Congresso Extraordinário do
partido no poder vai analisar este sábado as eleições autárquicas e o aumento
do comité central para quase 500 membros.
O 7.º Congresso Extraordinário do
MPLA realiza-se este sábado, em Luanda, presidido pelo líder do partido e chefe
de Estado de Angola, João Lourenço, com dois grandes temas em análise: o
processo das primeiras eleições autárquicas do país, que estão previstas para
2020, e o alargamento do comité Central do partido, dos actuais 363 membros
para 497.
Sob o lema “MPLA e os Novos
Desafios”, o encontro vai decorrer no Complexo Turístico do Futungo de Belas,
de acordo com o comunicado do partido enviado às redacções.
Um dos temas fora de agenda que
deverá dominar as conversas será a questão da deputada Tchizé dos Santos, filha
do ex-presidente José Eduardo dos Santos, recentemente
suspendida do seu lugar no Comité Central e alvo de um processo disciplinar por
há meses não comparecer no Parlamento, superando o tempo previsto no estatuto
do deputado. Tchizé dos Santos justificou-se ao PÚBLICO que estava ausente de
Angola por temer pela sua vida e chegou a pedir um processo disciplinar contra
João Lourenço. Declarações
consideradas muito graves pelo porta-voz do partido, Paulo Pombolo.
Será a oportunidade de se
perceber qual a estratégia que o partido – e o Governo – adoptará em relação às
autárquicas. Até agora os dirigentes do MPLA têm defendido que as mesmas se
realizem em apenas alguns municípios, algo que não agrada à oposição que pretende
a sua generalização a todo o país.
Menos de um ano depois da eleição
de João Lourenço como líder do partido com 98,58% dos votos (no 6.º Congresso
Extraordinário que se realizou a 8 de Setembro de 2018, aquele que marcou o
adeus à política do ex-Presidente José Eduardo dos Santos), os 2591 delegados
presentes têm uma agenda menos ambiciosa que inclui alguns “ajustamentos
pontuais aos estatutos do MPLA”.
O congresso viu-se envolvido em
alguma polémica esta semana, quando a Rádio Ecclesia de Angola, emissora
católica, denunciou restrições impostas pelo partido na cobertura dos
trabalhos. Em nota divulgada no seu site, o Departamento de Informação e
Propaganda do Comité Central do MPLA garante “que não é verdade”.
O que haverá são restrições à
presença na sala porque há cerca de 400 jornalistas acreditados para a
cobertura do congresso e porque “nem todos os jornalistas cabem, em simultâneo,
na sala das plenárias”, onde estarão os delegados, haverá um centro de imprensa
com 50 lugares sentados, onde se poderá acompanhar o andamento do congresso num
ecrã, que transmitirá em circuito fechado o que se passa na sala.
António Rodrigues | Público | Na foto: João Lourenço / Manuel de Almeida, Lusa
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