sábado, 17 de fevereiro de 2018

Portugal | COMO SE FAZ UM CANALHA


José Soeiro | Expresso | opinião

O mais recente filme de João Salaviza, um dos mais reconhecidos e brilhantes realizadores portugueses da nova geração, chama-se “Russa” e acontece no bairro do Aleixo, no Porto. Ao mesmo tempo que o filme estará em competição em Berlim, bem acompanhado por outras obras portuguesas, 948 delegados e delegadas juntam-se no Congresso do PSD que consagrará Rui Rio como novo líder do partido.

Há imagens que não se esquecem e que definem as pessoas. Uma delas é a de Rui Rio num barco, no Rio Douro, a abrir uma garrafa de champanhe com os seus convivas enquanto assiste à demolição de uma das torres do Bairro do Aleixo. No bairro – sei-o porque estava lá – o clima era de desespero, com um enorme aparato policial montado, mulheres que gritavam de raiva ao ver a sua casa ser implodida, homens a chorar junto ao gradeado enquanto o pó dos destroços se espalhava, crianças atónitas junto ao lugar onde até há poucos dias brincavam e que parecia, agora, um cenário de guerra. Se acaso a demolição daquelas torres tivesse sido negociada com a população, talvez um Presidente da Câmara estivesse junto aos moradores naquele momento, de consciência tranquila por ter cumprido o seu dever e garantido uma alternativa para a vida daquela gente. Se não fosse esse o caso, uma pessoa normal que tivesse tomado convictamente aquela decisão teria ao menos o pudor de se remeter ao silêncio perante o sofrimento dos outros. Rui Rio não fez uma coisa nem outra. Foi para a frente do bairro, no aconchego de um barco no meio do rio, juntou os amigos e celebrou, frente aos cidadãos desesperados da sua cidade, o momento em que as suas casas vinham a baixo. Perante o sofrimento dos outros, Rui Rio sorriu e brindou. Independentemente do que cada um possa pensar sobre as soluções para o Aleixo – e há muitas opiniões – uma coisa parece-me estar para além das discordâncias políticas: quem faz isto é um canalha. E eu, como muitos outros, não esqueço.

Talvez por isso as palavras de Salaviza, que não é do Porto mas esteve pelo Aleixo para fazer o seu novo filme, sejam tão contundentes: “Rui Rio é uma espécie de papão, de pesadelo que assombra a memória dos moradores do Aleixo.Trata-se de um tipo tenebroso e sinistro que decidiu brincar com a vida de centenas de pessoas para ceder aos interesses da especulação imobiliária. Há uma imagem dele muito paradigmática quando, na demolição da torre, o vemos no Douro, num barco de luxo a fazer uma pequena celebração com champanhe e a brindar à demolição. Ele transforma aquele momento de aniquilação de uma comunidade numa celebração. E é este tipo que tem esta forma de estar na política e de jogar com a vida das pessoas que quer ser primeiro-ministro de Portugal...”.

Não é a primeira vez, aliás, que o caso é tratado por um filme. Quem quiser perceber o processo do Aleixo deve ver “Ruído ou As Troianas”, do realizador portuense Tiago Afonso. Está lá tudo: a origem do bairro e de quem foi para lá, a explicação cristalina – através de uma imagem da marginal do Porto – para o apetite imobiliário por aqueles terrenos, a revolta contra o modo como o poder autárquico tratou aquelas pessoas, a dignidade das mulheres que resistem, o modo como as crianças representam aquele espaço, o ambiente vivido no dia da demolição, a relação de tudo isso com a cidade. Num registo diferente, é também no Aleixo que se passa Bicicleta, um filme de Luís Vieira Campos, com argumento de Valter Hugo Mãe, do qual guardo a imagem de umas intermináveis escadas, num bairro em que, propositadamente, a Câmara deixou de consertar o elevador, condenando as pessoas a terem de viver como um sacrifício as mais singelas necessidades do dia-a-dia.

Sobre o mal que Rui Rio fez ao Porto e sobre os mitos acerca da sua governação no Porto, não repetirei o eloquente resumo feito por Adriano Campos. Também não tenho grande esperança que Rui Rio vá alguma vez ver algum destes filmes – ou que se deixasse transformar por eles, caso os visse. Direi apenas isto: ninguém deve querer para o seu país aquilo que Rui Rio fez com quem mais sofria no Porto. E este é um bom fim-de-semana para o lembrar.

Foto: João Porfírio / Observador - manipulada por PG

SPORTING C. PORTUGAL | Não escapou ninguém. Bruno Carvalho dispara em todas as direções


Na intervenção na Assembleia Geral, o presidente do Sporting dramatizou o discurso. Os sócios do clube têm de escolher: ou ele ou os interesses instalados.

Ao ataque, Bruno de Carvalho abriu a Assembleia Geral extraordinária do Sporting com um discurso de meia hora, durante o qual disparou contra tudo e contra todos.

Debaixo da mira do líder do Sporting estiveram, por exemplo, nomes de antigos presidentes como Dias da Cunha e José Roquette, que têm acusado o atual líder do leões de ser populista.

"Populista é aquele que pratica práticas políticas no estabelecer de uma relação entre as massas e a liderança. Um líder carismático. Sou esse líder, que se afastou das elites e dos grupos e grupinhos", atirou, visando um ex-presidente do clube.

Nesta assembleia geral estão em votação os estatutos e o regulamento disciplinar do clube e ainda a continuidade da atual direção. Bruno de Carvalho explicou porque decidiu votar não a todos os pontos.

O terceiro ponto da assembleia geral do Sporting, dependente da votação dos dois anteriores e com a necessidade de obter 75 por cento dos votos, é a continuidade da direção.

Bruno de Carvalho dramatizou o discurso e lançou o apelo aos sócios: "Estou disposto a dar o meu tempo, vida e alma ao Sporting Clube de Portugal, mas têm de estar comigo. Nos últimos dois anos tive duas hipóteses: ou me juntava aos interesses ou a vocês. Escolhi juntar-me a vocês. Agora têm de estar comigo, caso contrário os interesses acabam comigo num instante. É tão válido hoje como era há dois anos".

Bruno de Carvalho exige o apoio de 75 por cento dos sócios presentes na reunião desta tarde. Para se manter no cargo, assegurando que, se sair, não se recandidata.

Cerca de quatro mil sócios do Sporting encheram o pavilhão João Rocha, recinto da Assembleia-Geral, para votarem a alteração de estatutos e do regulamento disciplinar. Outros 200 tiveram de ser transferidos para o pavilhão multiusos.

O escrutínio será feito por voto secreto, com três boletins depositados nas 45 urnas disponíveis.

Teresa Alves | TSF | Foto: Nuno Pinto Fernandes / Global Imagens

MOÇAMBIQUE | O ultimato desnecessário de Iemele


@Verdade | Editorial

Após o bárbaro assassinato de Mahumudo Amurane, a cidade de Nampula transformou-se num verdadeiro caos. Os problemas da urbe agudizaram-se de uma forma impressionante, mostrando claramente que as intervenções que foram feitas reflectiam indubitavelmente o projecto pessoal de Amurane. Com o seu assassinato, a edilidade do mais importante centro urbano do norte de Moçambique abandonou as suas responsabilidades, sobretudo no que diz respeito à remoção de resíduos sólidos, tanto na zona urbana como suburbana, e melhoramento das vias de acesso.

Um dos aspectos que também saltou à vista, após o assassinato de Mahumudo Amurane, foi a invasão aos passeios das artérias de Nampula pelos vendedores ambulantes, situação essa que o então edil, com muita inteligência e sensibilidade, conseguiu controlar. No entanto, invocando a necessidade de limpar a cidade e permitir maior mobilidade dos munícipes, o presidente interino do Conselho Municipal da Cidade de Nampula, Américo da Costa Iemele, convocou a Imprensa para tornar pública a sua decisão de retirada pacífica dos vendedores ambulantes dos passeios de Nampula.

Iemele disse, socorrendo-se do código de postura municipal, que, apartir de 14 de Fevereiro corrente, fica expressamente proíbido a venda de todo tipo de artigos nas ruas e passeios da cidade de Nampula, dando, assim, sete dias aos vendedores para abandonarem o local. O aviso foi também extensivo aos operadores do comércio formal, aos proprietários das lojas e armazéns. Caso não se respeite esse “ultimato”, usando os meios municipais a sua disposição, Iemele promete uma execução coersiva aos que ganham a vida nas ruas do terceiro maior centro urbano do país.

A decisão de Iemele é, diga-se de passagem, bem-vinda, pois os munícipes de Nampula já estavam a habituar-se a viver numa cidade limpa, e a circularem nos passeios sem esbarrar em bancas ou artigos expostos em plena via pública. Porém, esta decisão do edil interino peca, primeiro, por ser tardia e, segundo, por se tratar de uma retaliação contra os eleitores que na última eleição intercalar para a escolha do presidente do município demonstrou a sua insatisfação em relação ao partido Movimento Democrático de Moçambique (MDM). Lembrem-se de que os vendedores ambulantes voltaram a ocupar os passeios a convite do partido de Américo Iemele, sobretudo na pessoa de Manuel Tocova.

Portanto, no lugar de desencadear uma campanha contra os vendedores da rua, o presidente interino da cidade de Nampula devia aproveitar o pouco tempo que lhe resta na gestão do município para ocupar-se no melhoramento os mercados, que se transformaram num atentado à saúde pública, para além de tapar os buracos nas vias e remover o lixo que tem estado a tirar o sossego dos “nampulenses”.

MOÇAMBIQUE | Centenas de pessoas marcham em apoio a Nyusi em Manica


Membros de organizações da sociedade civil e do partido no poder saíram às ruas de Chimoio para apoiar os consensos alcançados entre a FRELIMO e a RENAMO no âmbito do processo de descentralização.

Centenas de pessoas saíram este sábado (17.02) às ruas de Chimoio, a capital da província de Manica, numa marcha em apoio ao presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, pelos consensos alcançados com o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, no âmbito do diálogo político sobre o processo de descentralização.

Os manifestantes percorreram diferentes ruas e avenidas da capital provincial, cantando, empunhando dísticos, cartazes, panfletos, e vestindo camisetas com a mensagem: "Nós queremos a paz". A marcha foi convocada por organizações da sociedade civil e teve a participação de militantes da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), o partido no poder.

O presidente do Conselho Distrital da Juventude em Chimoio (CDJ), Soares Juga Ferro, disse que a camada jovem da população decidiu ir às ruas para pressionar a RENAMO a seguir com o processo de paz e desmilitarizar o seu braço armado. Para Soares, a paz efetiva irá aumentar os investimentos no país e as oportunidades de emprego para os jovens.

"O futuro de Moçambique está nas mãos dos jovens. Eles estão esperançosos em ver e testemunhar o regresso à paz, que é um grande catapulto para o desenvolvimento de um país próspero, com a juventude na vanguarda. Ele [Filipe Nyusi] deslocou-se para as matas da Gorongosa onde foi se encontrar com o líder da RENAMO na busca deste consenso que hoje estamos a testemunhar. Por esta razão nos unimos e estamos aqui a marchar", afirmou Soares Juga Ferro.

A primeira-secretária do Comité Provincial da FRELIMO em Manica, Ana Armando Chapo, disse que o evento surge igualmente para saudar o calar das armas em face das recentes hostilidades que o país testemunhou, em particular, naquela província. "Essa marcha é de saudação aos esforços que o presidente Nyusi tem estado a fazer em prol da paz", afirmou.

O governador da província de Manica, Alberto Ricardo Mondlane, destacou a importância da presença da sociedade civil. "As boas coisas devem ser celebradas, e uma das coisas boas para o povo moçambicano é a paz. Sem paz, não podemos fazer nada. Já temos experiência disso", frisou o governador.

Descentralização

O acordo entre a FRELIMO e a RENAMO, anunciado na semana passada por Filipe Nyusi, prevê que os governadores das províncias e os administradores dos distritos passem a ser indicados por quem ganha as eleições para as respetivas assembleias, em vez de serem nomeados pelo poder central. A proposta de revisão da Constituição depositada na Assembleia da República para apreciação também estabelece que os presidentes de municípios deixem de ser eleitos diretamente e passem a emanar das assembleias municipais.

Em entrevista à agência Lusa, o filósofo moçambicano Severino Ngoenha criticou as negociações. "Este acordo é estruturalmente fraco, porque ele compreende a dinâmica de dois partidos e deixa de lado aquilo que é a vontade popular", disse. Para o filósofo, retirar o direito de voto direto ao povo nas eleições dos presidentes e dos municípios revela que a política está a fugir dos problemas reais do povo. "A descentralização que se propunha recentrou o poder. O partido político vai ser o novo monarca", afirmou.

Na fundamentação da proposta de revisão da Constituição, o Executivo moçambicano justifica a alteração ao nível autárquico como uma forma de simplificar o processo eleitoral, tornando-o igual para todos os níveis da administração, ou seja, com a eleição de uma assembleia, que indica quem dirige.

Relativamente aos assuntos militares, o Presidente moçambicano sublinhou que consensos estão a ser alcançados em matéria de desarmamento, desmobilização e reintegração dos efetivos da RENAMO.

Bernardo Jequete (Manica), Agência Lusa | em Deutsche Welle

ANGOLA | A vassoura da democracia

Jornal de Angola | Editorial

Os ventos de democracia, de cada vez mais exigência para a prestação de contas por parte dos poderes públicos e, acima de tudo, da obrigação de satisfazer as expectativas das populações, varrem claramente o continente africano desde há alguns meses.

O que se passou no Zimbabwe e muito recentemente na Etiópia e na África do Sul, demonstram que as lideranças africanas não podem ficar indiferentes ao rácio entre a governação e resolução dos problemas das populações. Governar com poder e autoridade para fazer mudanças pelo bem-estar das populações está ligado a outra, que é ser governado para ver o cumprimento da agenda de governação. Quando há um distanciamento grande entre aqueles dois elos de um mesmo segmento deteriora-se o convívio entre governantes e governados, tal como sucedeu nos países mencionados.

As lideranças anteriores tinham sido forçadas a demitirem-se naqueles países, por razões, entre muitas outras, ligadas basicamente à não satisfação das suas expectativas, parte delas traduzidas na inobservância das promessas eleitorais e excessos. 

Na verdade, os políticos são eleitos regularmente sob uma espécie de contrato com os eleitores e é razoável que as agendas dos políticos sejam consentâneas com a realidade. 

A estratégia política deve ser moderada, exequível, baseada em variáveis e metas alcançáveis, com uma reduzida margem de erro, que permita à população compreender a situação e não se sentir defraudada.

Quando as suas agendas falham, as lideranças africanas, sobretudo aquelas que lutam democraticamente pelo exercício e manutenção do poder, devem ser as primeiras a fazer leituras que inviabilizem a mobilização das ruas.  

Não colhe a ideia segundo a qual as promessas são feitas numa dada altura e sob uma conjuntura que, passado algum tempo e por factores alheios à força humana, podem acabar em incumprimentos e sem responsabilização. Essa visão, de que se pode prometer tudo e nada cumprir, além de não dignificar a arte de fazer a política, está na base das crises que algumas democracias africanas enfrentam. 

Governar pressupõe prever e, independentemente das dificuldades, é sempre expectável que as lideranças políticas ajustem as suas agendas aos desígnios das populações, comuniquem mais e sejam realistas na execução dos seus programas de governação. 

Não há mal nenhum em admitir a desaceleração ou fracasso na execução de um determinado programa ou parte do mesmo, com uma boa estratégia de transparência, prestação de contas e comunicação que ajudam a minimizar a indignação popular. 

Hoje, já não faz sentido para as lideranças africanas fazerem-se eleger democraticamente e esperar que todas as suas acções da governação sejam legitimadas, mesmo com uma grande desproporcionalidade dos indicadores económicos e sociais. 

É preciso que as lideranças que se encontram no poder e que por razões ligadas ao seu desempenho, em desencontro com as expectativas das populações, sejam as primeiras a fazer leituras do contexto e evitar o agudizar da situação com crises políticas que custem vidas humanas, bens públicos e privados. 

Auguramos que as lideranças africanas estejam à altura dos desafios que a governação impõe, sendo realistas nas promessas e eficientes na materialização, tendo sempre o povo como destinatário. 

Nenhuma governação pode ser bem sucedida se o seu desempenho contrariar as expectativas das populações na medida em que acaba sempre varrida pelos ventos da democracia.

Angola | AUDITORIA À DÍVIDA PÚBLICA? – O MPLA NÃO VAI CAIR NESSA


O líder da bancada parlamentar da UNITA, maior partido da oposição em Angola, disse hoje que vai submeter ao Parlamento um pedido para constituição de uma comissão de inquérito à dívida pública, defendendo igualmente a realização de uma auditoria. De derrota em derrota até à vitória final, espera o Galo Negro.

Adalberto da Costa Júnior falava à imprensa no final da sessão de aprovação do Orçamento Geral do Estado (OGE) para o exercício económico de 2018, que contou com voto contra da UNITA.

“Nós temos ainda o inquérito ao BESA [Banco Espírito Santo Angola] não foi feito, à Sonangol não foi feito, ao Fundo Soberano, anda nos gabinetes, nas gavetas, mas posso dizer-vos que vai entrar uma [pedido de constituição] comissão parlamentar de inquérito à dívida pública. Já temos tudo pronto”, disse.

O deputado referiu que o executivo manifestou publicamente estar aberto a uma auditoria à dívida pública, mas “não faz”, como também até ao momento não foi entregue a lista das organizações financiadas de utilidade pública prometida pelo ministro das Finanças.

“Nenhuma das iniciativas fundamentais, a despartidarização do OGE é fundamental, não fizeram, continuamos com os mesmos vícios tal como aqui foi dito e sobre estas matérias lamentamos, porque nós pedimos essas mudanças e o Governo não foi corajoso o bastante para as fazer e não pode. Não se formata o futuro desta forma”, disse Adalberto da Costa Júnior.

Questionado pelos jornalistas à saída da sessão de hoje no Parlamento sobre a meta da dívida pública angolana, o ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, disse que é preciso trabalho para garantir níveis de crescimento que a tornem sustentável.

“Porque mesmo as economias mais avançadas do mundo têm défice nos seus orçamentos, o importante é fazer com que haja um crescimento que seja sustentável e permita fazer com que essa dívida não se torne uma dívida problemática”, disse.

Sobre se o Governo se mantinha aberto a uma auditoria à dívida pública, como proposto pela UNITA, Manuel Nunes Júnior não respondeu.

Agora o ministro não responde porque o mandaram estar caladinho quanto a este assunto. Recorde-se que a admissão dessa possibilidade foi feita aos deputados pelo próprio ministro de Estado e do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, durante a discussão da proposta de lei do OGE na Assembleia Nacional.

“Em nome do rigor e da transparência da gestão pública, não nos opomos para que sejam accionados todos os elementos legais que assegurem a concretização deste princípio, incluindo auditorias”, disse Manuel Nunes Júnior.

Recordando que “ninguém pode ficar acima da lei”, o ministro explicou, ainda assim, que o Tribunal de Contas já pode, actualmente, ao preparar o seu parecer, fazer as averiguações necessárias sobre qualquer parte da gestão do país, incluindo a dívida pública.
“Portanto, não vemos que esse aspecto não possa ser implementado”, disse Manuel Nunes Júnior.

A dívida pública governamental (que exclui a contraída pelas empresas públicas angolanas), já ultrapassou o equivalente a 67% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, segundo dados de Janeiro do Ministério das Finanças.

A despesa do OGE para 2018 com a dívida pública é uma das maiores preocupações admitidas pelo Governo angolano, que assume o objectivo, segundo o ministro das Finanças, Archer Mangueira, de “alterar a actual trajectória”, através de um “exercício de consolidação fiscal”.

O ministro das Finanças explicou a 18 de Janeiro que o Estado vai precisar de contrair 1,128 biliões de kwanzas de dívida (4.370 milhões de euros) em 2018, enquanto necessidades líquidas, acrescido de 4,153 biliões de kwanzas (16.000 milhões de euros) para pagar o serviço da dívida actual, respeitante a este ano.

Recorde-se que a agência de notação financeira Moody’s prevê que a dívida pública de Angola suba para mais de 70% do PIB no primeiro trimestre deste ano, crescendo 10 pontos percentuais só desde Outubro.

“A dívida global de Angola face ao PIB já subiu 10 pontos percentuais para além do nível que a Moody’s antecipava em Outubro de 2017″, quando a agência de notação financeira desceu o ‘rating’ do país para B2, ainda mais abaixo na recomendação de não investimento, escrevem os analistas na nota que acompanha a decisão de colocar a avaliação da qualidade do crédito em revisão negativa.

O aumento da dívida pública angolana deveu-se essencialmente “à depreciação do kwanza face ao dólar e ao apoio financeiro dado às empresas públicas no ano passado”, o que faz com que a Moody’s estime que a dívida pública tenha chegado aos 74 mil milhões de dólares, cerca de 66% do PIB, no final do ano passado”.

Isto, “juntamente com o ajustamento cambial em curso e com a eliminação de 5 mil milhões de dólares em atrasos a fornecedores, [faz com que] o rácio da dívida deva ultrapassar os 70% no final deste trimestre”.

Folha 8 com Lusa

BRASIL | Uma aventura temerária


Ao envolver Exército numa intervenção esdrúxula, presidente quer embaralhar debate eleitoral e converter Segurança no grande tema. Militares aceitarão associar-se a governo corrupto, entreguista e impopular?

Lúcio Flávio Rodrigeus de Almeida* | Outras Palavras

É altamente provável que os acontecimentos de ontem para hoje contribuam para superar um debate entre as forças populares e democráticas, inclusive entre os que se proclamam mais à esquerda: desde o processo de deposição da presidenta Dilma Rousseff, está em curso um golpe de Estado. E, apesar de suas inegáveis vitórias imediatas, os golpistas, até porque envolvidos em disputas nas quais se denunciam reciprocamente por práticas muito pouco republicanas, se desmoralizam cada vez mais.

Daí a extrema dificuldade para encontrarem uma candidatura capaz de se sagrar vitoriosa contra seu principal adversário: o ex-presidente Lula. Gostando ou não deste, impõe-se reconhecer que, desde o início do golpe, foi o único político brasileiro que cresceu considerável e consistentemente, apesar da implacável perseguição que sofreu. A quantas anda o Aécio? E o Cunha? Quem diria que o inferno astral do Crivella começaria tão cedo? Por melhores que tenham sido as relações de Lula com as principais forças que implementaram e/ou se beneficiaram com seus dois mandatos, ele se tornou um grande obstáculo à consolidação eleitoral do golpe. Bloquear sua candidatura é estratégico para as forças golpistas, a menos que estas consigam força e unidade para promover rápida mudança de regime ou forma de governo. Daí a condenação em segunda instância e velocidade máxima por três prodígios em leitura dinâmica, em um processo que gerou um misto de indignação e chacota, mesmo entre os jornais conservadores de outros países, a começar pelos EUA, tão elogiados pelos que apoiaram o golpe.

O problema é que, desde o início, as forças golpistas são heterogêneas e contraditórias. No dia seguinte à condenação, um festival de denúncias expôs os estreitos vínculos de heróis do judiciário com vantagens de escassa legitimidade que, aos olhos cada vez mais atentos de amplos contingentes das classes populares, apequenavam as acusações (jamais provada) que levaram à condenação (e possível prisão) do líder petista.

É muito difícil nos recordarmos de um governo tão envolvido em ostensivos expedientes de corrupção como o atual, que, para se manter, recorre a explícitas manobras que podem ser sintetizadas como mais das mesmas. Daí as piruetas inglórias dos grandes meios de comunicação brasileiros, os porta-vozes do golpe: denunciar as ladroeiras e, ao mesmo tempo, ungirem estes larápios com a nobre missão de adotarem políticas profundamente antidemocráticas, antipopulares e antinacionais, mas apresentadas como condições indispensáveis à salvação do país. Assim como ocorreu em relação ao apoio que deram à ditadura militar, mais tarde os grupos Folha e Globo farão autocrítica.

Neste processo, a impopularidade dos políticos profissionais, a começar pela do atual chefe do Executivo, despencou, o que dificulta a escolha de uma candidatura viável. Não por acaso, setores da grande finança se encantam com o Bolsonaro.

Até agora, as Forças Armadas mantiveram, via de regra, atuação discreta. Vincular-se a um governo cujos líderes recebem os codinomes de Caju, Angorá, Botafogo, Mineirinho e Todo Feio é muito difícil de convergir com qualquer coisa que passe por interesse estratégico nacional. Quando abandonaram esta posição, por exemplo, ao intervirem na Rocinha, o resultado só não foi mais desastroso porque ocorreu rápida mudança de rumo.

Em um país com cerca de doze milhões de desempregados, na iminência de voltar ao mapa da fome e com o nada casual incremento do número de bilionários (grande parte ligada à especulação), estrategistas pensam que basta aperfeiçoar (?) os mecanismos de repressão para assegurar a paz social?

Começou no Rio. Como termina?

O nosso lado é o da democracia. Mas “só” isto será difícil de empolgar o povo, pois os grandes meios de comunicação insistem o tempo todo na tecla da segurança, como se a maior parte da população brasileira, especialmente a de pele negra ou assemelhada, não vivesse sob permanente fogo cruzado. Não abrimos mão da luta pelo direito à vida digna, o que passa pelo acesso à moradia, ao ensino público de qualidade e pelo combate às retrogradas mudanças da legislação trabalhista e da previdência social. Como todos sabem, democracia não se resume a votar periodicamente, mas implica efetiva participação popular na vida política.

Resta saber o que e quem, mais uma vez e de modo muito mais grave, envolve as Forças Armadas nesta aventura que, por mais sucesso midiático que tenha no curto prazo, não resolverá problema algum (como ocorreu com a lava jato). As quais podem incorrer em um dilema atroz: ou fazem política de governo (deste governo!), no caso até eleitoral, ou fazem uma política de Estado que pode reforçar uma ordem ilegítima e aprofundar a mudança de regime. É lamentável que isto aconteça pari passu com a destruição da indústria de construção naval, a declarada intenção de desnacionalizar a Embraer e o esquartejamento da Petrobrás. Ou seja, políticas que favorecem empresas estrangeiras muito bem amparadas por seus respectivos Estados nacionais e, no Brasil, contribuem para aumentar o número de condenados da terra, sérios candidatos a vítimas de futuras operações de “segurança” que objetivamente contribuem para reproduzir o que se chama de “escravidão social”.

Sabemos como intervenções militares começam e como costumam terminar.

Cabe às forças democráticas, nacionais e populares manifestar nossa clara desaprovação.

* Lucio Flavio Almeida - Departamento de Política da PUC-SP; Editor da revista Lutas Sociais

CONGRESSO PSD | A sensação de azia na sala


Anselmo Crespo | TSF| opinião

Se há coisa com que os grandes partidos lidam mal, é com a ausência do poder.

Deixar o poder é como deixar o tabaco. Os primeiros tempos são insuportáveis. Fica-se irritadiço. Sem paciência. O corpo implora pela nicotina. A boca suplica pelo cigarro. Os dedos sentem-se lassos, sem um filtro para apertar.

Mascar uma pastilha, ou ter sempre uma caneta na mão, não compensa a ausência do cigarro, mas ajuda a suportar a privação. Nos grandes partidos é a mesma coisa. O pequeno poder não compensa a ausência do grande poder, mas ajuda a tornar tudo muito mais suportável. Não impede a irritação, a ressaca e a impaciência, mas ajuda a suportar um dia de cada vez.

Rui Rio sabe isso muito bem. E, não por acaso, no primeiro discurso que fez ao congresso, deixou o aviso: "Os partidos existem para servir o país, não existem para dar corpo às suas pequenas táticas, nem aos interesses dos seus dirigentes". A sala gelou. Os aplausos tímidos - muito tímidos - não disfarçaram o incómodo de tantos que, sentindo-se órfãos da anterior liderança, temem agora pelo que lhes possa vir a acontecer daqui para a frente.

Nos últimos três anos, o PSD foi, progressivamente, perdendo poder. Primeiro perdeu as Europeias. Depois ganhou as legislativas, mas António Costa roubou-lhe o poder. E, em 2017, as autárquicas foram uma espécie de machadada final nos sociais democratas, que chegaram a ser o maior partido autárquico português.

Nos últimos três anos, houve muitos militantes que ficaram sem emprego. Pior que isso, houve muitos militantes que foram, progressivamente, perdendo os seus pequenos poderes. As guerras intestinas nas concelhias e nas distritais um pouco por todo o país e os jogos de bastidores que degradam a imagem dos políticos e dos partidos foram a consequência mais visível num partido que estava em queda acelerada. A saída de cena de Passos Coelho não matou esperança dos que ainda acreditaram que, com Pedro Santana Lopes, o poder não lhes escaparia completamente entre os dedos das mãos.

Mas Santana Lopes não ganhou. E Rui Rio, que durante a campanha interna já tinha avisado que ia pegar na vassoura, agora voltou a fazê-lo no congresso. Essa é uma das grandes incógnitas em torno da nova liderança de Rui Rio. Até que ponto conseguirá o novo presidente do PSD recuperar um partido que está fragmentado, sem rumo, sem ideias, sem liderança?

A primeira condição para ser bem-sucedido é conseguir afirmar-se como uma verdadeira alternativa a António Costa. E provar uma tese antiga, de que Rio é mais popular no país do que dentro do seu próprio partido. Depois tem de saber rodear-se das pessoas certas. E por certas, entenda-se competentes. Por fim, tem de conseguir fazer a tal limpeza no partido, sem se comportar como um elefante numa loja de porcelana.

Se conseguir fazê-lo, Rui Rio não tem que se preocupar muito com os críticos internos. Tipicamente, nos grandes partidos, os militantes movem-se em manada. Sempre na direção do poder e sempre na esperança de que sobre algum para eles. Mas se ao nariz dos militantes não começar a chegar o cheiro a poder e se, ao mesmo tempo, internamente ficarem feridas abertas (daquelas que demoram anos a sarar), Rui Rio arrisca-se a ter uma curta história como líder do PSD.

Para já, na sala do congresso do PSD, em Lisboa, há uma clara sensação de azia, uma indisposição mal disfarçada pelos sorrisos de circunstância e pelos abraços de união. É tomar uns sais de frutos. Ou colar um penso de nicotina.

Foto: Adriano Miranda, Público

PORTUGAL| Bajulação e baba corre como rio no Big Show PSD


Carlos Tadeu, Setúbal

O PSD está em congresso desde ontem, sexta-feira. É o 37º congresso. Passos Coelho foi o primeiro orador. Disse adeus e mais umas patacoadas. Rui Rio, o recém eleito presidente do partido, interveio a seguir, mais do mesmo: muita parra que vai fluir em pouca uva. Mostrou-se antagónico ao Bloco Central e classificou extermistas aos de esquerda. Rio no seu melhor, aos ziguezages aparentes mas sempre à direita da alta finança, dos banqueiros e dos grandes empresários, do tira e rapa ao povo para dar aos bancos e aos outros detentores do capital que cava as desigualdades e reivindica salários de miséria, pensões e reformas de miséria para a vasta maioria dos que em Portugal trabalharam uma vida a serem explorados pelos que detêm as fortunas, por criminosos corruptores e corruptos que trazem à babuja políticos instalados nos poderes decisórios quando eleitos.

Temos badana para todo o fim de semana, o 37º congresso. A comunicação social explora o momento até à exaustão, para formar e informar… ou para manipular os que sejam menos cuidadosos e avisados. A palavra é a de que o PSD vai mudar. Existem até os que consideram que o PSD foi demasiado para a direita no sultanato de Passos Coelho e que meteu a social democracia na gaveta. Social democracia que Rui Rio vai agora rebuscar e reimplantar no partido. Acredite quem quiser, assim, de uma penada e sem obra feita. Dêmos tempo ao tempo e deixemos Rio sair da casca. Para já vai atirar-se à esquerda do PS como cão em jejum há mais de duas semanas. À esquerda a que chama extremista procurará isolá-la de forma a acabar de vez com a chamada geringonça. Dividir para fragilizar o PS, recuperá-lo como aliado. E reinar com as políticas de direita do costume, que cava com profundidade as desigualdades e aprofunda o fosso das ditas. Vêm aí mais catástrofes sociais se cairmos no anzol de Rio, deste seu PSD.

Neste congresso veremos o impacto – depois as consequências – da moção sobre injustiças sociais e desigualdades que é preciso combater. Os autores são do PSD, Pedro Duarte e Carlos Moedas. E depois o que farão na política e nas decisões após o congresso. O que fará Rio? Claro que este é um falso íman para cativar os que fugiram a sete pés do PSD, eleitores. Na prática irá redundar em uns cêntimos mal-coados para a ralé. A tal política de cêntimos para ti (a maioria, o povo) muitos milhões para mim (os senhores do capital que afinal são os patrões e donos destes políticos que elegemos muito estupidamente).

Entretanto, a pretexto do congresso, Cavaco Silva veio a público com declarações. Elogiou Passos, Rio, António Costa e a Procuradora Geral da República. Sobre ela Cavaco disse não compreender que viessem falar da sua substituição tão fora do tempo. Afinal o mandato dos PGR são da cariz único ou não? E se são porque teimam em os prolongar? Dá jeito a uns e nem tanto a outros? A “caldeirada entre políticos e a justiça é enorme e tem muitas espinhas. É o que tem parecido. E muitas vezes o que parece é. Como tantos dos ilustres dizem.

Hoje, sábado, o congresso prossegue. Amanhã também. Até agora têm-se andado a lamber uns aos outros. Eu elogio-te, tu elogias-me. Até Luísa Albuquerque fez voz na comunicação social. Entre muitas disse que Passos foi o maior, um grande PM… Eles lambem-se uns aos outros, enaltecem-se e reivindicam as suas grandes qualidades na recuperação económica de Portugal. Foram os melhores e os maiores. Mas o povo é que passou fome, caiu na maior das misérias com os apertos de cinto. Perdeu anéis e dedos, casas e até a vida. Muitos idosos morreram devido aos cortes para doações aos bancos e banqueiros – vigaristas ou não. Muitos suicidaram-se. Muitas famílias ficaram desfeitas por perda de empregos, por carências que não suportaram com unidade… Mas sim, pois. Eles, elas (a Albuquerque), esses tais políticos, governantes e troikos, é que foram uns grandes personagens. Sim, foram. Foram os “artistas” das autorias das situações extremamente milhentas de imposições de fome, miséria e mortes das populações. Os ricos ficaram mais ricos e os pobres muito mais pobres. E a pobreza aumentou, na afetação em números enormes, para os portugueses. Eis que agora as migalhas que o atual governo PS está a repor do que às populações lhes foi retirado e negado ao longo dos anos  da governação pela direita, PSD/CDS, é muitas vezes contestado por essa direita. Rui Rio já disse sobre isso que primeiro está o pagamento da dívida… Entende-se que por ele na governação os portugueses continuariam a passar fome e na mais das angustiosas miséria.

O descaramento de certos e incertos políticos que na governação tomaram decisões terríveis nas consequências danosas para os portugueses é inolvidável e inadmissível numa sociedade que se pretende democrática, transparente, justa. Livre de seitas e grupelhos que distribuem entre eles e seus próximos o que pertence ao país, aos portugueses. Nisso, Cavaco Silva, o PSD e o PS têm muito para se retratarem. Curiosamente, em vez disso, mascaram-se de heróis, de salvadores da Pátria. Saibam que sabemos que tal não corresponde à realidade.

A seguir iremos acrescentando algumas notícias e dicas à laia de guia do congresso em marcha e da bajulação e baba que por lá corre como rio. Senhoras e senhoras, eis o Big Show PSD.

CT | Foto em TSF

AS NOTÍCIAS E DICAS MAIS RELEVANTES DO 37º CONGRESSO PSD

"Não é fácil bater a geringonça, mas é preciso bater a geringonça" – Passos

Entrou como líder do partido e saiu como mais um soldado disponível para contribuir para a união do partido. "Disponham e até sempre".


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Bloco central? "Perdem tempo com o sexo dos anjos..." - Rio

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Cavaco elogia Rio, Passos e António Costa

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- Em atualização

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