Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
A postura do Presidente
brasileiro no que diz respeito à ditadura militar que manchou o Brasil de
sangue entre 1964 e 1985 ultrapassa largamente os limites da decência,
sobretudo quando as vítimas e familiares dessas vítimas têm que ouvir os
desaforos desta inefável criatura.
Entre as muitas asneiras que saem
profusamente da boca do Presidente, destaca-se o revisionismo histórico atirado
para cima de uma das vítimas da ditadura - o filho de um homem que foi
torturado e assassinado. Esse filho é hoje Bastonário da Ordem dos Advogados
brasileiros. A crueldade subjacente à postura e às palavras de Bolsonaro é
inacreditável.
Paralelamente, perante os
documentos que narram o terror da ditadura, Bolsonaro afirma ser
"blablabla". Isto para além de procurar descredibilizar a Comissão da
Verdade cuja missão é precisamente investigar os crimes cometidos pela
ditadura.
O blablabla do Presidente para
além de ser estranha e tristemente pueril, é demonstrativo de uma postura que
não só despreza as vítimas da ditadura como a apoia, como de resto já foi
manifestado pelo próprio, reiteradamente antes de ser Presidente. Percebe-se
claramente que não existe qualquer diferença entre Jair Bolsonaro, deputado
federal até quase à eternidade, e Jair Bolsonaro Presidente do Brasil. O
blablabla do Presidente é o grau zero da decência.
*Ana Alexandre Gonçalves |
Triunfo da Razão
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