@Verdade | Editorial
Hoje, parece que nenhum
moçambicano tem dúvidas de que eles, o Governo da Frelimo, têm estado a
postergar o desenvolvimento socioeconómico do país. Hoje ninguém tem mais
dúvidas de que há quatro décadas temos vindo a ser enganados e roubados por uma
corja de insensíveis que estão marimbando-se com o sofrimento do povo. Já não
temos dúvidas de que os nossos governantes são vampiros políticos que medram à
custa do sofrimento de todos os moçambicanos.
Os tempos que vivemos são de
grande crise política, moral, social e, acima de tudo, económica. Mas mesmo em
crise económica essa corja de governantes anda afogada em massificados almoços
e jantares, regados com vinho e uísque dos mais caros que existem no mercado
nacional e internacional. Enquanto isso a população moçambicano vive ao
Deus-dará, a morrer nas filas de hospitais por falta de assistência médica e
medicamentosa, na expectativa de um futuro melhor prometido por que anda
preocupado em levar água ao seu moinho.
A notícia dando conta da detenção
de Manuel Chang, antigo ministro das Finanças que assinou Garantias bancárias
violando a Constituição da República de Moçambique, acusado pela justiça
americana de fraude electrónica, fraude de valores mobiliários, suborno e
branqueamento de capitais, vem colocar a nu tudo que já sabíamos: andamos a ser
roubados desde 1975.
Chang assinou as Garantias
Bancárias que permitiram a contratação das dívidas das empresas Proindicus,
EMATUM e MAM violando a Constituição da República e as leis orçamentais de 2013
e de 2014. Este sujeito e os seus comparsas receberam subornos em milhões de
dólares norte-americanos. Estes gatunos enganaram e defraudaram investidores
dos Títulos Soberanos da Proindicus, EMATUM e MAM, e transportaram e transferiram
dinheiro de/para os Estados Unidos da América, e ainda conspirar para cometer
crime de branqueamento de capitais.
Devido a essa situação, colocaram
o país de rasto. Esses, sem dúvidas, argumentos mais do que suficientes para os
moçambicanos abandonarem o sossego dos seus lares e fazerem-se às ruas para
exigir explicações e justiça. Ou seja, diante do que temos vindo a assistir,
ousemos sair à rua, empunhando dísticos (e gritando alto e bom som)
demonstrando a nossa revolta, a nossa indignação contra os indivíduos que
venderam o país.
Portanto, é, sem sombras de
dúvida, um caminho de “porta estreita”, mas não há outro para derrubarmos os
grandes interesses económicos e financeiros que nos oprimem e nos colocaram
numa situação de crise sem precedentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário