Estudo sugere: capitalismo
ingressou em fase desintegradora: caos político e desastres ambientais ampliam
riscos de grande conflito global. Mas é também a brecha para sacudir estruturas
que parecem eternas
Nafeez Ahmed | Outras Palavras | Tradução: Marianna Braghini
Um economista sênior da Comissão
Europeia alertou que uma Terceira Guerra Mundial é “extremamente possível” nos
próximos anos, dada a desintegração do capitalismo global.
Em um artigo (“From Integrated
Capitalism to Disintegrating Capitalism. Scenarios of a Third World War”)
publicado mês passado [19/1], o Professor Gerhard Hanappi afirmou que desde o crash financeiro
de 2008, a
economia global tem se distanciado de um capitalismo “integrado” e caminhado
para uma mudança “desintegradora” marcada pelos mesmos tipos de tendências que
precederam as guerras mundiais anteriores.
Hanappi é professor do Instituto
para Modelos Matemáticos em Economia da Universidade de Tecnologia de Viena.
Ele também compõe o comitê de administração do grupo de
especialização em Riscos Sistêmicos na rede de pesquisas sobre
Cooperação Europeia em Ciência e Tecnologia, financiada pela União Européia.
Em seu novo artigo, Hanappi
conclui que as condições globais carregam inquietantes paralelos com tendências
anteriores à eclosão da I e II Guerras Mundiais. Os sinais-chaves de que
podemos estar escorregando para um terceiro conflito global incluem, segundo
ele:
o aumento inexorável de gastos
militares;
as democracias tornando-se
Estados policiais crescentemente autoritários;
o aumento de tensões geopolíticas
entre grandes potências;
o ressurgimento do populismo
entre a esquerda e a direita;
a derrocada e enfraquecimento de
instituições globais estabelecidas que governam o capitalismo transnacional;
a ampliação implacável de
desigualdades globais.
Estas tendências, algumas das
quais eram visíveis no preâmbulo das guerras mundiais, estão reaparecendo de
novas formas. Hanappi argumenta que a característica definitiva do período
atual é uma transição de uma forma mais antiga de “capitalismo integrado” para
uma nova forma de “capitalismo desintegrado”, cujos aspectos mais visíveis
emergiram após a crise financeira de 2008.
Na maior parte do século XX, ele
diz, o capitalismo global estava em um caminho de “integração” rumo a
concentrações maiores de riqueza transnacional. Isso foi interrompido pelos
surtos de nacionalismo violento envolvendo as duas guerras mundiais. Depois
disso, uma nova forma de “capitalismo integrado” emergiu, baseado em um quadro
institucional que permitiu que países industrializados evitassem uma guerra
mundial por 70 anos.
O sistema está agora entrando em
um período de desintegração. Anteriormente, fraturas dentre o sistema entre
ricos e pobres eram superadas “distribuindo um pouco dos ganhos do tremendo
aumento dos frutos da divisão global do trabalho às classes trabalhadoras mais
ricas nestas nações.” Similarmente, tensões internacionais eram dissipadas por
meio de estruturas de governança global e acordos para a regulação do
capitalismo.
Mas desde a crise financeira de 2008, a distribuição de
riqueza piorou, com o poder de compra das classes médias e trabalhadoras
declinando enquanto a riqueza se torna ainda mais concentrada.
O crescimento nos centros
ocidentais de capital transnacional está mais vagaroso, na medida em que os
antes sacrossantos acordos de comércio internacional estão sendo rasgados. Isso
contribuiu para uma reversão ao nacionalismo em que estruturas globais e
transnacionais são rejeitadas e os “estrangeiros” demonizados. À medida em que
o capital global continua a se desintegrar, estas pressões ampliam-se,
particularmente enquanto sua justificativa interna depende cada vez mais em
intensificar a competição com rivais externos.
Enquanto o capitalismo integrado
dependeu de estruturas institucionais transnacionais que permitiram “exploração
estável em nível nacional”, Hanappi argumenta que o “capitalismo em
desintegração” vê esta estrutura desagregar-se entre EUA, Europa, Rússia e
China, cada qual buscando novas formas de subordinação hierárquica dos
trabalhadores.
O capitalismo em desintegração,
ele explica, irá recorrer cada vez mais a “poderes coercitivos diretos apoiados
por novas tecnologias informacionais” para suprimir tensões internas, bem como
uma maior propensão a hostilidades internacionais: “O novo império autoritário
demanda confrontação de uns contra os outros, para justificar sua própria
estrutura interna de comando inflexível.”
Conflito de Grandes Potências
Hanappi explora três cenários
potenciais sobre como um novo conflito global poderia se desencadear. Em seu
primeiro cenário, ele explora a prospecção de uma guerra entre as três
potências militares mais proeminentes: EUA, Rússia e China.
Todas as três viveram grande
aumento dos gastos militares desde o colapso da União Soviética. Uma redução,
no caso dos EUA, a partir de 2011, foi revertida sob Trump; a Rússia manteve o
aumento e as despesas chinesas crescem rapidamente. Os três países também
viveram uma deriva autoritária.
Com base na teoria dos jogos,
Hanappi argumenta que o cálculo de que nenhum destes países seria capaz de
“ganhar” uma guerra mundial pode estar mudando percepções das lideranças destes
países. Segundo uma estimativa, a China tem a maior probabilidade de sobrevivência
num conflito global (52%), seguida pelos EUA (30%) e Rússia (18%). Esse cálculo
sugere que, das três potências, a China pode ser a que está mais inclinada a
ampliar atividades militares hostis diretas que desafiem seus rivais, se
perceber uma ameaça direta ao que vê como seus interesses legítimos.
EUA e Rússia, em contraste, podem
transferir o foco de suas atividades militares para ações mais encobertas,
indiretas e terceirizadas. No caso dos EUA, Hanappi aponta:
“… a estratégia militar de Trump parece incluir a possibilidade de delegar parte da responsabilidade operacional local para vassalos próximos, que recebem apoio maciço de armamentos dos EUA — por exemplo a Arábia Saudita e Israel, no Oriente Médio. A Turquia, um dos braços mais fortes da OTAN na área, é um caso especial. Ela parece ter sido autorizada a destruir um Estado emergente da população curda, o que estaria mais próximo do estilo europeu de governança.”
Há sinais crescentes da
intensificação de tensões entre as grandes potências, o que poderia explodir
devido a um acidente ou uma provocação imprevista, em um conflito global que
ninguém quer.
A guerra comercial entre EUA e
China está acelerando, enquanto ambas potências disputam sobre segredos de
tecnologia e discutem acerca da crescente presença militar da China no Mar da
China Meridional. Enquanto isso, a expansão massiva de Trump da marinha e força
aérea dos EUA aponta para a preparação de um grande conflito com China e
Rússia.
EUA e Rússia abandonaram um
importante acordo nuclear, estabelecido desde a Guerra Fria, abrindo caminho
para uma corrida armamentista nuclear. A Coréia do Norte permanece disposta a
manter seu programa nuclear em andamento, enquanto o desmantelamento de Trump
do acordo nuclear com o Irã desincentiva este país a se desarmar e a relatar
sua situação militar exata.
No ano passado, um estudo
estatístico da frequencia de grandes guerras na história humana avaliou que os
70 anos da chamada “grande paz” não são um fenômeno comum, sugerindo um período
de paz sem precedentes. O estudo concluiu que não havia razão para acreditar
que o período de 70 anos não abriria espaço para uma outra grande guerra.
Pequenas guerras, contágio global
O segundo cenário de Hanappi
explora a prospecção de uma série de “pequenas guerras civis em diversos
países.” Os ingredientes para tal cenário estão enraizados no ressurgimento do
populismo nos campos da esquerda e da direita. “Ambas variantes – às vezes
implicitamente, outras explicitamente – referem-se a uma forma de Estado
histórico nacional passado que se propõem a restaurar,” pensa Hanappi.
Enquanto o populismo de direita
remete aos regimes autoritários e racistas estabelecidos na Alemanha e Itália
na década de 1930, o populismo de esquerda anseia por retornar ao modelo de
“capitalismo integrado” das primeires três décadas após a Segunda Guerra
Mundial, o qual combateu a desigualdade inerente ao capitalismo por meio da
“rede social” do chamado “estado de bem estar”, bem como de várias formas de
intervenção estatal na economia, ainda que num regime de indústria privada.
O problema é que este
“capitalismo integrado” já está enridadeo em suas próprias contradições
internas, o que impulsiona a entrada num período de desintegração.
Isso coloca o populismo de
esquerda em uma posição sistematicamente mais fraca, pois o populismo de
direita pode apontar para os múltiplos fracassos do “capitalismo integrado”: o
fracasso em “superar os antagonismos de classe” e o fracasso em “cumprir a
promessa de uma vida substancialmente melhor para a maioria das pessoas.” De
acordo com Hanappi:
“Os defensores de uma economia integrada são forçados a experimentar novas formas de organização nacional. Formas mais participativas de organização democrática levam mais tempo e, com múltiplos grupos sociais envolvidos, isso pode enfraquecer movimentos diante do populismo de direita. Além disso, a visão de um capitalismo integrado é afetada pelo fato de que muitas pessoas ainda se lembram de sua crise, enquanto a canção da glória nacional que o populismo de direita canta refere-se a um distante passado imaginado, que ninguém jamais viveu”.
Neste contexto, ele argumenta, há
potencial para que irrompam guerras civis nacionais entre ramos paramilitares
de direita e movimentos de esquerda, num contexto em que ambas as correntes
movimento poderiam assumir o poder do Estado e entrar em conflito com a
oposição.
Hanappi alerta para a
possibilidade de um efeito de “contágio” regional ou global, se estas irrupções
ocorrem dentro de uma escala de tempo similar. Nesse cenário:
“A mobilidade fluida de agentes
políticos nacionais, os criadores de movimentos populistas, choca-se com a
rigidez das terríveis restrições econômicas globais. Este é o acidente que
provoca guerras locais. ”
Insurgência global dos pobres
O terceiro cenário de Hanappi
sugere que nos próximos anos, o mundo tende a encarar uma série “movimentos de
independência” e “anti imperialistas”, “protestos de massa pró-reformas
estruturais, contra governos nacionais” e “insurreições armadas” ou
“insurgências” associadas à duas ideologias em particular, “marxismo” e
“islamismo”.
De acordo com Hanappi, a
plausibilidade desse cenário pode ser encontrada nas “trajetórias profundamente
divergentes de bem-estar das partes pobres e de regiões ricas da economia
mundial”.
Embora o PIB tenha continuado a
crescer globalmente, nas últimas três décadas, as desigualdades de renda e
riqueza ampliaram-se em quase todos os países, e tendem a se acentuar ainda
mais. Se esse ciclo continuar, é possível uma sintonia de rebeliõpes entre os
três bilhões mais pobres, estimulada pela interconectividade das comunicações
na era do smartphone.
Hanappi argumenta que, na
realidade, as condições globais tornam uma combinação desses três cenários mais
provável do que a prevalência de apenas um deles. Ele afirma: “O capitalismo em
desintegração não é uma profecia. Sua época já chegou e ele molda a vida
cotidiana. O desaparecimento do capitalismo integrado também não é uma
previsão. O capitalismo em desintegração dissolve o capitalismo, mas para isso
é preciso primeiro destruir o capitalismo integrado, seu antecessor imediato”.
A característica distintiva do
capitalismo em desintegração é a sua tendência para estabelecer “restrições
nacionalistas e racistas” destinadas a excluir “o que seus líderes definem como
uma minoria inferior”, a fim de proteger a acumulação de capital para uma
identidade nacional estreita e paroquialmente definida. Antigas instituições
capitalistas integradas são abandonadas e novas estruturas de governança mais
coercitivas são introduzidas.
Neste contexto, Hanappi conclui
que uma terceira guerra mundial “não necessariamente” irá acontecer, mas
expressa uma “probabilidade assustadoramente alta”. Evitá-la, ele sugere,
requer a adoção de estratégias de contra-ofensiva efetivas, como o movimento de
paz global.
Para além da desintegração: o que
vem depois?
O diagnóstico de Hanappi é
perspicaz, mas em ultima instancia, limitado devido ao seu foco direcionado em economia. Em sua
análise falta qualquer referência à crise biofísica que leva à desintegração do
capitalismo global: aos fluxos ecológicos e energéticos pelo quais as economias
capitalistas funcionam – e portanto os limites naturais (os limites
planetários) que estão sendo violados.
Entretanto, sua concepção de
“capitalismo em desintegração” — que produz maior propensão ao conflito
violento – adere bem a um conceito ecológico mais amplo, do declínio
civilizacional, explorado em um recente artigo da geógrafa norte americana Stephanie
Wakefield, publicado no periódico Resilience.
Wakefield chama atenção ao
trabalho pioneiro de CS Holling, um ecologista de sistemas que argumentou que
os ecossistemas naturais tendem a acompanhar um “ciclo adaptativo” consistindo
em duas fases, “um loop para frente de crescimento e estabilidade e um loop
para trás de liberação e reorganização”.
Ela aponta que enquanto o
trabalho de Holling estava focado no estudo de ecossistemas locais e regionais,
ainda permanecia a questão de se a ideia do “loop para trás” poderia ser
aplicado em uma escala planetária, para entender a dinâmica da transição civilizacional:
“Estamos nós em um ‘profundo loop para trás’ que apresenta as mesmas
oportunidades e crises que os estudos de loops regionais que descrevemos?”, ele
perguntou em 2004.
Wakefield explora a ideia do
“loop para trás” do Antropoceno, assinalando uma mudança de fase em que uma
ordem, estrutura e sistema de valores particulares, abrangendo a relação da
humanidade com a Terra, experimenta uma profunda ruptura e declínio:
“As alegações do domínio humano sobre o mundo estão sendo varridas pela elevação dos mares e pelas tempestades sem precedentes, enquanto os diagnósticos terminais da civilização ocidental proliferam tão rapidamente quanto as fantasias do fim.”
Nesta nova fase, há um paralelo
entre a escalada de crises ambientais e a intensificação da ruptura política.
“A lista de pontos de ruptura induzidos por fatores antropogênicos cresce: colapso da pesca; perda de biodiversidade; derretimento das calotas polares e a elevação dos mares; concentrações de CO² atingindo 350 partes por milhão (ppm) e agora 400 ppm; entradas de nitrogênio antropogênico; acidificação dos oceanos e branqueamento de recifes de coral; desmatamento … Mas igualmente e junto com esses processos, desde 2011 também estamos em uma era de tumultos, revoluções, experimentos locais e movimentos sociais que podem parecer insanos, mas são muito reais. “
Mas o paralelo entre a disrupção
politica e ambiental não é nenhum acidente. Na verdade, é uma característica
fundamental do que Wakefield chama de “loop para trás do Antropoceno”, uma fase
de declínio sistêmico que vê o desfiamento da antiga ordem – mas que
simultaneamente abre possibilidades para a emergência de um novo sistema.
“Em resumo, uma coisa pareceria
clara: nós não estamos mais em um loop para a frente,” escreve Wakefield.
“No loop para frente havia o
‘espaço seguro operacional’ do Antropoceno…este mundo complexo, não linear, de
pós-verdade, de fragmentação, fratura, dissolução e transfiguração é o que
proponho chamarmos de loop para trás do Antropoceno.”
O loop para frente, então, seria
equivalente ao ápice do “capitalismo integrado” de Hanapper, que emergiu após a
Segunda Guerra Mundial e continuou a evoluir por meio da ‘era de ouro’ do
crescimento neoliberal, de 1980 ao início dos anos 2000.
Desde então, cada vez mais
testemunhamos a erupção das contradições internas neste ‘loop para frente’ do
capitalismo integrado, na forma de uma trajetória de desintegração que
desencadeia o “loop para trás” do declínio sistêmico civilizacional:
“O loop para trás é nosso
presente, o momento de nomear o Antropoceno (como um fracasso), no qual o
passado (o loop para frente) não desapareceu, como pontos atrás de uma linha,
mas está surgindo de formas imprevisíveis no presente. ”
A fase de desintegração do
capitalismo, portanto, faz parte de um “ciclo adaptativo” mais amplo de capital
global que agora se encontra à beira de um colapso prolongado. E, no entanto,
adotar essa lente do sistema além do pensamento econométrico em uma estrutura
ecológica mais profunda nos permite ver mais do que apenas a destruição da
velha ordem em jogo, mas, nesse mesmo processo, o surgimento de possibilidades
sem precedentes para um novo ‘loop para frente’’:
“Há um conjunto de benefícios em
enxergar o Antropoceno através das lentes do ciclo adaptativo, e em particular
em ver nosso limiar “atual” de terrenos acidentados, e de modos desconcertados
de conhecer e ser como um loop para trás”, sugere Wakefield. “O principal deles
é a capacidade de ver o Antropoceno não como um fim trágico ou como um mundo de
ruínas, mas uma fase caótica em que novas possibilidades estão presente e o
futuro mais aberto do que normalmente imaginamos”.
O reposicionamento de Wakefield
sobre condição humana no âmbito do “loop para trás” abre espaço para
visualizá-la como parte de uma série histórica mais longa de ciclos
civilizacionais de declínio e renovação, nos quais a tarefa diante de nós é
abraçar nosso papel em ativar e ampliar as possibilidades para renovação.
Isso significa ir muito além dos
modelos convencionais de ‘loop para frente’ de resiliência – transformando as
estruturas políticas e econômicas existentes, rompidas, em modelos de
resiliência que visem reinventar e redesenhar a nós mesmos e a nossas
estruturas:
“Em vez de aceitar o fim da ação humana – e de nos imaginar como vítimas ou administradores do ‘loop para trás’ – afirmo que existe outra possibilidade: decidirmos por nós mesmo, localmente e de maneiras diversas, onde e como habitar o loop para trás”. Habitar requer mais do que “lutar contra ou viver com medo”. Requer um grau de aceitação, achar o próprio lugar no processo: “ser familiar, confortável e envolvido… Um ato cotidiano e habitual, livre, de criação e construção.”
E isso requer reconhecer que
estamos nos movendo em um terreno fundamentalmente e desconhecido, o que só
pode ser feito dispensando velhos “modos de pensamento e ação do loop
anterior.”
No loop para trás, tudo está em
aberto – não apenas infraestruturas antigas, mas também ideologias políticas e
realidades filosóficas assumidas. E assim, para responder à fase de desintegração
do capitalismo e à ameaça de uma guerra global, é preciso irmos além de antigos
modelos como a ideia de um “movimento global de paz”. Precisamos de espírito e
práticas inteiramente novos e comprometidos com o surgimento de um novo mundo:
“O que o loop para trás nos sugere é que o Antropoceno é agora um momento para explorar de fundamentos do pensar e do agir – e nos abrir para as possibilidades oferecidas aqui e agora. Esse é um espaço operacional “inseguro” porque já ultrapassamos os limites, mas também porque não há projetos transcendentes, confiança ou garantias: a única coisa a fazer é nos tornarmos criadores de novos valores e novas respostas.“
O trabalho de Wakefield nos
lembra que, enquanto os perigos de uma terceira guerra mundial estão aumentando
no ciclo Antropocênico do capitalismo em desintegração, as oportunidades de
renovação, reorganização e reavivamento também emergem rapidamente.
Elas precisam ser compreendidas e
assumidas, quer uma nova guerra ecloda ou não. Mais que isso, precisamos
trabalhar para soar o alarme, incansavelmente, em todos os níveis, para
despertar a consciência sobre a mudança de fase em que nos encontramos como
espécie. O que quer que emerja, ao final, não será o fim — estamos diante do
alvorecer desconhecido de um novo começo.
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