Após encontro em Milão, líderes
da AfD, da Alemanha, e da Liga, da Itália, prometem formar novo bloco de
partidos eurocéticos no Parlamento Europeu e promover mudanças radicais na UE.
Os partidos populistas de
direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e Liga, da Itália, anunciaram
nesta segunda-feira (08/04) que pretendem formar um novo bloco no Parlamento
Europeu junto com outras legendas eurocéticas e de extrema direita.
O novo grupo deve se
chamar Aliança Europeia de Pessoas e Nações (EAPN), afirmou Jörg
Meuthen, um dos líderes da AfD, em coletiva de imprensa ao lado do líder da
Liga, o ministro do Interior e vice-primeiro-ministro italiano, Matteo
Salvini, em Milão.
Meuthen, que também é o principal
candidato da AfD para as eleições europeias de maio deste
ano, afirmou que o encontro em Milão foi um "sinal de partida
para algo novo". Ele viajou à Itália a convite de Salvini, que também
lançou sua campanha para o Parlamento Europeu.
Meuthen enfatizou que, no futuro,
os nacionalistas de direita não estariam mais fragmentados, mas unidos. O
desejo do grupo é promover a concessão de mais poderes aos Estados-membros e
reduzir a influência de Bruxelas.
"Queremos reformar a União
Europeia (UE) e o Parlamento Europeu, sem destruí-los. Queremos trazer mudanças
radicais", disse Meuthen.
Líderes dos direitistas Partido
Popular Dinamarquês e Finns, da Finlândia, também participaram do encontro
organizado por Salvini. A Rassemblement National (Agrupamento ou Comício
Nacional, a antiga Frente Nacional), de Marine Le Pen, e o Partido da Liberdade
da Áustria também devem se juntar à EAPN, embora não tenham participado da
reunião desta segunda-feira.
"A ideia é deixar de ter uma
Europa centralizada e comum para todos, mas devolver o poder aos
parlamentos nacionais para criar uma cooperação honesta entre Estados iguais e
abandonar a perigosa utopia dos Estados unidos da Europa",
disse Marco Zanni, porta-voz de assuntos estrangeiros da Liga, à
agência de notícias alemã DPA.
Meuthen defendeu uma
"proteção poderosa" das fronteiras externas da UE e a supressão da
"migração ilegal".
Na Itália, o discurso de Salvini
contra a imigração ilegal e o lema de "primeiro os italianos"
seduziu eleitores. Agora, ele quer conquistar com a suas ideias também as
instituições europeias.
"Fazemos parte de famílias
políticas distintas, mas o importante é que estamos promovendo alianças,
estamos trabalhando para tornar realidade um novo sonho europeu, ainda que para
alguns em Bruxelas isso seja um pesadelo", afirmou Salvini.
Atualmente, há três grupos de
extrema direita e eurocéticos no Parlamento Europeu: o Europa da Liberdade e da
Democracia Direta, da AfD; os Conservadores e Reformadores Europeus, que
incluem o Partido Lei e Justiça (PiS), da Polônia; e o Europa das Nações e da
Liberdade, da Liga e de Le Pen.
LE/dpa/afp/efe | em Deutsche Welle
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