@Verdade | Editorial
De acordo com o Índice de
Democracia elaborado anualmente pelo “The Economist”, a posição de Moçambique
deteriorou-se em 2018, passando a ser como um regime autoritáro. Pesaram para
esta vergonhosa classificação as eleições autárquicas realizadas em Outubro passado,
onde vergonhosamente assistimos a um retrocesso no processo democrático no
país.
A situação mais recente é a de
Marromeu, na província de Sofala, onde repetiu-se a votação em oito mesas
devido a irregularidades, entretanto mesmo os resultados da segunda votação são
contestados pela Renamo e pelo MDM. Além disso, a péssima actuação dos órgãos
eleitorais e o Conselho Constitucional, que mesmo diante de evidências de
fraude v validou os resultados.
É bom que se reconheça que essa
péssima classificação de Moçambique é o reflexo da má governação e a verdadeira
face do Governo da Frelimo que tem estado a empurrar este país para a sarjeta.
Há quatro décadas, os moçambicanos têm vivido por depois de um regime
autoritário que o único sentido de governação que tem é amedrontar e oprimir a
população, sobretudo quando este se faz à rua p'ra exigir os seus direitos ou
explicações sobre uma determinada situação.
A detenção ilegal do jornalista
da Rádio Comunitária Nacedje, Amade Abubacar, há sensivelmente duas semanas, em
Macomia, é sintomático do quão autoritário é o regime da Frelimo. O jornalista
foi preso na manhã do dia 05 de Janeiro em curso, quando entrevistava e
fotografava populares que chegavam à vila de Macomia, supostamente à procura de
refúgio na sequência dos ataques que assolam aquele distrito, protagonizados
por grupos armados, desde Outubro de 2017.
O mais indignante nesta história
é o silêncio cúmplice da Procuradoria Provincial de Cabo Delgado, sobretudo
quando a vítima foi mantido em cárcere num quartel militar no distrito de
Mueda. Esta atitude demonstra uma grave violação à liberdade de Imprensa e de
expressão. Diga-se em abono da verdade, este é o comportamento típico de governos autoritários.
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