O Presidente da República de Cabo
Verde, Jorge Carlos Fonseca, diz que o poder político tem de saber gerir os
"sinais e insatisfações" para poder manter "razoável a
satisfação" nacional, social e regional.
O chefe de Estado cabo-verdiano
falava ontem à imprensa, em reação à manifestação realizada no domingo em São Vicente pelo
movimento cívico Sokols 2017, para exigir a reposição dos voos diretos
internacionais da companhia aérea Cabo Verde Airlines (TACV) de e para a ilha.
“A manifestação é um direito
consagrado na Constituição e, de certa maneira, a expressão é salutar numa
vivência democrática, mas o que diria é que nós, o Governo, a Presidência e
todos os outros, devemos acompanhar e estar atentos para interpretar os sinais
para que quando forem relevantes e de legítima expressão de insatisfação, se
traduzam em concretização de políticas públicas”, afirmou Jorge Carlos Fonseca,
citado pela agência Inforpress.
O movimento Sokols 2017 criticou
as declarações do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que disse que a
TACV será privatizada e que as linhas aéreas serão definidas de acordo com
“interesses de viabilidade comercial” e que o seu regresso à ilha “não é uma
decisão administrativo-política do Governo”.
Jorge Carlos Fonseca adiantou que
ouviu as afirmações do chefe do Governo através da comunicação social, mas
salientou que é preciso saber ler e interpretar as declarações feitas por
políticos.
“Eu interpretei isso no sentido
de que o primeiro-ministro quis dar a entender que as políticas empresariais
são decididas pelas empresas e que não se pode administrativamente impor
medidas se elas não têm sentido no ponto de vista da lógica empresarial”,
explicou.
Após a manifestação, que contou
com mais de mil pessoas, Salvador Mascarenhas, presidente do Sokols 2017, não
descartou outras formas de luta para ver os voos internacionais da companhia
área pública de regresso a São Vicente.
Com a retirada da Cabo Verde
Airlines, a transportadora aérea portuguesa TAP é a única companhia que faz
voos internacionais regulares a partir de São Vicente para a Europa e os preços
das passagens têm sido alvo de críticas por parte dos passageiros.
Lusa | em A Nação
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