Foi terra de deportados políticos
e presos de delito comum que, condenados a trabalhos forçados, caíam como
tordos, vítimas de malária, picadas de cobra, difteria e outras maleitas do
equador. Agora é um território francês, encravado entre o Brasil e o Suriname.
Este território, vital para os programas espaciais da França e da União
Europeia, está na origem da guerra de palavras entre os presidentes francês e
brasileiro
A guerrilha verbal entre Jair
Bolsonaro e Emmanuel Macron tem razões políticas, diplomáticas, estratégicas e
territoriais, que escondem uma disputa territorial que vem do tempo da
colonização. O assunto é de tal forma pertinente que o jornal francês “Le Figaro”
o destaca num artigo do escritor Sébastien Lapaque, intitulado “A terceira ‘guerra’ franco-brasileira da história”.
Nesse texto, Lapaque recorda que
a “França e o Brasil nunca serão indiferentes um ao outro. Muitas memórias
comuns unem as nossas duas pátrias, das profundezas míticas do século XVI, para
que as nossas relações sejam estabelecidas um dia sem paixão. História, arquitetura,
literatura, música, futebol: tudo nos une. Este corpo-a-corpo testemunha a mais
importante fronteira terrestre da França, os 730 quilómetros que
separam o Estado do Amapá e a Guiana” francesa.
(Texto parcial)
Manuela Goucha Soares | Expresso
| Foto: Vista da capital da Guiana Francesa, Cayenne | Getty
Sem comentários:
Enviar um comentário