sábado, 17 de agosto de 2019

Portugal | Não há acordo, greve dos camionistas MP está para durar


Proposta do sindicato é incomportável e discriminatória, diz a Antram

André Matias de Almeida, porta-voz das empresas de transportes, disse que a Antram espera agora que no plenário que o SNMMP vai realizar no domingo “haja uma sensibilização dos associados [do sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu limite”.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) considerou hoje que a proposta que o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apresentou ao Governo é “incomportável para as empresas” e discriminatória para os associados dos outros sindicatos do setor.

“O aumento que o sindicato quer, além de incomportável, é discriminatório face aos colegas associados da Fectrans e do SIMM [Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias]”, afirmou à agência Lusa o porta-voz da Antram.

André Matias de Almeida disse que a Antram espera agora que no plenário que o SNMMP vai realizar no domingo, em Aveiras de Cima (Lisboa), “haja uma sensibilização dos associados [do sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu limite”.

O porta-voz do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, anunciou hoje de madrugada que a greve se vai manter, porque a Antram rejeitou uma proposta negociada ao longo de 10 horas com o ministro das Infraestruturas.

“Trabalhámos em conjunto com o senhor ministro uma proposta que seria razoável para desbloquear a situação. A Antram rejeitou a proposta e a greve mantém-se”, afirmou à agência Lusa Pedro Pardal Henriques.

André Matias de Almeida adiantou que a Antram apresentou ao Governo a sua proposta depois de o SNMMP ter suspendido os efeitos da greve.

A proposta “é consonante com aquela que foi apresentada e assinada com a Fectrans [Federação os Sindicatos de Transportes e Comunicações] e o SIMM, e essa foi proposta foi recusada pelo SNMMP que apresentou uma contraproposta”, explicou.

“No acordo com o SIMM e a Fectrans, a Antram foi além dos protocolos assinados em 17 de maio, subindo, por exemplo, o valor da cláusula 61.ª, de isenção de horário de trabalho, que tem o valor mínimo de 343 euros, do trabalho noturno, ajudas de custo, subsídio de cargas e descargas, e diuturnidades”, exemplificou.

André Matias de Almeida insistiu que estas matérias já representam “um esforço grande para as empresas”.

O porta-voz da Antram, associação que representa cerca de 2.000 empresas, adiantou que o acordo alcançado em 17 de maio inclui um “subsídio de operações (subsídio de risco para manuseamento de matérias perigosas), para entrar em vigor em 2020, para os trabalhadores de matérias perigosas”.

“A proposta do SNMMP era de aumentar esse subsídio de operações 40% acima do protocolado em maio, no valor de 125 euros”, referiu.

Segundo o responsável da associação patronal, “na prática, os empregadores fizeram o esforço para irem mais além, mas na rubrica que é nova, o SNMMP quer mais 40%”.

André Matias de Almeida esclareceu que a Antram espera que “o sindicato possa perceber que as empresas não conseguem” um maior esforço, pois “vão para o terceiro ano em decrescimento de resultados”.

Acrescentou que ao sexto dia de greve, que começou na segunda-feira por tempo indeterminado, “não há ninguém bem na fotografia e enquanto não se chegar a um entendimento só há vencidos”.

Expresso | Lusa

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