A presidente do Partido Africano
da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) disse hoje,24, que há obras
que estão a ser orçamentadas desde 2017 e que não existem, prometendo partilhar
detalhes “muito proximamente com os cabo-verdianos”.
Janira Hopffer Almada, que falava
à imprensa à margem da II Assembleia Regional do PAICV, em Santiago Sul , também
chamou a atenção para “a quantidade de terrenos que está a ser disponibilizada
na capital sem que haja obras que sejam conhecidas”.
De acordo com líder do PAICV, a
cidade da Praia é um exemplo claro da forma como este Governo pode gerir o
país. Isto porque, recordou, Ulisses Correia e Silva esteve oito anos a gerir a
capital do país e não tem nem uma única obra estruturante. Do contrário, revelou,
Ulisses Correia e Silva “beneficiou das obras do Governo do PAICV” na Praia que
o “catapultou” para a posição de primeiro-ministro em que está.
“A maior obra dele é o mercado de
coco envolto em gestão danosa e ilegalidades e irregularidades, que já motivaram
a nossa queixa ao Ministério Público, considerando que já foram gastos um
milhão e cinquenta mil contos no mercado de Coco e que está ainda em
esqueleto”, criticou o líder do partido da oposição antes de encerrar a II
Assembleia Regional do seu partido na maior região política do país.
“Nós não podemos aceitar que
existem, por exemplo, dois passeios a serem feitos aqui na capital que custam
aos bolsos dos praienses 70 mil contos, numa cidade que tem prioridades no que
tange à ligação da rede de esgotos, à habitação social, à formação profissional
dos jovens”, acrescentou ainda Janira Hopffer Almada para quem estas são
questões que os membros do partido na Praia têm que analisar para poder “actuar
em tempo”, mas sempre “preservando o interesse dos cabo-verdianos e dos
praienses em especial”.
A líder do PAICV defendeu a
necessidade de alertar que as próximas eleições autárquicas são determinantes
porque influenciam o resultado das outras eleições, nomeadamente as
legislativas e as presidenciais, à semelhança do que aconteceu em 2016.
E neste particular, voltou a
lembrar que o Governo “está a fazer transferências de competências e de valores
avultados” para as câmaras municipais, querendo “fazer a utilização desse
dinheiro sem a fiscalização e sem passar pelo visto prévio do Tribunal de
Contas”.
PRAA e escândalo nacional
“Repito e reconfirmo tudo aquilo
que disse aquando da assinatura dos contratos-programa no âmbito do PRAA pela
ministra das Infra-estruturas com as câmaras municipais. É insólito, é um escândalo
nacional que um Governo não só dribla a lei, mas demonstra publicamente que
está a fazê-lo. Demonstra publicamente que quer transferir dinheiro sem passar
pelo visto prévio do Tribunal de Contas”, insurgiu Janira Hopffer Almada.
A mesma garante que o seu partido
quer o desenvolvimento dos municípios, mas de forma “honesta, legal, séria e
transparente” e com “critérios claros e objectivos”.
Por isso, destacou, o PAICV
entregou desde Maio de 2018 um pacote legislativo sobre o poder local no
Parlamento que propõe o aumento do Fundo de Financiamento Municipal (FFM),
primeiro, de 10 por cento (%) para 12% e depois para 17%.
Janira Hopffer Almada adiantou
que é por causa dessas situações que o PAICV está a fortalecer-se para cumprir
a sua missão de fiscalizar e de se transformar em alternativa, porque é preciso
resgatar o país.
“Isso é evidente. Sai-se às ruas
e vê-se que há uma grande desilusão e decepção com a actual governação, seja a
nível central, seja a nível local”, concluiu.
A Semana com Inforpress
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