Carlos Tadeu, Setúbal
O PSD está em congresso desde
ontem, sexta-feira. É o 37º congresso. Passos Coelho foi o primeiro orador. Disse
adeus e mais umas patacoadas. Rui Rio, o recém eleito presidente do partido,
interveio a seguir, mais do mesmo: muita parra que vai fluir em pouca uva. Mostrou-se
antagónico ao Bloco Central e classificou extermistas aos de esquerda. Rio no
seu melhor, aos ziguezages aparentes mas sempre à direita da alta finança, dos
banqueiros e dos grandes empresários, do tira e rapa ao povo para dar aos
bancos e aos outros detentores do capital que cava as desigualdades e
reivindica salários de miséria, pensões e reformas de miséria para a vasta maioria
dos que em Portugal trabalharam uma vida a serem explorados pelos que detêm as
fortunas, por criminosos corruptores e corruptos que trazem à babuja políticos
instalados nos poderes decisórios quando eleitos.
Temos badana para todo o fim de
semana, o 37º congresso. A comunicação social explora o momento até à exaustão,
para formar e informar… ou para manipular os que sejam menos cuidadosos e
avisados. A palavra é a de que o PSD vai mudar. Existem até os que consideram
que o PSD foi demasiado para a direita no sultanato de Passos Coelho e que
meteu a social democracia na gaveta. Social democracia que Rui Rio vai agora
rebuscar e reimplantar no partido. Acredite quem quiser, assim, de uma penada e
sem obra feita. Dêmos tempo ao tempo e deixemos Rio sair da casca. Para já vai
atirar-se à esquerda do PS como cão em jejum há mais de duas semanas. À
esquerda a que chama extremista procurará isolá-la de forma a acabar de vez com
a chamada geringonça. Dividir para fragilizar o PS, recuperá-lo como aliado. E
reinar com as políticas de direita do costume, que cava com profundidade as
desigualdades e aprofunda o fosso das ditas. Vêm aí mais catástrofes sociais se
cairmos no anzol de Rio, deste seu PSD.
Neste congresso veremos o impacto
– depois as consequências – da moção sobre injustiças sociais e desigualdades
que é preciso combater. Os autores são do PSD, Pedro Duarte e Carlos Moedas. E
depois o que farão na política e nas decisões após o congresso. O que fará Rio?
Claro que este é um falso íman para cativar os que fugiram a sete pés do PSD,
eleitores. Na prática irá redundar em uns cêntimos mal-coados para a ralé. A
tal política de cêntimos para ti (a maioria, o povo) muitos milhões para mim
(os senhores do capital que afinal são os patrões e donos destes políticos que
elegemos muito estupidamente).
Entretanto, a pretexto do
congresso, Cavaco Silva veio a público com declarações. Elogiou Passos, Rio,
António Costa e a Procuradora Geral da República. Sobre ela Cavaco disse não
compreender que viessem falar da sua substituição tão fora do tempo. Afinal o
mandato dos PGR são da cariz único ou não? E se são porque teimam em os
prolongar? Dá jeito a uns e nem tanto a outros? A “caldeirada entre políticos e
a justiça é enorme e tem muitas espinhas. É o que tem parecido. E muitas vezes
o que parece é. Como tantos dos ilustres dizem.
Hoje, sábado, o congresso
prossegue. Amanhã também. Até agora têm-se andado a lamber uns aos outros. Eu
elogio-te, tu elogias-me. Até Luísa Albuquerque fez voz na comunicação social.
Entre muitas disse que Passos foi o maior, um grande PM… Eles lambem-se uns aos
outros, enaltecem-se e reivindicam as suas grandes qualidades na recuperação
económica de Portugal. Foram os melhores e os maiores. Mas o povo é que passou
fome, caiu na maior das misérias com os apertos de cinto. Perdeu anéis e dedos,
casas e até a vida. Muitos idosos morreram devido aos cortes para doações aos
bancos e banqueiros – vigaristas ou não. Muitos suicidaram-se. Muitas famílias
ficaram desfeitas por perda de empregos, por carências que não suportaram com
unidade… Mas sim, pois. Eles, elas (a Albuquerque), esses tais políticos,
governantes e troikos, é que foram uns grandes personagens. Sim, foram. Foram
os “artistas” das autorias das situações extremamente milhentas de imposições
de fome, miséria e mortes das populações. Os ricos ficaram mais ricos e os
pobres muito mais pobres. E a pobreza aumentou, na afetação em números enormes,
para os portugueses. Eis que agora as migalhas que o atual governo PS está a
repor do que às populações lhes foi retirado e negado ao longo dos anos da governação pela direita, PSD/CDS, é muitas
vezes contestado por essa direita. Rui Rio já disse sobre isso que primeiro está
o pagamento da dívida… Entende-se que por ele na governação os portugueses
continuariam a passar fome e na mais das angustiosas miséria.
O descaramento de certos e
incertos políticos que na governação tomaram decisões terríveis nas consequências
danosas para os portugueses é inolvidável e inadmissível numa sociedade que se
pretende democrática, transparente, justa. Livre de seitas e grupelhos que distribuem
entre eles e seus próximos o que pertence ao país, aos portugueses. Nisso,
Cavaco Silva, o PSD e o PS têm muito para se retratarem. Curiosamente, em vez
disso, mascaram-se de heróis, de salvadores da Pátria. Saibam que sabemos que
tal não corresponde à realidade.
A seguir iremos
acrescentando algumas notícias e dicas à laia de guia do congresso em marcha e da bajulação
e baba que por lá corre como rio. Senhoras e senhoras, eis o Big Show PSD.
CT | Foto em TSF
CT | Foto em TSF
AS NOTÍCIAS E DICAS MAIS RELEVANTES DO 37º CONGRESSO PSD
"Não é fácil bater a
geringonça, mas é preciso bater a geringonça" – Passos
Entrou como líder do partido e
saiu como mais um soldado disponível para contribuir para a união do partido.
"Disponham e até sempre".
Rio e Santana alcançam acordo
para listas de unidade
Os representantes do presidente
eleito do PSD e do seu adversário nas diretas chegaram a acordo para listas de
unidade aos órgãos nacionais do partido exceto a Comissão Politica Nacional.
Bloco central? "Perdem tempo
com o sexo dos anjos..." - Rio
No discurso de abertura como novo
líder do PSD, Rui Rio prometeu atacar as autárquicas, modernizar o partido e
acabar com a politização da Justiça. O mais importante foi o afastamento ao PS:
"Esquecem-se que não ganharam as eleições".
"Caaalma,
somos todos do mesmo partido": António e a carta aberta a Rio
Durante este sábado tem estado um
militante do PSD à porta do Centro de Congressos de Lisboa a entregar a quem
lhe estende a mão uma carta aberta a Rui Rio. Este ativista, como se chama, diz
que são "sugestões".
"Gostava que Passos Coelho
voltasse a ser primeiro-ministro" - Albuquerque
A ex-ministra das Finanças
desvaloriza o crescimento e deixa farpas a Costa. Se Rio não vencer as próximas
legislativas, não descarta candidatar-se à liderança do PSD: "Tenho 50
anos, porque não?
Cavaco elogia Rio, Passos e
António Costa
Em fim de semana de congresso do
PSD, o ex - Presidente da República não se alonga em comentários políticos por
estar afastado da vida político-partidária. Cavaco deixa, no entanto, elogios a
Passos e Rio. Quanto a Costa, considera-o um politico muito hábil.
- Em atualização
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