Promotoria diz que provas contra
fundador do Wikileaks, atualmente preso no Reino Unido, perderam força após
quase uma década e não são suficientes para um indiciamento.
Promotores suecos decidiram nesta
terça-feira (19/11) encerrar as investigações sobre acusações de estupro contra
o fundador do portal Wikileaks Julian Assange, atualmente preso no Reino Unido.
O ativista de 48 anos também que
luta contra uma possível extradição
para os Estados Unidos, onde é acusado de publicar documentos confidenciais
militares e diplomáticos através do Wikileaks,
A promotora sueca Eva-Marie
Persson disse que as os depoimentos da suposta vítima eram "coerentes,
extensos e detalhados" e que as provas da acusação, no processo iniciado
em 2010, eram confiáveis, mas que após quase uma década, "as evidências foram
enfraquecidas consideravelmente devido ao longo período de tempo que se passou
desde o ocorrido".
"Após conduzir uma extensa
avaliação de tudo que surgiu no curso das investigações preliminares, concluí
que as provas não são fortes suficientes para formar as bases para um
indiciamento", disse a promotora.
O caso já havia sido arquivado
uma vez, em 2017, mas acabou sendo reaberto em maio, depois que Assange foi
preso no Reino Unido. A acusação de estupro era uma de quatro alegações de
ofensas sexuais apresentadas contra Assange. Três supostos crimes de ofensa
sexual prescreveram há quatro anos. Restava apenas a suspeita de estupro.
Assange negou repetidamente
todas as acusações e disse que as relações sexuais foram consensuais.
A decisão da promotoria resolve
um dilema da Justiça britânica, que se dividia entre pedidos pela extradição de
Assange tanto para a Suécia quanto para os EUA. Entretanto, Persson disse que a
decisão de encerrar as investigações ainda pode ser alvo de recurso.
Atualmente, Assange está preso
por violar sua liberdade condicional no Reino Unido, após se refugiar na
embaixada do Equador em Londres durante quase sete anos para evitar a
extradição para a Suécia. Ele foi sentenciado em maio a uma pena de 50
semanas de prisão.
A extradição para os Estados
Unidos será avaliada em uma audiência marcada para fevereiro. O jornalista é
alvo de 18 acusações criminais por parte da Justiça americana, inclusive de
conspirar para invadir computadores do governo e violar a Lei de Espionagem do
país.
Deutsche Welle | RC/ap/rtr
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