A situação afeta sobretudo a
província do Norte-Kivu. Dos 101 casos, 60 pessoas morreram e 36 estão a ser
tratadas. Nove casos suspeitos de ébola estão ainda em investigação
O número de casos de Ébola
registados na República Democrática do Congo (RDCongo), aumentou para 132, dos
quais 101 confirmados e 31 prováveis, segundo o balanço mais recente, divulgado
esta segunda-feira pelo Ministério da Saúde daquele país. A situação afeta
sobretudo a província do Norte-Kivu e sobre os 101 casos, adianta o mesmo
comunicado, de 9 de setembro, 60 pessoas morreram e 36 estão a ser tratadas.
Nove casos suspeitos de ébola estão ainda em investigação.
Segundo o balanço, há também um
novo caso confirmado em
Butembo. Trata-se de um homem cuja esposa era um dos casos
confirmados de Ébola em
Mandima. Os testes realizados aquele cidadão, com base em
análises de sangue, revelaram-se negativos, mas o vírus ébola foi identificado
no seu esperma.
"O homem ficou doente
durante o mês de agosto e foi internado no centro de saúde de Makeke, na zona
de saúde de Mandima (Ituri). A transferência para o centro de tratamento de
ébola (CTE) de Mangina foi recusada, ele ficou em Butembo e o seu estado de
saúde está a evoluir favoravelmente", adianta o comunicado.
Em Beni, mais uma pessoa morreu e
uma outra pessoa está ainda em tratamento. O Ministério
da Saúde adianta ainda na mesma nota que "a fim de evitar que o número
total de casos varie (entre altos e baixos) diariamente, os casos suspeitos
estão a ser tratados numa categoria em separado. De acordo com o anterior balanço do
ministério, divulgado a 6 de setembro, a epidemia de Ébola no leste da RDCongo
já tinha causado 88 mortes, duas das quais registadas pela primeira vez em
Butembo, importante centro comercial com cerca de um milhão de habitantes.
Os dois primeiros casos de mortes
confirmados em Butembo, um centro de intercâmbio comercial da RDCongo com
países vizinhos, como o Uganda, eram uma mulher e um cuidador que esteve em
contacto com ela, indicou o Ministério da Saúde da RDCongo. A mulher tinha
fugido de Beni, outra zona atingida, a 50 quilómetros de
Butembo, onde "recusou cooperar com as autoridades sanitárias após ficar
doente", precisaram as autoridades sanitárias.
O ministro congolês da Saúde, Oly
Ilunga Kalenga, deslocou-se a 06 de setembro a Butembo. "No total, temos
129 casos e 88 mortes até ao momento", disse então à imprensa, antes de
partir para Butembo. Este balanço pode chegar à cifra de 89 mortes ao final do
dia, precisou o ministério. Para o ministro, observa-se "a segunda vaga de
casos, que são provavelmente casos já em incubação no momento em que foi
iniciada a resposta", em agosto.
"Esta segunda vaga está
ligada a pessoas que escaparam à vigilância da primeira vaga, a pessoas que
manifestaram resistência às nossas mensagens. Penso que os focos de resistência
estão identificados", acrescentou. As autoridades contactaram de novo os
habitantes de um bairro do Beni, que manifestaram resistência às medidas de
prevenção anti Ébola. A preocupação aumentou de nível na sequência da anterior
epidemia na outra extremidade da RDCongo, na província de Equador, onde um caso
foi registado na capital regional, Mbandaka, também um grande um entreposto
comercial com cerca de um milhão de habitantes.
Este novo foco não aumentou a
propagação do vírus. O fim do surto anterior daquela febre hemorrágica na
RDCongo, foi decretado a 24 de julho, com um balanço total de 33 mortes. No
balanço de 9 de setembro o Ministério da Saúde acrescenta que recebeu um alerta
de fébre hemorrágica de Kisangani.
"Trata-se de três jovens
raparigas de uma mesma família que vieram de férias de Mambasa, uma vila
vizinha da zona de saúde de Mandima, onde nove casos confirmados de Ébola foram
registados", refere. Mas os três testes foram enviados parta o laboratório
de Beni para análise e os resultados foram negativos.
Lusa | em Expresso | Foto: Junior Kannah/AFP/Getty Images
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