O Presidente norte-americano
iniciou na quarta-feira o processo de declarar o Brasil como um aliado militar
estratégico dos EUA fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO),
através de uma notificação ao Congresso.
Trump já havia adiantado que
pretendia conceder essa vantagem ao Brasil durante a visita à Casa Branca, em
março, do seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, e nesta quarta-feira notificou
o Congresso norte-americano da sua intenção, de forma a aprofundar a cooperação
entre os dois países na área da defesa.
"Alerto-vos da minha
intenção de designar o Brasil como aliado militar estratégico fora da
NATO", disse o Presidente, numa carta enviada ao Congresso.
"Farei essa designação como
um sinal de reconhecimento dos recentes compromissos do Governo do Brasil de
aumentar a cooperação de defesa com os Estados Unidos, e consciente do nosso
próprio interesse nacional em aprofundar a nossa cooperação de defesa com o
Brasil", acrescentou Trump na breve mensagem.
De acordo com a lei dos EUA, o
chefe de Estado deve notificar o Congresso pelo menos 30 dias antes de designar
um país como um aliado militar estratégico fora da NATO.
Dessa forma, tecnicamente, Trump
poderá conceder esse estatuto especial ao Brasil a partir de 07 de junho.
O Brasil irá tornar-se assim no
segundo país latino-americano, depois da Argentina, e o décimo oitavo do mundo
a obter o posto de aliado militar estratégico dos Estados Unidos fora da NATO.
Essa denominação abre as portas
para a entrega de artigos de defesa excedentes e à organização de manobras
conjuntas com os Estados Unidos.
Quando recebeu Bolsonaro em
março, Trump falou de uma negociação para a entrada do Brasil na NATO, embora
tenha dito que "teria que conversar com muita gente" para conseguir a
entrada do país sul-americano na Aliança Atlântica.
Na mensagem desta quarta-feira,
Trump mostrou que decidiu, pelo menos por agora, limitar-se a conceder esse
estatuto especial ao Brasil, um país cujo novo líder já confessou sentir
admiração por Donald Trump.
O Presidente dos EUA também
apoiou a campanha do Brasil para se juntar à Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE), considerado o clube dos países ricos, um
processo que pode demorar anos, mas que Bolsonaro pretende agilizar com o apoio
formal dos Estados Unidos.
A embaixada norte-americana no
Brasil divulgou, na quarta-feira, no Twitter, uma nota que confirma que os EUA
apoiam a adesão do Brasil como membro pleno da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE).
"Os EUA apoiam o Brasil a
iniciar o processo de adesão para se tornarem membro pleno da OCDE. Conforme
declaração conjunta de Donald Trump e Jair Bolsoanro, acolhemos do Brasil
reformas económicas, melhores práticas e uma estrutura regulatória conforme os
padrões da OCDE", escreveu a embaixada norte-americana no Brasil, na rede
social Twitter.
Lusa | Notícias ao Minuto
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