
fazemos sempre é alertar as autoridades e eles vão tomar as providências
cautelares que acharem".
Marcelino Mueia (Quelimane) |
Deutsche Welle
Sem comentários:
Enviar um comentário