ATÉ 25 DE MAIO
O trabalho de artistas de Angola,
Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe estão em destaque, a
partir de hoje, em duas exposições patentes no espaço NOT A MUSEUM, em Lisboa,
no âmbito da ARCOlisboa 2019.
'África Diversidade Comum', com
curadoria de Manuel Dias dos Santos, junta obras de quase trinta artistas de
Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, e
"Fronteiras Invisíveis" é uma exposição individual do artista luso-angolano
Francisco Vidal.
A exposição coletiva pretende,
"acima de tudo, conjugar trabalhos de artistas de gerações
diferentes", explicou o curador da mostra, Manuel Dias dos Santos, em
declarações à agência Lusa, referindo que "África Diversidade Comum"
integra artistas nascidos nas décadas de 1940, 50, 60, 70 e 80.
Entre os artistas há cinco a quem
Manuel Dias dos Santos chama "mestres" - Malangatana, Viteix,
Eleutério Sanches, Kiki Lima e Paulo Kapela -, cujo trabalho "tem
influenciado a grande maioria dos autores que vão estar presentes na
exposição".
Os artistas angolanos estão,
"naturalmente, em maior número, porque são os que têm um número mais
expressivo em termos de presença nas coleções e nas galerias portuguesas".
Além disso, "também são aqueles que, em termos globais, têm estado a
expandir o seu trabalho pelos espaços de arte mais mediáticos, de Abu Dhabi, a
Nova Iorque, a Veneza", afirmou o curador.
Os trabalhos expostos, de acordo
com Manuel Dias dos Santos, "reforçam uma ideia da produção de um
pensamento contemporâneo africano naquilo que eles produzem", e que
"exige uma leitura atenta, que não é uma leitura meramente estética ou
meramente da utilização dos materiais".
A visita à exposição vai
"exigir um olhar que permita perceber como eles [os artistas] todos os
dias trabalham sobre modernidade, sobre as várias variações que a ideia de
tradição sofre por não ser imutável, a forma como se apropriam de conceitos, de
visões, de uma chamada arte contemporânea ocidental, mas que, no fundo, é mais
uma arte contemporânea humana".
"África Diversidade
Comum" inclui pintura, escultura, fotografia e instalação, de artistas
como Abdel Queta Tavares, Cristiano Mangovo, Gonçalo Mabunda, Januário Jano,
Kiluanji Kia henda, Maura Faria, Mumpasi Meso, Nelo Teixeira, Nú Barreto, René
Tavares, Rómulo de Santa Rita e Yonamine.
A mostra coletiva divide-se entre
o segundo e o terceiro pisos do espaço NOT A MUSEUM, cujo primeiro piso será
ocupado pela exposição individual de Francisco Vidal.
"Fronteiras
Invisíveis", de acordo com o texto de apresentação, assinado pela curadora
NAM, "pretende invocar a Utopia, como um médium e uma técnica, que permite
partilhar pensamento e estimular o diálogo, através de composições visuais que
convidam a deambular por flores de algodão pintadas a óleo sobre catanas, ou
desvendar rostos familiares por entre retratos de ilustres (des)conhecidos que,
através de quem são e do que fazem, contribuem para a concretização de uma
'Revolução Industrial Africana', numa 'LUUanda' inspirada na obra seminal de José
Luandino Vieira que, em si, semeia a raiz e os valores de uma 'Utopia Luanda
Machine', em coreografia com 'Kiekelela' (entrega em Kimbundu)".
Francisco Vidal, através do
desenho, escultura e instalação, "debruça-se sobre temas que debatem a
diáspora africana e a sua herança, no presente e no futuro, desenvolvendo
exercícios e estudos, de ética e estética, que servem de bússola para uma
leitura deste espaço de partilha de pensamento contemporâneo africano, que
acontece muito além das suas latitudes geográficas".
As duas exposições foram
inauguradas em 16 de maio à noite, e estarão patentes até 25 de maio.
A ARCOlisboa - Feira
Internacional de Arte Contemporânea de Lisboa abre hoje ao público, com 71
galerias portuguesas e estrangeiras.
Coorganizado pela Feira de Madrid
(IFEMA) e pela Câmara Municipal de Lisboa, o certame apresentará galerias de 17
países na Cordoaria Nacional, com a presença especial de galerias africanas,
assim como uma secção dedicada às publicações de arte contemporânea.
A nova secção especial África em
Foco contará com seis galerias, a Afriart (Kampala, Uganda), Arte de Gema
(Maputo, Moçambique), Jahmek (Luanda, Angola), Momo (Cidade do Cabo, África do
Sul), Movart (Luanda, Angola) e This is not a White Cube (Luanda, Angola).
Notícias ao Minuto | Lusa | Foto:
Facebook / ARCOlisboa | Atualizado por PG
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