Proposta do sindicato é incomportável e discriminatória, diz a Antram
André Matias de Almeida,
porta-voz das empresas de transportes, disse que a Antram espera agora que no
plenário que o SNMMP vai realizar no domingo “haja uma sensibilização dos
associados [do sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu
limite”.
A Associação Nacional de
Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) considerou hoje
que a proposta que o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas
(SNMMP) apresentou ao Governo é “incomportável para as empresas” e
discriminatória para os associados dos outros sindicatos do setor.
“O aumento que o sindicato quer,
além de incomportável, é discriminatório face aos colegas associados da
Fectrans e do SIMM [Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias]”,
afirmou à agência Lusa o porta-voz da Antram.
André Matias de Almeida disse que
a Antram espera agora que no plenário que o SNMMP vai realizar no domingo, em
Aveiras de Cima (Lisboa), “haja uma sensibilização dos associados [do
sindicato] e que possam compreender que as empresas estão no seu limite”.
O porta-voz do SNMMP, Pedro
Pardal Henriques, anunciou hoje de madrugada que a greve se vai manter, porque
a Antram rejeitou uma proposta negociada ao longo de 10 horas com o ministro
das Infraestruturas.
“Trabalhámos em conjunto com o
senhor ministro uma proposta que seria razoável para desbloquear a situação. A
Antram rejeitou a proposta e a greve mantém-se”, afirmou à agência Lusa Pedro
Pardal Henriques.
André Matias de Almeida adiantou
que a Antram apresentou ao Governo a sua proposta depois de o SNMMP ter
suspendido os efeitos da greve.
A proposta “é consonante com
aquela que foi apresentada e assinada com a Fectrans [Federação os Sindicatos
de Transportes e Comunicações] e o SIMM, e essa foi proposta foi recusada pelo
SNMMP que apresentou uma contraproposta”, explicou.
“No acordo com o SIMM e a
Fectrans, a Antram foi além dos protocolos assinados em 17 de maio, subindo,
por exemplo, o valor da cláusula 61.ª, de isenção de horário de trabalho, que
tem o valor mínimo de 343 euros, do trabalho noturno, ajudas de custo, subsídio
de cargas e descargas, e diuturnidades”, exemplificou.
André Matias de Almeida insistiu
que estas matérias já representam “um esforço grande para as empresas”.
O porta-voz da Antram, associação
que representa cerca de 2.000 empresas, adiantou que o acordo alcançado em 17
de maio inclui um “subsídio de operações (subsídio de risco para manuseamento
de matérias perigosas), para entrar em vigor em 2020, para os trabalhadores de
matérias perigosas”.
“A proposta do SNMMP era de
aumentar esse subsídio de operações 40% acima do protocolado em maio, no valor
de 125 euros”, referiu.
Segundo o responsável da
associação patronal, “na prática, os empregadores fizeram o esforço para irem
mais além, mas na rubrica que é nova, o SNMMP quer mais 40%”.
André Matias de Almeida
esclareceu que a Antram espera que “o sindicato possa perceber que as empresas
não conseguem” um maior esforço, pois “vão para o terceiro ano em decrescimento
de resultados”.
Acrescentou que ao sexto dia de
greve, que começou na segunda-feira por tempo indeterminado, “não há ninguém
bem na fotografia e enquanto não se chegar a um entendimento só há vencidos”.
Expresso | Lusa
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