O calor extremo domina as
manchetes, mas a meteorologia das oscilações violentas deveria preocupar-nos
mais – O que está a acontecer?
RT
Enquanto partes da Europa entram
numa segunda onda de calor neste Verão e combatem incêndios florestais sob
rufar de tambores de advertências meteorológicas e do alarme das alterações
climáticas, outras partes do mundo observam com inveja enquanto tremem nas suas
roupas de Verão.
A Bélgica, Alemanha e Holanda acabaram de bater um recorde de calor de todos os tempos. O Reino Unido está destinado a fazer o mesmo. A França fez isso no mês passado, mas poderia chegar próximo disso outra vez nesta semana. Portugal acaba de controlar um incêndio florestal e alerta para um risco "muito alto" de mais, tal como a Espanha e a Itália.
A Bélgica, Alemanha e Holanda acabaram de bater um recorde de calor de todos os tempos. O Reino Unido está destinado a fazer o mesmo. A França fez isso no mês passado, mas poderia chegar próximo disso outra vez nesta semana. Portugal acaba de controlar um incêndio florestal e alerta para um risco "muito alto" de mais, tal como a Espanha e a Itália.
Mas no início de Julho, a
Alemanha e a Holanda atingiram uma baixa recorde da temperatura à noite,
inferior a -1° C, e a Suíça estava alguns graus mais fria do que as suas médias
de Verão.
Enquanto isso, durante todo o
tempo, Moscovo está a ficar encharcada de chuva num mês de Julho que se deve
tornar o mais frio em mais de 40 anos. Perguntámos a especialistas em clima e
meteorologia o que está a acontecer.
Não se pode negar que o planeta, em termos gerais, está a aquecer. Este ano verificou-se a Primavera mais quente observada no hemisfério norte. Junho foi o mês mais quente já registado em todo o mundo. Algumas áreas estão a tornar-se mais quentes a um ritmo mais rápido do que outras – incluindo aquelas mais próximas dos pólos, diz Dmitry Kiktyov, director interino da Rosgidromet, o serviço meteorológico da Rússia.
A Rússia também está a aquecer mais rapidamente do que a média global nos últimos 40 anos – 2,5 vezes mais rápido, na verdade. Ela vem ganhando quase meio grau a cada década desde o final dos anos 1970, de acordo com o relatório climático de 2018 da Rosgidromet.
Por que, então, os moscovitas resmungam de má vontade nos seus casacos de Outono durante o mês de Julho – o qual supostamente é o mês mais quente do ano nestas regiões?
Julho de 2019 tem estado constantemente dois graus abaixo da média e será ainda pior na próxima semana, quando se prevê que uma explosão Antárctica conduza os termómetros abaixo dos 15ºC.
O número de extremos climáticos observados e de anomalias aumenta, mas não há necessariamente uma correlação directa com o aquecimento.
"Há dados acerca das décadas passadas, os quais mostram que o número e a força dos extremos meteorológicos estão a aumentar em muitas áreas do globo... o clima, a meteorologia está a ficar mais agitado – embora não por toda a parte", diz Kiktyov.
"Observado" é a palavra-chave aqui, acreditam os peritos.
"Chuvas, chuvas torrenciais, tempestades – havia tudo isso há cem anos atrás também. Por outro lado, as estatísticas mais recentes mostram que o número e a frequência de fenómenos perigosos aumentaram. Se isso é por causa de uma alteração climática, ou porque houve mais monitoramento, não está inteiramente claro", diz Anatoly Tsygankov, vice-chefe do centro de situação da Rosgidromet. " Obviamente, há cem anos atrás, as redes de observação do tempo eram muito diferentes das de agora. Eram menos densas, não havia satélites. Nos dias de hoje, o monitoramento é mais detalhado".
Feito pelo homem ou natural?
É discutível em que medida este aquecimento global é da nossa própria responsabilidade.
"Ninguém realmente sabe a razão. Há duas teorias. As duas teorias mais destacadas são a do efeito estufa e a do deslocamento do eixo da Terra em relação ao Sol. Ambas são viáveis", diz Tsygankov.
A Terra passa por ciclos, aquecendo e arrefecendo ao longo dos séculos. Exemplos incluem o Óptimo Climático Medieval (Medieval Warm Period) seguido pela Pequena Idade do Gelo do final da Idade Média. O que estamos a atravessar agora poderia, essencialmente, ser um outro tipo de mudança, diz Yevgeny Tishkovets, especialista-chefe do centro meteorológico Phobos.
"O principal factor por trás das alterações climáticas na Terra são as mudanças na atividade solar. Como regra, isto acontece a cada 200 anos, com algumas excepções", diz Tishkovets.
Apesar de todos os cenários apocalípticos de pior caso possível surgirem nas manchetes, é quase impossível prever com precisão o clima no longo prazo. Tais projecções são baseadas em modelos climáticos, que existem em abundância, e em órgãos consultivos que escolhem aquelas que preferem usar.
O impacto humano, em particular, tem sido exagerado e amplamente politizado, acredita Tishkovets. Ele mencionou o escândalo do Climategate 2009 como um caso exemplar.
Houve escândalos. Lembram-se dos
emails vazados dos climatologistas britânicos, quando manipularam dados
climáticos? Muitas pessoas estão simplesmente a cumprir uma ordem. "Precisamos superaquecer este assunto, aqui é que está o dinheiro, vamos
em frente".
A manipulação é facilitada pela
grande variedade de modelos de projecção climática e o resultado final dos
mesmos é praticamente impossível de contestar, acredita ele, pois "como é
que se pode verificar uma previsão do tempo para 50 anos?"
Todo Verão vai ser como este de agora?
Apesar de todas as ferramentas à nossa disposição, só podemos realmente confiar numa previsão relativa à próxima semana, ou no máximo de dez dias, concordam os peritos. Qualquer coisa com mais alcance está sujeita a uma miríade de factores mutáveis, os quais podem minar o prognóstico mais preciso ao seu bel-prazer.
"Não é tão directo assim; não há certeza de que o próximo ano venha a ser mais quente do que este. Existem picos e vales. Existem os chamados modos de variabilidade atmosférica a longo prazo, que são como oscilações que podem durar décadas... eles podem compensar-se parcialmente uns aos outros, ou podem aumentar – então temos um Inverno ou Verão extremos", recorda Kiktyov.
Todos nós vemos os gráficos alarmantes com as curvas de temperatura a rastejarem grau a grau nas décadas recentes – mas o monitoramento confiável do tempo e do clima remonta apenas a 140 anos ou pouco mais. Uma partícula mínima de tempo em termos da história planetária – e, no fim, podemos acabar por ter simplesmente de"amassar esses gráficos e jogá-los no lixo", diz Tishkovets.
Todo Verão vai ser como este de agora?
Apesar de todas as ferramentas à nossa disposição, só podemos realmente confiar numa previsão relativa à próxima semana, ou no máximo de dez dias, concordam os peritos. Qualquer coisa com mais alcance está sujeita a uma miríade de factores mutáveis, os quais podem minar o prognóstico mais preciso ao seu bel-prazer.
"Não é tão directo assim; não há certeza de que o próximo ano venha a ser mais quente do que este. Existem picos e vales. Existem os chamados modos de variabilidade atmosférica a longo prazo, que são como oscilações que podem durar décadas... eles podem compensar-se parcialmente uns aos outros, ou podem aumentar – então temos um Inverno ou Verão extremos", recorda Kiktyov.
Todos nós vemos os gráficos alarmantes com as curvas de temperatura a rastejarem grau a grau nas décadas recentes – mas o monitoramento confiável do tempo e do clima remonta apenas a 140 anos ou pouco mais. Uma partícula mínima de tempo em termos da história planetária – e, no fim, podemos acabar por ter simplesmente de"amassar esses gráficos e jogá-los no lixo", diz Tishkovets.
25/Julho/2019
Imagem: Uma onda de calor extremo
atingiu a Europa nesta semana. © A imagem contém dados modificados do Copernicus Sentinel (2019), processados pela ESA, CC BY-SA 3.0 IGO.
Ver também:
Acerca
da impostura global
O original encontra-se em www.rt.com/news/465077-extreme-heat-world-why/
Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/
O original encontra-se em www.rt.com/news/465077-extreme-heat-world-why/
Esta notícia encontra-se em http://resistir.info/
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