O mandatário neofascista
aproveitou para acusar ONGs de estarem por trás das queimadas na Amazônia por
terem perdido recursos e estarem querendo atingi-lo.
O presidente neofascista Jair
Bolsonaro disse na quarta-feira (21.8), ao comentar críticas de que estaria
interferindo politicamente em órgãos como a Polícia Federal e a Receita
Federal, que foi eleito presidente para “interferir mesmo” e, caso contrário,
seria um “banana”.
Em discurso em evento sobre o
setor de aço em Brasília, o presidente também disse que se o Acordo de Paris
sobre o clima fosse bom, os Estados Unidos não o teriam abandonado, mas afirmou
que “por enquanto” o Brasil permanecerá no pacto que visa combater as mudanças
climáticas.
– Olha, eu fui presidente para
interferir mesmo, se é isso que eles querem – disse o presidente ao comentar
críticas na imprensa de que estaria interferindo na PF e na Receita.
– Se é para ser um banana, um
poste dentro da Presidência, eu estou fora, pô! – completou o presidente.
Ele disse que apenas sugeriu um
nome para substituir o superintendente da PF no Rio de Janeiro, mas que não viu
problema no fato de o escolhido ter sido outro, e afirmou que, embora a Receita
faça um bom trabalho, tem problemas e esses problemas são resolvidos trocando
pessoas.
O presidente voltou a comentar a
eleição presidencial na Argentina, onde a oposição conquistou uma expressiva
vitória sobre o presidente Mauricio Macri, aliado de Bolsonaro, nas primárias.
Ele disse acreditar que a tendência de vitória da esquerda no país vizinho
possa ser revertida e pediu que os empresários presentes trabalhem por isso.
Bolsonaro afirmou ainda que quer
argentinos no Brasil como turistas, não como refugiados, e disse que se o
opositor Alberto Fernández vencer a disputa presidencial na Argentina, poderá
trabalhar com ele na área econômica, mas afirmou que na seara política
“jamais”.
Acusações a ONGs
O mandatário neofascista também
disse, nesta quarta-feira, que organizações não-governamentais podem estar por
trás das queimadas na Amazônia por terem perdido recursos e estarem querendo
atingi-lo.
Ele não apresentou evidências das
alegações e, indagado se tinha provas do que afirmava, disse que não existem
planos escritos nesses casos.
– O crime existe. Isso temos que
fazer o possível para que não aumente, mas nos tiramos dinheiro de ONGs, 40% ia
para ONGs. Não tem mais. De modo que esse pessoal está sentindo a falta do
dinheiro. Então pode, não estou afirmando, ter ação criminosa desses ongueiros
para chamar atenção contra minha pessoa, contra o governo do Brasil – disse o
presidente em entrevista ao sair do Palácio da Alvorada.
Em seguida, Bolsonaro afirmou que
“tudo indica” que pessoas se preparam para ir à Amazônia filmar e então
“tocaram fogo” na floresta.
Questionado se tinha provas ou
indícios das acusações que fazia, o presidente afirmou que isso “não tem um
plano escrito” e “não é assim que se faz”.
Desde o início deste ano, o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora os focos de
queimadas no país, já detectou mais de 72 mil pontos, especialmente nos Estados
do Mato Grosso, Pará, Rondônia e Amazonas. O número é 83% maior que no mesmo
período de 2018 —um ano atípico por ter sido muito úmido— e o maior dos últimos
sete anos.
PT é alvo de acusações em provas
Na última semana, o presidente
brasileiro acusou os médicos cubanos que estavam no Brasil dentro do programa
Mais Médicos de terem sido enviados, a pedido do PT para criarem “células
terroristas” no país, mas disse que não precisa apresentar provas da sua acusação.
– O PT botou no Brasil cerca de
10 mil fantasiados de médicos aqui dentro, em locais pobres para fazer células
de guerrilhas e doutrinação. Tanto é que quando eu cheguei eles foram embora
porque eu ia pegá-los – acusou Bolsonaro.
O presidente voltou às acusações
contra Cuba e o PT —partido que estava no governo quando o Mais Médicos foi
criado—, ao ser questionado sobre propostas para resolver problemas sociais do
Brasil, depois de reclamar de reportagens que mostravam a situação difícil que
vive a família da primeira-dama, Michele, em uma cidade-satélite de Brasília.
Ao ser perguntado diretamente
sobre provas das acusações que faz aos médicos cubanos, Bolsonaro evitou
responder.
– Precisa ter prova disso daí? Tu
acha que está escrito isso aí em algum lugar? – disse.
Correio do Brasil, com Reuters e
Agências e Notícias – de Brasília
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