Em termos de paridade do poder de
compra, foi em Portugal que as famílias mais pagaram pela luz. Em relação ao
gás, apenas a Suécia e a Espanha conseguem ultrapassar os preços portugueses
O preço da eletricidade em
Portugal não é o mais elevado entre os Estados-membros da União Europeia, mas,
quando comparado em paridade do poder de compra, são as famílias portuguesas
que mais pagam pela eletricidade consumida. De acordo com os dados
divulgados pelo Eurostat, que dizem respeito ao segundo semestre de 2018, este
tipo de energia registou um aumento de 2,8%. Já no gás, os preços mais altos
(em pp) são praticados na Suécia e Espanha.
Os números do gabinete de estatística de Bruxelas revelam
que, em termos de paridade do poder de compra, foi em Portugal, Alemanha e
Espanha que as famílias fizeram um esforço maior para pagar a eletricidade
consumida. Finlândia, Luxemburgo e Holanda foram, pelo contrário, os países em
que a fatura da luz menos pesou às famílias.
Ainda que Portugal, em paridade
do poder de compra, lidere o ranking, em termos de preço médio da
eletricidade, o país desce para o sexto lugar, ultrapassado pelos preços
praticados na Dinamarca (31,2 euros), Alemanha (30 euros), Bélgica (29,4
euros), Irlanda (25,4 euros) e Espanha (24,8 euros). Os países onde o preço é
mais baixo são, por outro lado, a Bulgária (10,1 euros), Lituânia (11 euros) e
Hungria (11,2 euros). De referir que todos estes valores são relativos a cada
100 kWh de eletricidade.
Entre julho e dezembro do ano
passado, os portugueses pagaram 22,9 euros por cada 100 kWh de
eletricidade, o que representa uma subida de 2,8% relativamente ao período
homólogo. Isto quando, em média, na União Europeia, os preços da eletricidade
rondam os 21,1 euros.
No preço praticado a nível
nacional, mais de metade do valor é constituído por impostos e taxas.
Neste indicador, o comportamento varia significativamente consoante os
Estados-membros. Enquanto na Dinamarca os impostos e taxas representam 64% da
fatura da luz, em Portugal 55% e na Alemanha 54%, em Malta, pelo contrário,
apenas constituem 6% do preço final.
Recorde-se, contudo, que os
preços que têm vindo a ser praticados em Portugal na eletricidade deram força à
discussão dos preços da energia no país e à reivindicação de reduzir o IVA
sobre a eletricidade. A primeira descida da fatura da luz fez-se sentir no
início do ano, altura em que a “eletricidade se reduziu para todos os
consumidores em 3,5%”, disse, na semana passada, o ministro do Ambiente e
da Transição Energética, Matos Fernandes.
Já a redução do IVA, que entra em
vigor em julho, vai abranger “cerca de dois milhões de contratos, o que
significa um terço dos consumidores”, avançou. Em causa está a descida do IVA da luz de 23% para 6% nos
contratos cuja potência contratada seja de 3,45 kVa.
Fatura do gás não pesa tanto no
orçamento familiar como a da luz
No que diz respeito ao gás, em
termos de paridade do poder de compra, foi na Suécia, em Espanha, em Portugal e
em Itália que as faturas que as famílias fizeram um esforço maior para pagar as
faturas. Os consumidores para quem o peso deste encargo foi menor vivem, por
outro lado, no Reino Unido, na Croácia e na Estónia.
Se analisarmos apenas os preços
praticados no gás, Portugal surge na sexta posição, com a Suécia, Itália e
Dinamarca a ocuparem o pódio dos preços mais elevados e a Hungria, Roménia e
Croácia a subirem ao pódio dos preços mais baixos.
Os clientes portugueses pagaram
7,8 euros por por cada 100kWh de gás, na segunda metade de 2018, o que
simbolizou uma descida homóloga de 1,9% da tarifa. De salientar, ainda, que a
média da União Europeia, ronda os 6,7 euros por cada 100kWh de gás.
No caso da fatura do gás em
Portugal, as taxas e os impostos pesaram 25% nos preços cobrados, sendo a carga
fiscal mais pesadas na Dinamarca (54%) e na Holanda (52%).
Joana Nabais Ferreira | ECO
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