O Sindicato Nacional do Pessoal
de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) lamentou o que considerou ser a "não
atuação do Governo" face às "ilegalidades" cometidas pela
Ryanair durante a greve que chega hoje ao fim.
Em comunicado, o SNPVAC refere
que, "após cinco dias de greve na Ryanair, tem a lamentar a (não) atuação do
Governo de Portugal perante todas as ilegalidades cometidas pela companhia
aérea irlandesa".
"Orgulhamo-nos da luta que
os nossos associados travaram nestes cinco dias", aponta a nota divulgada
à comunicação social, acrescentando que os tripulantes da companhia de aviação
de baixo custo "demonstraram o que é ser português, ao contrário de um
Governo e de um Presidente que optaram por olhar para o lado".
O sindicato diz não compreender
"a ausência do Presidente da República", Marcelo Rebelo de Sousa,
durante a paralisação, salientando que, "como garante da Constituição e da
democracia, deveria ter tido, no mínimo, uma palavra de apoio aos tripulantes
da Ryanair".
"Nestes cinco dias de greve
nunca o observámos preocupado com a degradação das condições laborais dos
tripulantes da Ryanair ou com as ilegalidades cometidas pela empresa,
preferiu continuar de férias enquanto o país estava a perder soberania",
criticam os sindicalistas.
O SNPVAC aproveita
também para agradecer a atuação da Autoridade para as Condições do
Trabalho, notando que "só não produziu efeitos imediatos porque não têm
meios ou alguém não lhes possibilitou meios para mais".
"Consideramos que é
humilhante para todos os portugueses ver a secretária de Estado do Turismo, Ana
Mendes Godinho, deslocar-se a Dublin, no passado dia 21 de agosto, em
plena greve dos tripulantes da Ryanair, para ir 'vender' destinos do nosso
país ao desbarato a uma empresa que atropela a Constituição da República
Portuguesa", lê-se também no comunicado.
Na nota, o sindicato aproveita
para reiterar que os serviços mínimos decretados pelo Governo condicionaram o
direito à greve dos tripulantes da companhia de aviação e acusa o executivo
liderado pelo socialista António Costa de ter optado por "defender os
interesses económicos de uma empresa privada e estrangeira, em detrimento dos
direitos de trabalhadores portugueses".
O SNPVAC vinca que
"irá continuar a lutar contra as ilegalidades perpetuadas pela Ryanair com
o beneplácito do Governo de Portugal, aquele que deveria defender os
portugueses acima de tudo e de todos".
A greve dos tripulantes,
convocada pelo SNPVAC, teve início na passada quarta-feira e termina hoje.
A paralisação conta com serviços
mínimos decretados pelo Governo, que abrangem não só os Açores e Madeira, mas
também as cidades europeias de Berlim, Colónia, Londres e Paris.
Na base desta greve está, segundo
o SNPVAC, o facto de a Ryanair continuar a "incumprir com
as regras impostas pela legislação portuguesa, nomeadamente no que respeita ao
pagamento dos subsídios de férias e de Natal, ao número de dias de férias e à
integração no quadro de pessoal dos tripulantes de cabine contratados através
das agências Crewlink e Workforce".
Também através de uma nota
publicada na sua página na internet, a empresa informou que todos os voos
que tiveram Portugal como origem ou destino decorreram hoje de manhã como
planeado, com 96% de pontualidade, apesar da greve.
A companhia de aviação salienta
que hoje, até às 10:00, todos os voos iniciais com destino ou que partiram de
Portugal saíram "como planeado e com 96% de pontualidade (devido a alguns
atrasos no controlo de tráfego aéreo)".
A Ryanair salienta
ainda que no sábado, quarto dia de greve, a empresa "completou" os
198 voos programados para ou desde Portugal, dos quais 90% cumpriram o horário,
tendo transportado 36.000 passageiros.
A empresa opera em Portugal em
Lisboa, Porto, Faro e Ponta Delgada.
Notícias ao Minuto | Lusa
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