O primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Aristides Gomes, promete demitir-se "imediatamente" do
cargo se candidato Domingos Simões Pereira não vencer a segunda volta das
eleições presidenciais, marcada para dia 29.
"Eu apresentarei
imediatamente a minha demissão depois de os resultados serem proclamados caso o
meu candidato não saia vencedor. Não há lugar para dúvidas", afirmou
Aristides Gomes, este sábado (14.12).
O primeiro-ministro guineense
falava aos jornalistas no aeroporto internacional de Bissau, depois de ter
participado na Turquia na conferência da Organização da Cooperação Islâmica.
A segunda volta das presidenciais
do país vai ser disputada entre Domingos Simões Pereira, candidato do Partido
Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e Umaro Sissoco
Embaló, do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15).
O PAIGC venceu as legislativas de
10 de março sem maioria, mas fez um acordo de incidência parlamentar com vários
partidos, o que lhe permitiu obter a maior no parlamento e formar Governo.
Aristides Gomes foi nomeado
primeiro-ministro, depois de o Presidente cessante ter recusado por duas vezes
para o cargo o nome de Domingos Simões Pereira.
No final de outubro, o
primeiro-ministro guineense denunciou uma tentativa de golpe de estado e o alegado
envolvimento de Umaro Sissoco Embaló, que recusou as acusações.
Eleição "decisiva"
Sobre as eleições de dia 29, cuja
campanha eleitoral está a decorrer, Aristides Gomes disse que são uma
"batalha decisiva da Guiné-Bissau para a sua estabilização e para o seu
arranque para o desenvolvimento".
"Nós temos de eleger um
Presidente que tenha um domínio da fase da mundialização em que nos encontramos
hoje em dia. Há uma dinâmica internacional no plano económico, no plano social
e no plano político extremamente grande e nós temos de ter um Presidente que de
facto possa descodificar essa dinâmica e acompanhar o Governo da Guiné-Bissau
no processo da inserção na economia internacional e na abordagem dos problemas
de desenvolvimento", defendeu o primeiro-ministro.
O chefe do Governo guineense
disse também que apoia o candidato Domingos Simões Pereira por haver uma
"ligação profunda" entre o que tem sido a sua prática política e as
"ideias que o candidato está a defender".
"É uma convicção profunda,
segundo a qual nós temos de eleger um Presidente que possa fazer o
acompanhamento da Guiné-Bissau no processo de inserção na cena internacional
nesta fase da mundialização que é extremamente importante", afirmou.
Deutsche Welle | Agência Lusa
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