A situação relativa aos direitos
humanos em Hong Kong
está a deteriorou-se gravemente desde o ano passado acusa a Amnistia
Internacional, referindo-se em particular à liberdade de expressão e de
manifestação.
A organização não governamental
com sede em Londres considera que as autoridades de Hong Kong fazem uma
interpretação “demasiado ampla” dos conceitos relacionados com a “segurança
nacional” da República Popular da China. “O conceito de ‘segurança nacional’,
tal como é encarado pelo Governo de Hong Kong, demonstra falhas jurídicas e é
aplicado de forma arbitrária para enfrentar a dissidência e a ‘oposição
política’”, refere o relatório da Amnistia Internacional (AI) divulgado ontem.
Estas restrições têm como efeito dissuadir o exercício dos direitos promovendo,
nomeadamente, a autocensura.
O relatório cita casos judiciais
contra os líderes do movimento pró-democracia e a expulsão de um jornalista
britânico, referindo também as acções de proibição contra um partido
independentista e a anulação de algumas candidaturas às eleições locais. O
mesmo documento denuncia as restrições contra a liberdade de reunião em Hong Kong receando novas
condenações em futuros processos judiciais.
No passado mês de Outubro, as
autoridades da região recusaram a renovação do visto de trabalho ao jornalista
Victor Mallet do Financial Times. As autoridades repudiaram a conferência
organizada pelo jornalista no Clube dos Correspondentes Estrangeiros, fundado
durante o período colonial britânico, e que contava com a participação de um
dirigente do Partido Nacional, uma pequena formação política independentista
local.
O Partido Nacional foi banido por
ameaçar a “segurança nacional” em Setembro de 2018 ao abrigo da legislação que
permite impor a interdição a movimentos associativos. “A utilização da ampla
interpretação sobre ‘segurança nacional’ para silenciar as vozes dissidentes,
tal como aconteceu a um partido político, é uma táctica utilizada por governos
repressivos”, refere a AI.
Recentemente, o Departamento de
Estado norte-americano publicou um relatório considerando que as restrições à
liberdade em Hong Kong
prejudicam a confiança junto das empresas e acusou o Executivo da região de
estar a sacrificar os Direitos do Homem em nome das prioridades de Pequim. Para
as autoridades de Hong Kong, os governos estrangeiros não devem interferir, em
nenhuma circunstância, nos assuntos internos do território.
Lusa | em Ponto Final | Foto: Alex
Hofford / EPA
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