A democracia na Tailândia está a braços com a pressão de militares que se apoderaram do poder com toda a anuência do rei. As irregularidades e fraudes eleitorais são pómio de discórdia e acusações de várias tendências partidárias de âmbito civil e democrático. O partido declarado vencedor nas recentes eleições de cariz fraudulento vai governar a Tailândia ainda com maior défice de democracia que anteriormente. Comunidade internacional reprova a fraude, mas não com a convicção devida. Resta aos democratas tailandeses defenderem a democracia que anda arredia daquele país asiático há imensos anos sem que os militares larguem o poder e o entreguem à sociedade civil em eleições que não manipulem por via de fraudes denunciadas mas sempre consideradas inválidas para os que detêm os poderes.
Redação PG
Comissão Eleitoral tailandesa
atribui vitória nas legislativas a partido pró-militar
Banguecoque, 28 mar (Lusa) - A
Comissão Eleitoral (CE) tailandesa anunciou hoje em conferência de imprensa os
resultados preliminares das eleições gerais de domingo passado, em que o
partido pró-militar Phalang Pracharat se impôs com 8,4 milhões de votos.
Em segundo lugar ficou o Pheu
Thai, do antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto pelos militares,
com 7,9 milhões de votos, enquanto o recém-formado partido Anakot Mai ficou em
terceiro lugar, com 6,2 milhões.
Cerca de 38,2 milhões de
tailandeses (74,69%) votaram nas eleições, as primeiras desde golpe de estado
de 2014.
Na distribuição dos 350 lugares
eleitos pelos círculos eleitorais, o Pheu Thai conseguiu eleger 137, seguido do
Phalang Pracharat (97), Bhumjaithai (39), Partido Demócrata (33) e o emergente
Anakot Mai (30).
Faltam atribuir os 150 lugares
restantes reservados segundo a legislação eleitoral tailandesa aos partidos
concorrentes.
Não há anda data para este
anúncio final do resultado das eleições.
A Comissão Eleitoral, nomeada
pela junta militar que governa o país desde 2014, estava sob forte pressão para
acelerar a contagem da votação de domingo e responder às preocupações sobre
possíveis irregularidades.
Os Estados Unidos, a União
Europeia, a Austrália e outros países pediram que a comissão eleitoral
abordasse essas preocupações.
Os utilizadores das redes sociais
foram menos diplomáticos e criaram 'hashtags' como 'CheatingElection19' ('Fraudeeleitoral19')
e 'ECBusted' ('CEapanhada').
CSR // EL
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