sexta-feira, 29 de março de 2019

Tailândia | Fraude eleitoral eleva a vencedor partido militarista do agrado do rei


A democracia na Tailândia está a braços com a pressão de militares que se apoderaram do poder com toda a anuência do rei. As irregularidades e fraudes eleitorais são pómio de discórdia e acusações de várias tendências partidárias de âmbito civil e democrático. O partido declarado vencedor nas recentes eleições de cariz fraudulento vai governar a Tailândia ainda com maior défice de democracia que anteriormente. Comunidade internacional reprova a fraude, mas não com a convicção devida. Resta aos democratas tailandeses defenderem a democracia que anda arredia daquele país asiático há imensos anos sem que os militares larguem o poder e o entreguem à sociedade civil em eleições que não manipulem por via de fraudes denunciadas mas sempre consideradas inválidas para os que detêm os poderes.

Redação PG

Comissão Eleitoral tailandesa atribui vitória nas legislativas a partido pró-militar

Banguecoque, 28 mar (Lusa) - A Comissão Eleitoral (CE) tailandesa anunciou hoje em conferência de imprensa os resultados preliminares das eleições gerais de domingo passado, em que o partido pró-militar Phalang Pracharat se impôs com 8,4 milhões de votos.

Em segundo lugar ficou o Pheu Thai, do antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, deposto pelos militares, com 7,9 milhões de votos, enquanto o recém-formado partido Anakot Mai ficou em terceiro lugar, com 6,2 milhões.

Cerca de 38,2 milhões de tailandeses (74,69%) votaram nas eleições, as primeiras desde golpe de estado de 2014.


Na distribuição dos 350 lugares eleitos pelos círculos eleitorais, o Pheu Thai conseguiu eleger 137, seguido do Phalang Pracharat (97), Bhumjaithai (39), Partido Demócrata (33) e o emergente Anakot Mai (30).

Faltam atribuir os 150 lugares restantes reservados segundo a legislação eleitoral tailandesa aos partidos concorrentes.

Não há anda data para este anúncio final do resultado das eleições.

A Comissão Eleitoral, nomeada pela junta militar que governa o país desde 2014, estava sob forte pressão para acelerar a contagem da votação de domingo e responder às preocupações sobre possíveis irregularidades.

Os Estados Unidos, a União Europeia, a Austrália e outros países pediram que a comissão eleitoral abordasse essas preocupações.

Os utilizadores das redes sociais foram menos diplomáticos e criaram 'hashtags' como 'CheatingElection19' ('Fraudeeleitoral19') e 'ECBusted' ('CEapanhada').

CSR // EL

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