"Pela Paz, a Soberania e a
Prosperidade dos Povos: Unidade, Luta, Batalha e Vitória!" – Lema do
XXVº Foro de São Paulo
Martinho Júnior, Luanda
01- Ao processo dialético que a
aristocracia financeira mundial continua a implementar para fazer prevalecer o
seu domínio em função de seu obsessivo egoísmo e sua ânsia de lucro, (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/06/23/la-dialectica-como-arma-geoestrategica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar/)
o sul global procura ainda timidamente capacidades de resposta por que está
longe de acordar para a antropologia, a história e sociologia capazes de servir
de fundamentos para a integração em busca de unidade e luta, capazes de gerar
resistência numa contraposta dialética mobilizadora de todos os oprimidos da
Terra!... (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/07/forum-denuncia-agressoes-sistematicas.html?spref=fb&fbclid=IwAR0XPRaiBLfLWhdHPKQcliMvUR6PsUNcZe_7A4tL-jUVOT-TmCUxRNkEbGY).
A perspectiva da paz global com
as sensibilidades que só o sul pode desencadear sob os pontos de vista
antropológico, sociológico e histórico, fica assim fragilizado quando se está
longe do patamar de consciência sobre os fenómenos globais e quando tanto se
necessita duma trincheira comum consistente, emergente e multilateral para
fazer face aos enormes desafios que o império da hegemonia unipolar impõe em
pleno século XXI. (http://www.correodelorinoco.gob.ve/la-tarea-historica-de-la-izquierda-en-latinoamerica-es-construir-comunidad/).
A Venezuela é um exemplo de luta,
de resistência e de vontade popular para, numa trilha animada de substantiva
lógica com sentido de vida, fazer face às contínuas práticas de conspiração do
império da hegemonia unipolar que lhe fica a norte, precisamente no lado oposto
das costas do Golfo do México e Mar das Caraíbas! (https://br.sputniknews.com/americas/2019072814285261-navio-hospital-dos-eua-se-aproximara-da-venezuela-em-meio-a-temores-de-provavel-invasao/).
Contra a Venezuela Bolivariana
continuam a crescer as ameaças, tornadas mais sensíveis sob o ponto de vista
militar, durante a Reunião do Movimento dos Não Alinhados e do XXV Foro de São
Paulo. (https://br.sputniknews.com/americas/2019072714284573-numero-2-do-chavismo-diz-que-invasao-dos-eua-na-venezuela-e-provavel/).
A Venezuela Bolivariana é essa
resistência participativa aberta aos protagonismos democráticos e populares, (https://www.academia.edu/5343512/TRABAJO_SOBRE_LA_DEMOCRACIA_PARTICIPATIVA_EN_VENEZUELA_Genesis_Ailed_Prado_Aranguren)
mas esse modelo e suas mensagens chega em visões toldadas a muitas das outras
paragens e ao outro lado do Atlântico, apesar de ter tanto a ver com os
desafios que África enfrenta! (https://www.causaoperaria.org.br/a-venezuela-que-a-imprensa-golpista-nao-mostra-parte-i/).
O império a todo o transe desencadeou
além do mais uma intensa guerra psicológica por que para manter as correntes de
domínio, não pode permitir que as mensagens justas passem, sob pena de ter de
enfrentar ainda muito mais resistências das que já vai tendo com o desafio
multilateral! (http://paginaglobal.blogspot.com/2011/05/condutas-dialecticas-uteis-de.html).
África, inesgotável (?) fonte de
matérias-primas obrigatoriamente baratas e de cérebros que o império pretende
sempre absorver e aproveitar, é um dos alvos dessa guerra psicológica do
império e por isso a imagem que invariavelmente chega da Pátria Grande e da
Venezuela Bolivariana, resultam da filtragem dos meios de difusão massiva ao
serviço dos interesses e conveniências dessa agressão constante contra as
nações, os estados e os povos do sul! (http://paginaglobal.blogspot.com/2013/02/a-liberdade-num-vazio.html).
Pelo contraditório, um pequeno
hiato para a África do Sul… (http://noticias.ciudadccs.info/zwelivelile-mandela-venezuela-fue-inspiracion-lucha-apartheid/).
02- O cômputo das mensagens que o
norte produz e dissemina em relação a África, é imensamente superior ao cômputo
das mensagens produzidas pelos próprios africanos sobre si próprios, pelo que
se isso contribui para que assimilação neocolonial seja tão evidente nos expedientes
comunicacionais resultantes da aplicação das novas tecnologias pela mão dos
difusores poderosos, é também o fio da espada que pende sobre a cabeça dos
africanos… (http://paginaglobal.blogspot.pt/2013/07/assim-se-faz-hegemonia.html).
Tudo é feito para lançar a
confusão, a divisão e a exclusão e as mensagens justas que buscam integração,
unidade e coesão, são sistematicamente postas em causa, ou subvertidas ao
passar pela filtragem, ou mesmo excluídas quando houver que esconder!... (https://frenteantiimperialista.org/blog/2018/07/08/la-guerra-psicologica-del-imperio-de-la-hegemonia-unipolar-en-africa/).
Imaginem a catadupa de notícias
falsas forjadas para com a Venezuela e, por causa desse determinismo abissal
que cai sobre África, imaginem as matérias envenenadas que são digeridas por
tantos milhões de africanos como se fossem fiáveis, completas, verídicas ou
objectivas! (http://www.correodelorinoco.gob.ve/foro-de-sao-paulo-pone-en-evidencia-mentiras-de-los-medios-sobre-venezuela/).
As entorpecidas elites africanas
desse modo são presa fácil das capacidades contemporâneas de gerar alienação e
ilusão virtuais, permitindo que a mentalidade formatada a partir do império
impeça que a consciência crítica possa ganhar alguma expressão colectiva mobilizando
as sociedades africanas oprimidas, sobretudo desde quando foram vencidos
colonialismo e “apartheid”. (http://tudoparaminhacuba.wordpress.com/2012/10/05/o-fardo-da-hegemonia/).
África tem muito poucas
organizações presentes no XXV Foro de São Paulo em Caracas e as que lá estão
pouco se fazem sentir, em grande parte também por causa desses artificiosos
fenómenos!
A maior lástima é África estar
desligada dos afrodescendentes cujos antepassados foram levados para as
Américas por via do tráfico de escravos, desligada de seus processos de luta,
desconectada da legitimidade dessa luta… (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/07/jamaica-sem-africa.html).
A prova dessa silenciosa
conspiração desfila contudo sob nossos olhos: apesar da riqueza criativa do
movimento de libertação em África, que de armas na mão enfrentou os processos
dominantes mais perversos que a humanidade sentiu nos últimos duzentos anos,
nem sequer os que seguiram essa saga dão por vezes sinais publicamente de se
manifestar em relação a acontecimentos tão fulcrais para as relações sul-sul
como o Foro de São Paulo, ou até ao menos marcar presença mesmo com o modesto
estatuto de observador… muito menos alguma vez mobilizar as comunidades mais
pobres do continente no sentido da “unidade, luta, batalha e vitória”! (http://paginaglobal.blogspot.pt/2018/02/a-persistencia-da-barbarie.html).
03- Sendo a paz tão frágil por
prolongada anemia de justiça social e por isso mesmo um desafio tão decisivo
para o continente africano, é evidente que essa ainda não digerida, muito menos
resolvida fragilidade, é uma fluência que determina a sorte miserável de
centenas de milhões de seres!
Essa situação prevalece como um
despojo da Conferência de Berlim, um factor decisório que se continua quantas
vezes a fazer sentir dado o artifício colonial das fronteiras.
Um impacto voraz impõe-se de
forma exacerbada às milenarmente atractivas regiões tropicais ricas em água
interior, ao espaço vital do continente, como o Congo e os Grandes Lagos, onde
a desestabilização é um processo contínuo e larvar em função de trágicas
migrações! (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/04/28/africa-da-inercia-a-catastrofe/).
Os povos e as comunidades no
Congo e nos Grandes Lagos continuam a ser um alvo permanente e preferencial: de
tão fragilizados que estão, continuam a embarcar nas vagas de alienação e
ilusão que são despejadas sobre África, que se juntam às terríveis doenças em
constante risco de expansão, que se juntam às tensões, conflitos e guerras
resultantes dos intensos movimentos migratórios de deserdados que abandonam a
desertificação em busca dum pequeno quinhão de espaço vital!... (https://paginaglobal.blogspot.pt/2018/05/rescaldos-dos-fantasmas-do-rei-leopoldo.html).
É por isso que as próprias elites
forjadas nesse cadinho, são pouco mais que entorpecidos instrumentos palúdicos,
incapazes do mais importante: “resolver os problemas do povo”!… (quão
embaraçosas são as palavras e as vocações desencadeadas por Agostinho Neto!)
A disseminação de agrupamentos rebeldes
artificiosos que continuam a amarrar ao subdesenvolvimento e ao obscurantismo o
mais suculento do miolo continental, são a prova dessa ainda não vencida
prática de conspiração que tanto tem a ver com o que é imposto a África:
continuar a preencher sem melhor sorte ou alternativa, todas as vértebras da
cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano entre todos os continentes!
04- O exemplo do sul
latino-americano no sentido de gerar capacidades integradoras vocacionadas para
a paz, a soberania e a prosperidade, continua a não ser visto em África com a
tão necessária sensibilidade, imprescindível por que as elites africanas desde
logo demonstram que estão longe de estarem preocupadas em mobilizar seus povos
e comunidades, ou até para descobrir a sua própria identidade! (https://paginaglobal.blogspot.com/2019/07/a-transversal-de-paz-da-grande-rebeliao.html).
África tarda a descobrir-se a si
própria, pelo que as organizações sociais, ou mesmo organizações sociopolíticas
que dão sequência ao movimento de libertação que operou vitorioso no século XX,
reflectem (e formatam-se) a onda avassaladora das práticas de conspiração do
império da hegemonia unipolar e seu cortejo de vassalagens! (https://paginaglobal.blogspot.com/2018/12/mais-de-cem-anos-volvidos-ainda-o.html?fbclid=IwAR2PVVwbF1DUVX4ZbpwoYx3Gx2ZXRgE4-jOnRPTIe2MtsETrEdJJ_jjO8qE).
Não sendo essa uma paz
substantiva, a paz fica em África à mercê de artifícios que são insuflados
quantas vezes a partir do norte e reproduzem até ao infinito as fragilidades
antropológicas, históricas e sociológicas de África, pelo que a libertação
tende, estando incompleta e prevalecendo o colonialismo mental para um contínuo
processo de subversão, a esvair-se na ultraperiferia dos inertes!
05- A América Latina todavia está
aí, passando das doutrinas libertárias de há 200 anos, experimentadas com o
erguer de suas próprias bandeiras, a conferir à paz a lógica com sentido de
vida de seus povos por via das suas organizações sociopolíticas de vanguarda,
além do mais rompendo os pântanos da inércia! (https://www.prensalatina.com.br/index.php?o=rn&id=24871&SEO=delegacao-cubana-no-foro-de-sao-paulo-rende-tributo-a-bolivar-e-marti).
São os processos antropológicos,
sociológicos e históricos de libertação que continuam a ser determinantes e por
isso são seus próceres que são lembrados e suas ideias levadas à prática desde
a altura crucial em que se venceu o colonialismo, intrincando-se hoje nas
práticas das organizações sociopolíticas de vanguarda que ousam trilhar os
modernos pressupostos democráticos da participação com protagonismo, face a
face à fechada representatividade democrática que tem sido mero artifício,
refém das oligarquias e do império!
800 delegados de 150 partidos e
movimentos estão presentes em Cartacas, capital da paz neste Julho dialético e
precisamente quando o império do norte se multiplica em subversão, ameaças,
bloqueios e sanções de toda a ordem contra a Venezuela Bolivariana! (https://www.causaoperaria.org.br/foro-de-sao-paulo-milhares-participam-de-ato-nas-ruas-de-caracas/).
Que esperar deste XXV Foro na
imediata sequência da Reunião dos Países Não-Alinhados (no mesmo local, Hotel
Alba Caracas), num momento tão rico como este para a batalha de ideias? (https://frenteantiimperialista.org/blog/2019/07/26/no-alineamiento-activo-pilar-imprescindible-de-la-paz-global/).
De entre as várias intervenções,
destaco hoje e em jeito conclusivo, a de Reinaldo Bolivar, publicada no Centro
de Saberes Africanos, Latino-Americanos e Caribenhos:
“Solo el Sur salva al Sur.
Tanto el Foro de Sao Paulo, como
la Reunión Ministerial del Movimiento de los No Alineados son eventos
planificados con varios años de anticipación. Aclaratoria válida para los que
piensan que esto es una ocurrencia repentina de alguien.
Venezuela acogió el Foro de Sao
Paulo en 2012, con la presencia del Presidente Hugo Chávez. Y desde 2016 viene
presidiendo la hoja de ruta organizativa del MNOAL, cuya jefatura entregará en
octubre 2019. Es normativa de este organismo, que antes del traspaso debe
hacerse una reunión de ministerios de relacione exteriores.
El Foro y la NOAL son dos
manifestaciones multilaterales, en lo gubernamental y en lo político de los
pueblos del Sur. Sao Paulo es una expresión socio política que impulsa con
fuerza creativa las conquistas y aspiraciones populares. El MNOAL es una
presión de los países en desarrollo, del Sur, para contener la avaricia de un
norte que cada vez más responde a las directrices del gobierno corporativo de
EEUU. Sao Paulo es la aspiración del Sur a controlar con sus pueblos su
destino, el MNOAL supone, en varios casos –en otro se espera—esa conquista.
Pero el Norte también está
organizado, en especial en lo económico y militar, cuenta con la poderosa
Organización de Cooperación y Desarrollo Económico (OCDE) que agrupa economías
de Europa, América, Asia y Oceanía y que opera mediante el G7. Luego la OTAN,
un suerte de banda armada que usa su poder de fuego para avasallar a todo
resistencia política. No cuenta, por su misma razón excluyente de ser, con
expresiones populares y políticas como el Foro de Sao Paulo o las cumbres de
los pueblos que cuando se hacen, en torno a las reuniones del FMI O Banco
Mundial, son reprimidas con una violencia inusual.
Por supuesto que al MNOAL le
falta la efectividad de los años 70 cuando contuvo el libre comercio y junto al
G77 consiguieron el sistema de preferencias arancelarias y la incumplida ayuda
para el desarrollo (0,7 del PIB de la OCDE). Al Foro de Sao Paulo aún debe
hacer que la creatividad se transforme en poder, y que el poder no lo vaya
jamás a tutelar esa creatividad. Le falta también más Asia y más África, vale
decir más unidad del Sur por el Sur.
En su momento el MNOAL funcionó
en llave con el Grupo de los 77 + China para en el seno de la Conferencia de
Comercio y Desarrollo de la ONU (UNCTAD) contener el libre comercio avalado por
la OCDE a través de la OMC (antes Acuerdo General de Libre Comercio o GATT).
La andada del Norte, que no es
capaz de suplir sus necesidades energéticas y de materia primas, contra el Sur,
ha hecho que este se encuentre concentrado en la defensa de los principios del
derecho internacional, en especial de su soberanía y autodeterminación. El
Norte avasalla para que los gobiernos progresistas del Sur pierdan el rumbo.
Allí es cuando el Foro de Sao Paulo debe ser un ejército pensante, no solo
tanques, sino batallones de pueblos, sabedores y hacedores.
Necesario es que el Sur
organizado gane esta larga guerra y pueda de una vez por toda contralar y
dirigir su destino económico, su desarrollo. Descubrir, mostrar y transferir
los avances grandes o pequeños de cada pueblo y nación del Sur, que los hay más
allá de lo que creemos.
Es imposible avanzar en soledad,
y tampoco en soledad se puede ganar esta larga guerra multisectorial. Solo el
Sur puede salvar al Sur”…(https://www.saberesafricanos.net/noticias/opinion/editor/4803-que-esperar-del-foro-sao-paulo-y-el-mnoal-en-venezuela.html).
Conseguirá África começar ao
menos a vencer sua própria inercia, em grande parte injectada pelo norte e pelo
imperio da hegemonía unipolar?
Martinho Júnior - Luanda, 27 de Julho de 2019
Imagens:
01- Logo do XXV Foro de São
Paulo, em Caracas;
02- O Foro de São Paulo tem tudo
a ver com a Pátria Grande e os relacionamentos sul-sul numa globalização que
opta pelo multilateralismo; por isso há que defender o Presidente Nicolas
Maduro e todos os que por vias de paz procuram defender esses valores que são
parte integrante da ética de que se deve nutrir toda a humanidade;
03- Nieto de Nelson Mandela
rinde homenaje al comandante Hugo Chávez en Cuartel de la Montaña 4F – http://vtv.gob.ve/nieto-nelson-mandela-homenaje-comandante-hugo-chavez/;
04- No Foro, um diálogo
permanente em busca de consensos em prol da coerência, da unidade e da coesão
de que tanto carece o relacionamento sul-sul;
05- Marcha dos participantes do
XXV Foro de São Paulo em Caracas, em estreita solidariedade com a Venezuela
Bolivariana.
Anexo:
Declaración Final del XXV Foro de
São Paulo: Unidad de los pueblos en contra del imperialismo – http://vtv.gob.ve/declaracion-final-xxv-foro-sao-paulo/
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