Decreto presidencial fixa a data
de 10 de março para a realização das eleições legislativas na Guiné-Bissau.
Decisão foi tomada após reunião com partidos políticos e o primeiro-ministro.
O Presidente da Guiné-Bissau,
José Mário Vaz, definiu 10 de março como a data oficial para a realização das
eleições legislativas no país – anteriormente programadas para 18 de novembro.
A decisão foi divulgada esta quinta-feira (20.12) em decreto presidencial, após
reunião com os partidos políticos e o primeiro-ministro Aristides Gomes.
No decreto, o Presidente
justifica que "por razões que se prendem com constrangimentos de caráter
político-institucionais, não foi possível a mobilização a tempo dos meios técnicos,
logísticos e financeiros com vista à realização das eleições na data
fixada" anteriormente. Cita ainda o atraso no recenseamento dos eleitores
como motivo para a escolha de uma nova data para o pleito.
Na reunião que tiveram com José
Mário Vaz e Aristides Gomes, a maioria dos partidos políticos defendeu que as
eleições legislativas fossem marcadas para o dia 10 de março, conforme cenário
apresentado pelo Governo.
"Nos cenários que nós
apresentámos temos 17 de fevereiro, 24 de fevereiro e 10 de março”, disse, à
saída do encontro com o chefe de Estado, Aristides Gomes, citado pela agência
de notícias Lusa.
Posição dos partidos
O Partido de Renovação Social
(PRS), segunda maior força política do país, defendeu que a data de 10 de março
seria a mais indicada, mas com reservas, porque está a ser feita uma auditoria
ao processo de recenseamento eleitoral e ainda não são conhecidas as
conclusões.
"O partido entende que é da
competência do Presidente fixar a data das eleições, mas em todo o caso o
partido recomenda o cumprimento da lei eleitoral e que a data de 10 de março
seria o mais indicado", afirmou Maria Inácia Sanha, dirigente do partido.
O Partido da Convergência Democrática,
que também tem assento parlamentar, recomendou ou finais de fevereiro ou 10 de
março. Também a União Para a Mudança (UPM), outro partido com assento
parlamentar na Guiné-Bissau, defendeu o terceiro cenário, porque respeita os
prazos legais.
O líder da UPM, Agnelo Regala,
disse que "essa opção tem a ver com duas coisas”. "Em primeiro para
que todos os intervenientes do processo possam ter tempo de cumprir o que está
previsto na lei e em segundo lugar para não dar azo a que, por incumprimento dos
prazos legais, alguém possa vir a impugnar as eleições".
PAIGC tem outra posição
Já o Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) defendeu que as eleições devem
decorrer no início de fevereiro por causa do calendário eleitoral da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"Como sabemos que durante o
mês de fevereiro há uma agenda muito pesada na CEDEAO, devido às eleições na
Nigéria e no Senegal sugerimos ao senhor Presidente, que se não for possível em
janeiro, os primeiros dias de fevereiro para evitarmos entrar em choque com a
agenda eleitoral da CEDEAO", afirmou Califa Seide, líder da bancada
parlamentar do PAIGC.
Na semana passada, a CEDEAO, que
está a mediar a crise política no país, pediu para as eleições fossem marcadas
antes da realização da cimeira de líderes da organização, que vai decorrer no
próximo sábado (22.12) em Abuja, na Nigéria, e que as legislativas fossem
realizadas até ao final de janeiro.
Agência Lusa, tms | em Deutsche Welle
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