Macau, China, 17 ago 2019 (Lusa)
- O único candidato a chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, garantiu hoje
que vai continuar a manter relações "muito estreitas" com Portugal,
mantendo as políticas definidas pela China.
"A China tem mantido as
relações bastante estreitas com Portugal e, portanto, nós também", afirmou
o antigo presidente da Assembleia Legislativa (AL), num encontro com
jornalistas.
"Macau vai seguir esta
tendência e estas políticas para manter as relações muito estreitas com
Portugal", sublinhou o candidato, lembrando a visita do Presidente chinês,
Xi Jinping, a Portugal e a deslocação do chefe de Estado português, Marcelo
Rebelo de Sousa, a Pequim.
Para Ho Iat Seng, Macau
desenvolve "vários trabalhos no ensino da língua portuguesa", e também
pode "fazer mais", no âmbito da iniciativa chinesa de construção de
infraestruturas 'Uma Faixa, Uma Rota', na qual "Portugal já
participa".
"Macau tem falta de
terrenos, mas o Governo atribuiu um grande lote para a construção de um
complexo exclusivamente destinado ao desenvolvimento de atividades para
promover as relações entre Macau e os países de língua portuguesa", disse
o candidato, que em 25 de agosto vai ser eleito por um colégio eleitoral de 400
membros representativos da sociedade local.
Este edifício é bastante
importante para servir o relacionamento entre as duas partes, acrescentou.
"O novo Governo vai
continuar a dar importância ao relacionamento com Portugal", garantiu.
Sobre o programa político de
cinco pontos, apresentado publicamente no passado dia 10, Ho Iat Seng destacou
como prioridade a reforma administrativa, a partir da qual é possível
desenvolver a economia, melhorar o nível de vida da população, atrair mais
talentos e desenvolver a cooperação cultural.
O jogo é "insubstituível na economia
de Macau (...) é um facto e uma realidade" do território, afirmou o
candidato, para reconhecer que a diversificação económica da região
administrativa especial chinesa representa um desafio.
Antes do encontro com a imprensa,
Ho Iat Seng, de 62 anos, realizou uma sessão pública com residentes, dominada
por questões sobre habitação, transportes, educação e saúde, entre outras.
Além de ser eleito por um colégio
eleitoral, o candidato a chefe do executivo é nomeado pelo Governo Central, de
acordo com a 'mini Constituição' do território, a Lei Básica, e a lei
eleitoral.
Em 05 de julho, Ho Iat Seng
renunciou ao mandato de deputado, e automaticamente ao cargo de presidente da
Assembleia Legislativa, para se candidatar a chefe do Governo de Macau.
O atual líder do executivo,
Fernando Chui Sai On, cumpriu dois mandatos e não pode recandidatar-se.
O empresário estreou-se como
deputado em 2009, ano em que foi eleito para o cargo de vice-presidente da AL.
Quatro anos depois, em 2013, Ho Iat Seng foi escolhido para o de presidente
daquele órgão. Até abril passado, foi um dos 175 membros do Comité Permanente
da Assembleia Popular Nacional chinesa.
O candidato a chefe do Governo é
administrador e gerente-geral da Sociedade Industrial Ho Tin S.A.R.L.;
presidente do Conselho de Administração da Companhia de Investimento e
Desenvolvimento Ho Tin, Limitada; e administrador e gerente-geral da Fábrica de
Artigos de Plástico Hip Va.
A transferência de Macau para a
República Popular da China, em 1999, decorreu sob o princípio "um país,
dois sistemas", tendo sido acordado um período de 50 anos com elevado grau
de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central
chinês responsável pelas relações externas e defesa.
EJ (JMC) // CSJ
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