A Capital Economics, que
acompanha a economia de Moçambique, considera que a decisão da Standard &
Poor's de retirar o país do incumprimento financeiro abre a porta ao FMI e
encoraja os investidores.
O analista da Capital Economics,
empresa de análise económica com sede em Londres, Virág Fórizs, disse à agência
Lusa que "a decisão da Standard & Poor's (S&P) de
melhorar o 'rating' de Moçambique [para CCC+], tirando-o do 'default', vai
melhorar o sentimento dos investidores, ajudar o país a ganhar acesso aos
mercados internacionais e pode reabrir a porta para um acordo com o Fundo
Monetário Internacional".
A S&P foi a terceira das
três maiores agências de 'rating' a tirar o país da categoria de default (incumprimento
financeiro), atribuindo à economia do país uma perspetiva de evolução estável.
O analista da Capital
Economics acrescentou que apesar das autoridades quererem deixar para
trás o escândalo das dívida ocultas, "a elevada dívida de Moçambique
continua a ser uma preocupação".
O acordo com os credores dos
títulos de dívida soberana, apontou, "representa apenas 4% do total da
dívida", mas ainda assim, concluiu, "as perspetivas económicas do
país são boas com o desenvolvimento dos investimentos no setor do gás
natural".
Previsões de abrandamento e subida
No documento da agência de
notação financeira S&P prevê-se que o país abrande para os 2,5% este ano e
que o rácio da dívida pública face ao produto interno bruto (PIB) suba para
116,2%.
"O desempenho económico
deste ano foi significativo e negativamente afetado pelos dois ciclones
tropicais, Idai e Kenneth, em março e abril, e em resultado a produção agrícola
e de eletricidade deverá ser fraca durante o ano devido aos estragos causados
nas acolheitas e na infraestruturas, incluindo o porto da Beira, um dos grandes
portos para as exportações de matérias primas", escrevem os analistas.
Deutsche Welle | Agência Lusa, ni
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