O que diz Guaidó em entrevista através da Deutsche Welle sobre a Venezuela. O "presidente fantoche", auto proclamado à revelia da Constituição da nação bolivariana, que ao serviço de Trump e da alta finança global, segue os seus intentos e seus interesses pessoais e das oligarquias que se lançam no roubo à Venezuela. (PG)
Em entrevista, oposicionista afirma ser impossível deter movimento iniciado com sua autoproclamação à presidência interina e nega que tenha considerado uma intervenção dos Estados Unidos na Venezuela.
Em entrevista, oposicionista afirma ser impossível deter movimento iniciado com sua autoproclamação à presidência interina e nega que tenha considerado uma intervenção dos Estados Unidos na Venezuela.
O oposicionista e autoproclamado
presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou nesta segunda-feira
(11/02), em entrevista exclusiva à DW em Caracas, que o governo
de Nicolás Maduro não tem futuro e que o "tempo joga contra o
regime".
"É um regime que não tem
propostas, não tem respaldo popular, não tem direção e não protege nenhum dos
seus [cidadãos], versus um movimento popular que se mantém, cresce, ganha apoio
internacional e apresenta uma opção de estabilização para a Venezuela", afirmou.
O oposicionista classificou o
movimento iniciado com a sua autoproclamação à presidência interina, em 23 de
janeiro, de impossível de deter. "Eles poderão insistir na única coisa que
sabem fazer, que é a repressão, perseguição e tortura ou simplesmente roubar o
dinheiro da Venezuela. Mas o que é impossível de deter é o fato de que vamos
produzir uma transição pacífica democrática na Venezuela pelo bem do nosso
povo", disse.
Presidente da Assembleia
Nacional, controlada pela oposição, Guaidó chegou a ser detido por cerca de
meia hora em 13 de janeiro, antes de participar de um protesto contra o
governo. Ao ser entrevistado pela DW em Caracas, ele disse acreditar que ainda
está em liberdade graças à grande mobilização popular, ao respaldo internacional
e à Constituição venezuelana.
"Já me sequestraram uma vez
e ameaçaram em algumas ocasiões a minha família. Já vimos o que fazem com a
dissidência na Venezuela [...], mas seguiremos firmes", afirmou.
Guaidó não quis comentar a
possibilidade de ser candidato em eleições presidenciais convocadas por um
governo interino, afirmando que "primeiro é preciso construir" e que
o país está passando por um processo de "fim da usurpação [do poder por
Maduro]" e construção de um governo de transição. "Meu papel neste
momento é articular. [....] Veremos quem nos representará em eleições
livres", disse.
Em meio à grave crise econômica
que provoca escassez de produtos básicos na Venezuela e à disputa de poder
entre Guaidó e Maduro, este nega a existência de uma crise humanitária,
afirmando que ela foi inventada pelos EUA para justificaram uma intervenção no
país, enquanto o oposicionista defende ajuda externa para evitar uma
catástrofe.
Guaidó confirmou à DW que uma
pequena quantidade de ajuda humanitária chegou à Venezuela e foi distribuída
nesta segunda-feira. "Conseguimos entregar 4.500 suplementos nutricionais
para mães em período de gestação com estado de nutrição [...] e quase 85 mil
suplementos nutricionais para jovens ou crianças e bebês com desnutrição",
disse. "Há um povo esperando pela chegada de ajuda humanitária como um
primeiro passo [para amenizar a crise]."
Ajuda humanitária enviada pelos
EUA foi encaminhada nos últimos dias para a cidade colombiana de Cúcuta, na
fronteira com a Venezuela, mas o governo Maduro impediu a entrada da carga no
país. Na última terça-feira, o departamento de imigração colombiano divulgou
fotos em que um contêiner
e um carro-tanque bloqueiam as pistas de uma ponte que liga os dois
países.
Após apelar aos militares no
último fim de semana, Guaidó reiterou à DW que seria um crime impedir por
completo a entrada de ajuda humanitária no país. "Não falamos pelas
entrelinhas às Forças Armadas. Dissemos claramente que elas devem permitir a
entrada de ajuda humanitária e que não fazê-lo será considerado um crime contra
a humanidade", afirmou.
"Na Venezuela poderíamos
estar falando de um genocídio silencioso quando centenas de milhares de pessoas
perderam a vida por falta de mantimentos, por não se proteger o direito à
vida", prosseguiu Guaidó.
"Esse regime mata
diretamente, um país que matou 70 pessoas em uma semana porque estavam
protestando, e indiretamente, porque não entende a crise de alimentos, porque
não entende a crise de suprimentos médicos nem a insegurança que faz de Caracas
a capital mais violenta do planeta", criticou.
Após alguns veículos de imprensa
noticiarem no último fim de semana que Guaidó considera a possibilidade de uma
intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, o oposicionista negou ter
afirmado isso, sem descartar, no entanto, um possível pedido de ajuda a outros
países.
"Perguntaram-me muito sobre
a possibilidade de que um país preste esse tipo de apoio. E eu disse claramente
que a Venezuela vai tomar todas as decisões de forma soberana e no
exercício dos nossos poderes como presidente interino e como Parlamento
nacional, salvaguardando a vida de todos os venezuelanos, procurando ter pouco
ou nenhum custo social, gerando estabilidade e governabilidade, para dar
atenção à emergência e sair de uma ditadura", disse. "Nós vamos
decidir qual é a força necessária para fazer cessar a usurpação."
LPF/dw
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