Nas eleições realizadas ontem,
domingo, os portugueses expressaram-se do modo esperado e que maioritariamente
revela, cada vez mais, que não confiam nos políticos que os representam ou se
propõem representá-los no Parlamento Europeu. Mais de 75% dos eleitores
portugueses decidiu demonstrar isso mesmo.
Contas feitas, somados os que nem
foram às urnas de voto (68,6%), os que votaram em branco ou que anularam os
boletins de voto (6,9%), foram mais de 75% optaram por se abster. Os 21 deputados
portugueses no PE, ontem eleitos, só têm o mandato expresso por um pouco menos de 25% dos
portugueses.
Apesar disso, tudo continua na mesma e uns dizem-se vencedores enquanto outros, apresentando atenuantes esfarrapados, falam em terem sido derrotados. Afinal foram todos derrotados, incluindo os portugueses, porque não se viram nem se vêem devidamente representados no Parlamento Europeu, na UE. Cerca de três quartos dos portugueses é aquilo que sente. Foi e é assim nestas eleições europeias.
Assim acontecerá nas próximas Eleições Legislativas, a realizar em Outubro - talvez com abstenção menos expressiva - o que comprova a falta de qualidades com que os portugueses vêem aqueles que não merecem confiança para os representar, representando antes, em três dos principais partidos políticos (PS, PSD, CDS) interesses e lobies de toda a espécie. Representando, isso sim, uma diminuta elite que se move apostada no saque aos portugueses e a Portugal. As provas são evidentes. E só isto para não se referir aqui a corrupção que existe e que na maior parte dos casos continua impune.
Apesar disso, tudo continua na mesma e uns dizem-se vencedores enquanto outros, apresentando atenuantes esfarrapados, falam em terem sido derrotados. Afinal foram todos derrotados, incluindo os portugueses, porque não se viram nem se vêem devidamente representados no Parlamento Europeu, na UE. Cerca de três quartos dos portugueses é aquilo que sente. Foi e é assim nestas eleições europeias.
Assim acontecerá nas próximas Eleições Legislativas, a realizar em Outubro - talvez com abstenção menos expressiva - o que comprova a falta de qualidades com que os portugueses vêem aqueles que não merecem confiança para os representar, representando antes, em três dos principais partidos políticos (PS, PSD, CDS) interesses e lobies de toda a espécie. Representando, isso sim, uma diminuta elite que se move apostada no saque aos portugueses e a Portugal. As provas são evidentes. E só isto para não se referir aqui a corrupção que existe e que na maior parte dos casos continua impune.
Apesar das evidências tudo se
mantém na mesma e os de uma minoria fazem de conta que nada aconteceu, que as
abstenções nada significam de importante - lamentando hipocritamente que aconteça - mantendo os "tachos, os compadrios e as negociatas" - partindo para o saque do costume, continuando a ludibriar milhões de portugueses.
É a "festa da democracia”. A
trapaça. (PG)
Abstenção de 68,6% é a mais alta
de sempre, mas número de votantes subiu
As eleições para o Parlamento
Europeu registaram no domingo a taxa de abstenção mais elevada de sempre em
Portugal, de 68,6%, mas o número de votantes foi superior em cerca de 30 mil.
De acordo com os dados
disponíveis no site da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI),
quando faltavam apurar duas freguesias e atribuir seis mandatos, a taxa de
participação ficou nos 31,36%, situando-se a taxa de abstenção em 68,6%,
ultrapassando a taxa registada em 2014, de 66,2%.
Contudo, em termos absolutos, o
número de votantes será maior do que em 2014, com mais cerca de 30 mil
eleitores a votar nas europeias de domingo, de acordo com os dados apurados
pela DGAI, cerca das 00:50 de hoje.
Nas presentes eleições, do total
de eleitores inscritos, 1.431.825 são cidadãos recenseados fora do território
nacional, representando 13,3%.
Nas eleições de 2014, a percentagem de
eleitores registados fora do território nacional era apenas de 2,5%.
A taxa de abstenção de 68,6% nas
eleições de domingo é a mais alta de sempre em eleições em Portugal,
ultrapassando a registada nas europeias de 2014 - que já tinha sido a mais elevada
- e até a verificada no referendo à Interrupção Voluntária da Gravidez, em
1998, em que a abstenção foi de 68,1%.
Este ano, na sequência do
recenseamento automático, o universo eleitoral era de 10.761.156 eleitores,
quando nas anteriores eleições para o Parlamento Europeu, em maio de 2014, eram
9.696.481.
Nas eleições europeias de 1994,
64,46% dos eleitores optaram por não votar. No ato eleitoral de 2009, o valor
ficou nos 63,1%.
No anterior ato eleitoral para o
Parlamento Europeu, em 2009, 63,14% dos eleitores não foram votar, confirmando
que as europeias são as eleições que habitualmente suscitam menos interesse por
parte dos portugueses.
Nas primeiras europeias, em 1987,
um ano depois da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE),
a participação foi maior, com apenas 27,8% dos eleitores a não exercer o
direito de voto.
Dois anos depois, a abstenção
subiu para os 48,8%, em 1999 chegou aos 60% e em 2004 foi de 61,3%.
Votos em branco e nulos somaram
6,94%
Segundo os dados disponíveis no
site da Direção-Geral da Administração Interna (DGAI), nas europeias
de domingo, a percentagem de votos em branco foi de 4,25% (140.912) e a de
votos nulos foi de 2,69% (88.967).
Em 2014, os votos em branco
e nulos totalizaram 7,45%. Dos eleitores inscritos, 3% votaram nulo e 4,41%
votaram em branco.
No sufrágio de domingo foram
chamados a votar 10.761.156 eleitores para eleger 21 deputados ao Parlamento
Europeu.
Lusa | Notícias ao Minuto
PS vence, BE reforça, PAN faz
história. PSD, CDS, CDU derrotados
Os portugueses foram este domingo
às urnas para eleger os 21 eurodeputados que representarão Portugal, nos
próximos cinco anos, no Parlamento Europeu. A abstenção ficará na história como
a mais alta de sempre (68%), numas eleições vencidas pelo PS, mas nas quais o
Bloco de Esquerda (BE) e o PAN cantaram vitória, enquanto PSD, CDU e CDS saíram
derrotados.
O PS foi o vencedor das eleições
Europeias, ainda que com um resultado acima do 'poucochinho', com 33,36% dos
votos, mas conseguindo eleger nove representantes para o Parlamento Europeu. O
PSD, que tinha fixado o objetivo de aumentar o número de eurodeputados,
não conseguiu atingir essa meta, tendo alcançado apenas 22,01% de votos e
mantendo os seis representantes. Os resultados indicam, aliás, que o partido de
Rio alcança, percentualmente, o seu pior resultado de sempre, com 21,94% - um 'score'
inferior aos 24,3% obtidos nas legislativas de 1976.
Mas se para os sociais-democratas
a noite não foi de glória, para o Bloco de Esquerda foi de vitória, que se
fixou como a terceira força política. 9,82% dos eleitores deram o passaporte
para Estrasburgo a José Gusmão, que fará companhia a Marisa Matias no
Parlamento Europeu nos próximos cinco anos.
Quem também acabou a noite de
sorriso rasgado foi o PAN, que conseguiu eleger Francisco Guerreiro (com
5,08%) como o primeiro eurodeputado do partido liderado por André
Silva, que garantiu que o PAN não é só uma "moda".
Para uns saírem vencedores,
outros saíram derrotados. E esses foram, além do PSD, a CDU, que
reuniu 6,81% dos votos, perdendo um eurodeputado (tinha conseguido
três em 2014), e o CDS, em 5.º lugar com 6,19%, manteve apenas um eleito,
o cabeça de lista Nuno Melo - que regista também a marca de pior resultado de
sempre dos centristas em europeias.
Outro dos perdedores da noite
eleitoral foi António Marinho e Pinto, que nas europeias de 2014
conseguiu eleger dois eurodeputados para o seu partido de então,
o MPT (Movimento Partido da Terra), mas agora fica fora do Parlamento
Europeu.
Europeias fechadas, os partidos
apontam agora a mira às legislativas de outubro (e deixaram-no claro nos
seus discursos quer de vitória quer de derrota). Lá fora, 21 países também foram a votos e houve resultados para vários
gostos, com destaque para França, onde Marine Le Pen conquistou terreno à
direita.
Ana Lemos, Melissa Lopes, Pedro
Filipe Pina - Texto retirado parcialmente de Notícias ao Minuto
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