segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Macau vai continuar relacionamento estreito com Portugal - candidato a chefe do Executivo


Macau, China, 17 ago 2019 (Lusa) - O único candidato a chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, garantiu hoje que vai continuar a manter relações "muito estreitas" com Portugal, mantendo as políticas definidas pela China.

"A China tem mantido as relações bastante estreitas com Portugal e, portanto, nós também", afirmou o antigo presidente da Assembleia Legislativa (AL), num encontro com jornalistas.

"Macau vai seguir esta tendência e estas políticas para manter as relações muito estreitas com Portugal", sublinhou o candidato, lembrando a visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal e a deslocação do chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, a Pequim.

Para Ho Iat Seng, Macau desenvolve "vários trabalhos no ensino da língua portuguesa", e também pode "fazer mais", no âmbito da iniciativa chinesa de construção de infraestruturas 'Uma Faixa, Uma Rota', na qual "Portugal já participa".

"Macau tem falta de terrenos, mas o Governo atribuiu um grande lote para a construção de um complexo exclusivamente destinado ao desenvolvimento de atividades para promover as relações entre Macau e os países de língua portuguesa", disse o candidato, que em 25 de agosto vai ser eleito por um colégio eleitoral de 400 membros representativos da sociedade local.

Este edifício é bastante importante para servir o relacionamento entre as duas partes, acrescentou.

"O novo Governo vai continuar a dar importância ao relacionamento com Portugal", garantiu.


Sobre o programa político de cinco pontos, apresentado publicamente no passado dia 10, Ho Iat Seng destacou como prioridade a reforma administrativa, a partir da qual é possível desenvolver a economia, melhorar o nível de vida da população, atrair mais talentos e desenvolver a cooperação cultural.

O jogo é "insubstituível na economia de Macau (...) é um facto e uma realidade" do território, afirmou o candidato, para reconhecer que a diversificação económica da região administrativa especial chinesa representa um desafio.

Antes do encontro com a imprensa, Ho Iat Seng, de 62 anos, realizou uma sessão pública com residentes, dominada por questões sobre habitação, transportes, educação e saúde, entre outras.

Além de ser eleito por um colégio eleitoral, o candidato a chefe do executivo é nomeado pelo Governo Central, de acordo com a 'mini Constituição' do território, a Lei Básica, e a lei eleitoral.

Em 05 de julho, Ho Iat Seng renunciou ao mandato de deputado, e automaticamente ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa, para se candidatar a chefe do Governo de Macau.

O atual líder do executivo, Fernando Chui Sai On, cumpriu dois mandatos e não pode recandidatar-se.

O empresário estreou-se como deputado em 2009, ano em que foi eleito para o cargo de vice-presidente da AL. Quatro anos depois, em 2013, Ho Iat Seng foi escolhido para o de presidente daquele órgão. Até abril passado, foi um dos 175 membros do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional chinesa.

O candidato a chefe do Governo é administrador e gerente-geral da Sociedade Industrial Ho Tin S.A.R.L.; presidente do Conselho de Administração da Companhia de Investimento e Desenvolvimento Ho Tin, Limitada; e administrador e gerente-geral da Fábrica de Artigos de Plástico Hip Va.

A transferência de Macau para a República Popular da China, em 1999, decorreu sob o princípio "um país, dois sistemas", tendo sido acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.

EJ (JMC) // CSJ

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