Países europeus recusam receber de volta cidadãos que foram lutar pelo "Estado Islâmico" na
Síria. Ministro turco do Interior anuncia medida unilateral, advertindo que seu
país não é "hotel para membros do EI".
O ministro turco do Interior,
Süleyman Soylu, comunicou neste sábado (02/11) que pretende repatriar o mais
rápido possível os membros do "Estado Islâmico" (EI) de origem europeia
capturados na Síria.
A Turquia não é "nenhum
hotel para membros do EI", frisou o chefe de pasta, criticando os Estados
europeus por deixarem Ancara sozinha na questão de como lidar com os presos do
grupo jihadista. Tal seria inaceitável e irresponsável, e países como o Reino
Unido e a Holanda, de onde alguns dos capturados vêm, estariam assim tomando o
caminho mais fácil, disse Soylu, sem revelar de quantos terroristas se trata.
Em outubro, durante uma ofensiva
contra a milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG), no nordeste da
Síria, as Forças Armadas turcas assumiram o controle de uma faixa de 120
quilômetros ao longo da fronteira entre os dois países. Na ocasião, foram
capturados alguns integrantes do EI, escapados da prisão.
As fugas haviam ocorrido quando a
Turquia avançou sobre o território ocupado pelos curdos, em 9 de outubro,
depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirar suas tropas,
apesar dos protestos domésticos e internacionais. A ofensiva foi suspensa após
oito dias, num cessar-fogo negociado pelos americanos. Na última semana, a
Rússia, na qualidade de potência protetora do ditador sírio, Bashar al Assad,
fechou acordo com a Turquia para o controle conjunto das regiões fronteiriças.
Ancara considera as YPG o braço
sírio do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e as combate como
organização terrorista. Diversos países europeus têm se recusado a receber de
volta seus cidadãos que viajaram para Síria a fim de combater pelo EI, e haviam
sido presos pelas Forças Democráticas Sírias (FDS).
Desde a sexta-feira a Organização
das Nações Unidas estuda os planos do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan,
de alojar milhões de refugiados sírios, atualmente residentes na Turquia, nos
territórios ocupados no norte da Síria. O secretário-geral da ONU, António
Guterres, encontrou-se em Istambul com Erdogan para se informar sobre a medida.
Deutsche Welle | AV/rtr,afp,dpa
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