Paulo Baldaia* | Jornal de Notícias
| opinião
A saída de Santana Lopes do PSD
para criar um novo partido e a intempestiva entrevista de Pedro Duarte
preocupam mais a direita que não gosta de Rui Rio do que os sociais-democratas
que apoiam o ex-autarca do Porto.
Pudera! O partido
"popular" de Santana rouba mais espaço ao putativo "tea
party" dos colunistas do "Observador" do que ao PSD. E uma
eventual liderança do ex-diretor de campanha de Marcelo implica o Palácio de
Belém a um nível que basta a António Costa vencer com minoria para mandar
totalmente na agenda política do país. O líder socialista agradece tanta
atenção. Todos acusam Rio de estar demasiado colado a Costa, mas todos
trabalham a favor das expectativas do PS.
Chega a ser ternurenta a forma
como tanta gente tenta impedir Rio de chegar às Legislativas. Não há, nem houve
em nenhum momento da Legislatura, uma sondagem que permita dizer com o mínimo
de honestidade que é possível o PS perder o poder mas, ainda assim, exigem a
Rio que ganhe as eleições. O que eles querem é voltar a fazer a lista de
deputados para os quatro anos seguintes.
Os que lá estão no Parlamento, e
que gostavam de repetir o lugar, não se entusiasmaram nem com o partido de
Santana nem com a disponibilidade do ex-líder da Jota para avançar. Uma
disponibilidade que só é efetiva se alguém limpar a mata por onde é preciso
fazer o caminho. Por agora, não há quem faça o trabalho, está tudo a banhos.
A Direita, que se afirma
orgulhosamente de Direita mas quer os votos da social-democracia para tomar o
poder, já fez saber que está zangada com Marcelo por estar muito colado a Costa
e não gosta de Rio por estar muito colado a Costa. É uma Direita que vale a
pena ir lendo no "Observador". São órfãos de pai desconhecido. O que
mais os chateia é o facto de não aparecer ninguém com carisma para cavalgar
aquele projeto jornalístico/político.
Já não lhes chega um pequeno
partido como da última vez em que tiveram um projeto jornalístico. Havia Portas
e estiveram no Governo com Durão, Santana e Passos. Mas no
"Observador" não há nenhum Paulo Portas. Nem sequer um Manuel
Monteiro para fazer de lebre.
*Jornalista
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