PP: Código de Ética da RTC é uma
forma de “intimidar, condicionar e limitar” o trabalho dos jornalistas
O presidente do Partido Popular,
Amândio Barbosa Vicente, considerou hoje, 24, que o Código de Ética da Radio
Televisão Cabo-verdiana é uma forma de “intimidar, condicionar e limitar o
trabalho dos jornalistas”, face a aproximação das eleições de 2020.
Na sua reunião quinzenal, o PP
analisou a questão da reestruturação da RTC e o Código de Ética, e segundo o seu
presidente, neste processo, a Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde
(AJOC) e os trabalhadores não foram ouvidos.
“Essa perspectiva visa intimidar
os jornalistas, visa condicionar e limitar os jornalistas no seu trabalho com a
aproximação das eleições de 2020. Esse Governo e essa maioria não querem que os
jornalistas divulguem coisas que não vão bem com essa governação”, considerou
em declarações à Inforpress.
Ainda durante esta reunião, o PP
criticou o Governo por estar a “desviar cerca de 350 mil contos” do programa
PRAA, um programa com foco na requalificação urbana, “para entupir” na obra do
mercado de coco.
“Um mercado que começou com um
orçamento de 350 mil contos, à porta das eleições de 2012, e até hoje não
terminou e ainda se prevê que o orçamento vai triplicar para um milhão e tal
contos. Deixamos também esse cartão vermelho a autarquia da Praia”, fez saber
Amândio Barbosa Vicente, notando que o PP vai apoiar o Partido Africano da
Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição) com a entrada de uma acção
judicial no sentido de apurar a transparência e o uso de recursos públicos.
As obras na Gamboa e em frente ao
Hospital Agostinho Neto, na Cidade da Praia, foram outros assuntos abordados na
reunião quinzenal do PP, pois, segundo Amândio Barbosa Vicente, o partido é
contra a execução dessas obras.
Sem avançar que obras estão a ser
feitas na praia da Gamboa e quem é o proprietário, Amândio Barbosa Vicente
disse apenas que a câmara e o Governo não deviam permitir que se façam obras a
menos de 800 metros
da linha da costa da praia.
Segundo a mesma fonte, esta obra,
considerou o líder do PP, viola o projecto inicial de requalificação da praia
em que se defendia que Gamboa deveria ser um espaço aberto, e ainda questionou
para onde vão os pescadores e a Capitanias dos Portos depois desta “venda da
praia”.
No que toca à obra de
requalificação do centro histórico do Platô, que decorre em frente ao hospital
central, disse que é “uma má ideia” estreitar essa via porque em caso de
emergência, a polícia e os bombeiros vão ter o acesso condicionado e isso pode
perigar a vida humana.
Outro ponto em análise foi a
questão dos vigilantes privados e o partido mostrou-se solidário pela situação
que estes vêm vivendo.
“Nós entendemos que os vigilantes
privados configuram, até certo ponto, a escravidão moderna em Cabo Verde. Baixo
salário, sem condições de trabalho e ainda violação da lei da greve com a mão invisível
do Governo de Cabo Verde. Apelamos aos vigilantes que continuem na luta pela
melhoria das condições de vida”, disse.
Ainda face a notícia de
contratação de três funcionários na Câmara Municipal de São Miguel que não
terão passado por concurso público, o PP aproveitou para solicitar uma
auditoria nesta câmara, refere a Inforpress.
A Semana
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