Homens armados atacaram um
autocarro de passageiros e um camião em Nhamapadza, na província de Sofala.
Ataque ocorreu na quarta-feira. Há dois feridos, segundo avançou esta
quinta-feira (01.08) a agência Lusa.
O local do ataque desta
quarta-feira (31.07) localiza-se a 200 quilómetros do
distrito de Gorongosa, onde o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder
da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição,
Ossufo Momade, assinam esta quinta-feira (01.08) o acordo de
cessação das hostilidades militares.
O secretário-geral da RENAMO
disse à Lusa que peritos militares do partido, Governo e da comunidade
internacional estão a trabalhar para a identificação dos autores do ataque
armado.
"A RENAMO não tem
conhecimento dos autores dessa ação, mas sabe que o Grupo de Verificação de
Cessação das Hostilidades militares está a trabalhar para a identificação dos
autores", declarou André Majibire.
O camião ficou imobilizado na
sequência dos tiros e o autocarro conseguiu seguir viagem, mas foi atingido por
balas, apresentando furos de projéteis nos lados.
O troço onde ocorreu o ataque foi
palco de ataques regulares a veículos durante os confrontos entre as Forças de
Defesa e Segurança e o braço armado da RENAMO, entre 2013 e 2015.
Os veículos alvejados naquela
localidade do distrito de Marínguè seguiam na direção Nhamapadza - Gorongosa.
Um jornalista que vive na Beira, capital da província de Sofala, disse à Lusa
esta quinta-feira que, na sequência do ataque ocorrido em Nhampadza, a
tripulação de um autocarro de passageiros que devia ter viajado para a cidade
de Quelimane, província da Zambézia, também na região centro, adiou a viagem
por medo.
Acordo de paz
O ataque ocorreu algumas horas
após o Presidente moçambicano ter anunciado no Parlamento que vai assinar hoje
o acordo de cessação das hostilidades militares com o líder da RENAMO.
Nas últimas semanas, um grupo de
guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição alertou o
Governo para a continuação da instabilidade militar no país, caso assine o
acordo de cessação das hostilidades militares com Ossufo Momade, exigindo a
renúncia deste do cargo de presidente da Renamo.
O grupo avisou que não vai
aceitar o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração que se
iniciou na segunda-feira, enquanto Momade continuar presidente da RENAMO.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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