O procurador-geral venezuelano,
Tarek William Saab, afirmou que o líder da oposição Juan Guaidó está
diretamente envolvido na má administração da verba destinada aos desertores
venezuelanos na cidade fronteiriça colombiana de Cúcuta.
Na terça-feira (18), a
procuradoria deu início à abertura do processo investigatório sobre os recentes
relatos de corrupção entre os membros do partido político de Guaidó,
encarregado de cuidar dos desertores venezuelanos.
"O ministério iniciou uma
investigação criminal com base em evidências tornadas públicas pela mídia
internacional e pelas autoridades nacionais sobre a corrupção na utilização do
dinheiro alocado para ajudar os venezuelanos na Colômbia", disse Saab em
coletiva de imprensa.
Escândalos de desvio de dinheiro
O esquema se tornou público
depois que hotéis na cidade fronteiriça de Cúcuta começaram a despejar
desertores por contas não pagas que, às vezes, chegavam a US$ 20 mil (R$ 77
mil).
Recentemente, a mídia noticiou
que dois dos representantes do líder da oposição, Rossana Edith Barrera
e Kevin Javier Rojas, haviam desviado dezenas de milhares de dólares alocados
pelas autoridades colombianas e pela Agência da ONU para os Refugiados,
aumentando artificialmente o número de desertores sob seus cuidados e usando a
verba para benefício próprio.
"[Barrera e Rojas] são os
autores materiais e Guaidó é o autor moral […] Suspeitamos esses cidadãos de
lavagem de dinheiro, corrupção e crime organizado", disse o
procurador-geral, citado em um relatório da Europa Press,
adicionando que os dois políticos usaram dinheiro para "despesas pessoais,
álcool e até mesmo prostitutas".
Saab pediu formalmente às
autoridades colombianas que forneçam provas das irregularidades dos
representantes do líder da oposição, a quem ele chamou de "bandidos"
e "elementos indesejáveis".
"As verbas mal utilizadas
por essas pessoas designadas por Guaidó como seus representantes na Colômbia
são retiradas da Venezuela, portanto está em nossa jurisdição investigar",
ressaltou.
Após as denúncias, Guaidó disse
que "não tolerará" a corrupção entre seus partidários e anunciou uma
investigação própria.
A situação crítica na Venezuela
se agravou após a autoproclamação de Juan Guaidó a presidente interino do país
bolivariano em janeiro deste ano, em que exigia a renúncia do atual chefe de
Estado venezuelano, Nicolás Maduro.
O líder da oposição foi acusado
de encenar o golpe de Estado fracassado no dia 30 de abril, após
uma tentativa de reunir os militares contra o governo, mas o Exército
permaneceu leal a Maduro, que é o único presidente, de acordo com a
Constituição do país.
Maduro é reconhecido como líder
da Venezuela pela Rússia, China, Turquia e outros países, enquanto os Estados Unidos e seus aliados reconhecem Guaidó como
presidente da Venezuela.
Sputnik | Foto: REUTERS /
Manaure Quintero
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