O presidente da UNITA, Isaías
Samakuva, disse, em Luanda, que os restos mortais de Jonas Savimbi serão
entregues à família e ao partido na sexta-feira, no município do Andulo,
província do Bié.
Em declarações à Rádio Ecclesia,
emissora católica de Angola, após ter sido recebido em audiência, em Luanda,
pelo Presidente angolano, João Lourenço, Isaías Samakuva fez saber que os
restos mortais de Jonas Savimbi serão entregues na manhã desta sexta-feira, 31
de maio, à família e a direção da União Nacional para a Independência Total de
Angola (UNITA), no Andulo,
onde foram anteriormente depositados pelo Governo.
"Portanto, contamos amanhã
[sexta-feira] de manhã receber os restos mortais do Dr. Savimbi, cumprir com o
programa que estava estabelecido no Andulo, e, também à tarde, como estava
previsto, o corpo ser transportado para Lopitanga, onde acontecerá o velório
principal", disse.
"Para no sábado, dia 01 de
junho, as 10:00, acontecer a cerimónia de inumação", adiantou.
"Presidente mantém
promessa"
O Presidente angolano, João
Lourenço, recebeu esta quinta-feira (30.05) em audiência Isaías Samakuva na
sequência de uma carta de urgência enviada, na quarta-feira, pela UNITA que
pedia a resolução da questão do funeral de Jonas Savimbi, morto em combate em
2002.
Questionado sobre a alegada
vandalização dos restos mortais de Jonas Savimbi, tal como apontou durante um
comício, na quarta-feira, na província angolana do Huambo, Samakuva sublinhou
que essa suspeição é legítima pelo facto de o Governo angolano ter retirado os
restos mortais do cemitério do Luena, província do Moxico, sem as entidades
previstas.
"Porque passámos o dia todo
sem saber onde a urna se encontrava e parece-me que as palavras que utilizei
ontem [quarta-feira] se justificam, mas agora devemos olhar para frente, porque
sempre quisemos facultar um funeral condigno ao nosso líder fundador e isso vai
ser feito, no dia 01 de junho, como estava previsto", adiantou.
E "o resto", realçou,
"fica para as lições da história".
"O senhor Presidente disse
que mantém a sua promessa. Foi o que ele [João Lourenço] prometeu desde o
início e não vê razões para recuar, portanto cada um de nós há-de retirar as
suas conclusões em relação àquilo que disse no Cuíto", acrescentou.
Polémica
O impasse começou na terça-feira
com o processo de entrega dos restos mortais de Jonas Savimbi, morto em combate
em 22 de fevereiro de 2002, na província do Moxico e onde foi igualmente
sepultado.
De acordo com a UNITA, os restos
mortais deveriam ter sido entregues no Cuíto, província do Bié, onde foi
concentrada toda a delegação e participantes no ato, mas o Governo anunciou que
foram deixados no município do Andulo, também no Bié, mas no norte, numa
unidade militar local.
Na ocasião, Samakuva considerou
que a troca do local de entrega do corpo de Savimbi constituía "uma
humilhação" para a família e para a UNITA, enquanto Pedro Sebastião,
ministro de Estado e da Casa de Segurança do Presidente da República e
coordenador da comissão responsável por este processo, acusou o partido de estar
a querer tirar "dividendos políticos" da situação, garantindo que
todos sabiam onde o Governo iria entregar os restos mortais.
Agência Lusa | Deutsche Welle
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