Bissau, 24 abr 2019 (Lusa) - O
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou
hoje, em comunicado, uma tentativa para impedir a formação do Governo relacionada
com a polémica para a constituição da mesa do parlamento guineense.
"Desta feita, na condição de
oposição de minoria, certos setores tentam impedir a formação do Governo, numa
clara ação inconstitucional e que apenas ratifica a vocação desses partidos de
ignorar os anseios do povo e, ainda pior, desprezar a urgência para que os
problemas mais agudos do nosso povo sejam tratados com a necessária
atenção", refere o PAIGC, que venceu as eleições legislativas de 10 de
março.
Os líderes dos seis partidos com
assento no parlamento da Guiné-Bissau continuam sem chegar a consenso sobre a
fórmula para escolher os novos dirigentes da mesa da Assembleia Nacional
Popular.
O impasse surgiu depois de o nome
do líder do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) ter sido
recusado pelos deputados, após votação, para ocupar o cargo de segundo
vice-presidente do parlamento.
O Madem-G15, por ser a segunda
força mais votada nas legislativas, onde obteve 27 dos 102 deputados, deve
indicar o nome para segundo vice-presidente do parlamento.
Na passada quinta-feira, Braima
Camará não obteve os votos da maioria dos deputados no novo parlamento e o
presidente da comissão eleitoral, Helder Barros, pediu, na altura, ao Madem que
indicasse um outro nome para o posto de 2.º vice-presidente, sugestão que
aquele partido recusa.
"A recusa na proposta de um
novo candidato, pode configurar uma afronta às regras democráticas
consubstanciadas no regimento da Assembleia Nacional Popular", salienta o
PAIGC.
O hemiciclo está hoje reunido
numa unidade hoteleira em Bissau para mais uma vez tentar ultrapassar o impasse.
Enquanto não forem constituídos
os órgãos do parlamento, o Presidente guineense, José Mário Vaz, não pode
iniciar o processo de nomeação do novo primeiro-ministro e formação do Governo,
porque tem de ser informado pelo hemiciclo da maioria parlamentar.
Na sequência da divulgação dos
resultados das legislativas, o PAIGC, que elegeu 47 deputados, fez um acordo de
incidência parlamentar e governativa com a Assembleia do Povo Unido - Partido
Democrático da Guiné-Bissau, que tem cinco deputados, e a União para a Mudança
e o Partido da Nova Democracia, que elegeram um deputado, cada um, obtendo uma
maioria no parlamento com 54 deputados.
Diário de Notícias
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