Maduro afirmou anteriormente que
a Colômbia e os EUA estavam conspirando para matá-lo, o que ambos os países
negaram. Um suposto desertor revelou em março que os drones foram comprados nos
EUA e levados para a Colômbia antes do ataque, informa o portal Noticiero
Digital.
Como indica o portal, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, culpou um
importante oposicionista por ter roubado uma grande quantia destinada a matá-lo
em agosto do ano passado, operação que veio a falhar.
"Hoje sabemos como o ataque
para matar foi preparado na Colômbia [e] quem o financiou", afirmou Maduro
em uma cerimônia militar em Caracas na segunda-feira (17).
A operação de assassinato custou "vários milhões de dólares, há
conversas sobre 20 milhões de dólares", disse Maduro. Esse dinheiro,
acrescentou, desapareceu porque foi "apropriado" pelo deputado
oposicionista Julio Borges.
Tentativa de assassinato de
Maduro e o que aconteceu com Borges
No dia 4 de agosto de 2018, dois drones carregados de explosivos explodiram durante um
desfile militar em Caracas, enquanto Maduro discursava no evento. O presidente
escapou ileso, mas a explosão – que ocorreu prematuramente – feriu vários
soldados.
Maduro inicialmente culpou a
Colômbia e os EUA, que congelaram as relações com Venezuela desde liderança de
Hugo Chávez. Tanto Washington como Bogotá rejeitaram as acusações.
Um grupo clandestino pouco
conhecido, chamado Flannel Soldiers, reivindicou a responsabilidade pelo ataque
no dia seguinte, dizendo que os atiradores acertaram os drones, que estavam
supostamente carregados com C-4.
Quatro dias após o ataque, a
Suprema Corte da Venezuela ordenou a prisão de Julio Borges, ex-chefe da
Assembleia Nacional, acusando-o de tentativa de assassinato e traição.
Borges, que vive exilado na
Colômbia, chamou as acusações de "absurdas" e descreveu o incidente
como uma tentativa de Maduro de distrair a população da piora da situação
socioeconômica do país.
A Venezuela solicitou a extradição
de Borges à Colômbia, que, como resposta, concedeu o status de refugiado ao
oposicionista. Em março de 2019, um dos supostos perpetradores se manifestou
sobre a operação.
Desertor dá detalhes sobre
tentativa de assassinato
Um homem sem nome e cujo rosto
não foi mostrado disse à CNN que os drones foram comprados on-line nos EUA e
levados para uma fazenda alugada na Colômbia. O desertor compartilhou vídeos
mostrando como eles montaram os dispositivos e praticaram operação no campo.
Ele também afirmou ter se reunido
com várias autoridades norte-americanas três vezes após o ataque. A reunião foi
organizada para coletar e estudar informações sobre a operação, mas "não
passou disso".
Sputnik | Foto: AP Photo /
Marcelo Garcia
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