domingo, 7 de abril de 2019

Gentrificação: resposta radical em Berlim


Diante da disparada dos alugueis, cresce o movimento para desapropriar 200 mil imóveis e convertê-los em habitação popular. Como esta reviravolta vai se tornando possível? De que forma pode inspirar outras cidade do mundo?

Lucas Hermsmeier, no Le Monde Diplomatique, edição anglófona | em Outras Palavras | Tradução: Felipe Calabrez

No início de março, o maior tabloide da Alemanha, Bild, proclamou: “Um espectro ronda a Alemanha, o espectro da expropriação”.

O jornal, propenso ao sensacionalismo, não estava totalmente errado: nos últimos meses, poucos temas têm sido tão debatidos na Alemanha quanto a questão das apreensões de propriedade. O motivo? Uma iniciativa em Berlim, com o objetivo de confiscar 200 mil casas dos maiores proprietários de imóveis da cidade – e transformá-las em habitação social.

Se tudo correr conforme o planejado, Berlim realizará um referendo no próximo ano. O resultado poderá forçar o governo a realizar essas expropriações históricas. A proposta, denominada “expropriar a Deutsche Wohnen” nomeia especificamente o maior dono de propriedade privada da cidade, o Deutsche Wohnen, mas também tem em mira todos os principais proprietários de imóveis.

A suja história de corrupção de um oligarca americano


F. William Engdahl

Raramente se consegue uma imagem real do interior do mundo corrupto dos oligarcas ocidentais e das manipulações descaradas que utilizam para reforçar as suas fortunas à custa do bem público. O que se segue provém da correspondência do multimilionário de origem húngara, hoje naturalizado norte-americano, o especulador George Soros. O grupo hackerCyberBerkut publicou online cartas alegadamente escritas por Soros que o revelam não apenas como o manipulador das marionetas do regime da Ucrânia apoiado pelos EUA. Revelam também as suas maquinações com o governo dos EUA e funcionários da União Europeia num esquema em que, se tivesse êxito, podia ganhar milhares de milhões na pilhagem dos ativos da Ucrânia. Tudo isso, evidentemente, à custa dos cidadãos ucranianos e dos contribuintes dos EUA.

O que os três documentos pirateados revelam é um grau de manipulação nos bastidores dos mais ínfimos pormenores do regime de Kiev pelo multimilionário de Nova Iorque.

No memorando mais longo, de 15 de março de 2015, marcado como "Confidencial", Soros traça um pormenorizado mapa de ações para o regime da Ucrânia, intitulado "Uma estratégia abrangente a curto e médio prazo para a nova Ucrânia". O memorando de Soros requer passos para "restaurar a capacidade de luta da Ucrânia sem violar o acordo Minsk". Para isso, Soros anota tranquilamente que "o general Wesley Clark, o general polaco Skrzypczak e alguns especialistas sob os auspícios do Conselho Atlântico (sublinhado meu) aconselharão o presidente Poroshenko a repor a capacidade de luta da Ucrânia sem violar o acordo de Minsk". 

Angola | UMA PAZ ÁVIDA DE FUTURO


Martinho Júnior, Luanda 

Aqueles que um dia sonharam com uma Angola independente, com uma Angola libertada, olham com aqueles olhos que, desde a saga da revolução dos escravos no Haiti, perscrutam o futuro e nos interrogam, nos interrogam por dentro de nós mesmos, quando nossa ignorância e as nossas falências os faz remexer desde as telúricas entranhas da Terra, ou desde o abismo do Atlântico, para onde foram atirados tantos e tantos escravos ignotos!...

Que vamos fazer quando esses olhos nos acompanham, seguindo resolutamente nossos passos, nossos actos e estão tão presentes por dentro dos corações ardentes que animam nossas próprias vidas?...


1- Angola em paz, desde o 4 de Abril de 2002, uma paz toda ela por se construir a partir duma ausência de tiros que ficou como uma dádiva e uma oportunidade, tão substantiva quanto os povos de África tanto carecem e merecem!

A paz em Angola, para todos os povos africanos, é já um transbordante exemplo que ninguém pode descartar, por muito inábeis e sofridos que sejam os homens, por muitos traumas que ainda haja que vencer, por muitas dores que um universo desequilibrado, assimétrico e injusto faz recair sobre aqueles que compõem a cauda dos Índices de Desenvolvimento Humano, conforme os relatórios anuais da ONU…

A paz numa ultraperiferia económica, é algo de incontornável que garante a luta que se tem obrigatoriamente de travar para finalmente se vencer o subdesenvolvimento que se arrasta dum passado milenar…

Mesmo com os termos duma terapia neoliberal que as fragilidades humanas dos angolanos não souberam, nem conseguiram evitar, a paz está aí e a presente luta contra a corrupção é um dado novo adquirido, que se espalha entre a folhagem dos fenómenos, quando esses fenómenos, tantas vezes negativos, subversivos, perniciosos, tanto têm de ser combatidos, dialeticamente combatidos a partir de sua própria raiz causal!

Ellen Johnson Sirleaf: "Parem de chamar crise à migração"


A ex-Presidente da Libéria e prémio Nobel da Paz falava, este sábado (06.04), no"Ibrahim Governance Weekend", que decorre na Costa do Marfim, e no qual as migrações africanas estão em destaque.

A Prémio Nobel da Paz e antiga presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, rejeitou, este sábado (06.04), a ideia de "uma crise de migrações" e defendeu uma "aliança entre a Europa e África" para criar "migrações legais e seguras".

"[As migrações] vão continuar a acontecer, por isso temos de aceita-las", disse.

Ellen Johnson Sirleaf falava na sessão inicial do Fórum Mo Ibrahim, que este ano decorre na Costa do Marfim e tem como temas a juventude, o emprego e as migrações africanas. E frisou que "a maior parte dos [africanos] que vão para o estrangeiro fazem-no de maneira legal, levam capitais e melhoram as economias dos países de acolhimento. Recentemente houve muitos movimentos de jovens africanos e isso criou medo em relação a este movimento".

Moçambique | Ciclone Idai: Número de mortos sobe para 602


Aumentou também o número de pessoas afetadas. Estão a necessitar de assistência humanitária, neste momento, mais de 1,5 milhões de pessoas. Entretanto, a cólera fez já cinco mortos na Beira, Dondo e Nhamatanda.

A contagem oficial de mortes provocadas pelo ciclone Idai em Moçambique subiu, este sábado (06.04), para 602, assim como o número de pessoas afetadas que é já superior a 1,5 milhões.

O número de mortes permanecia inalterado desde terça-feira (02.04). Os dados do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) indicam também que o número de feridos mantém-se em 1.641.

Ao nível da assistência humanitária, os números registaram um ligeiro aumento: há, neste momento, 142.327 pessoas em centros de acomodação, 85% das quais na província de Sofala, a mais afetada pelo ciclone.

Moçambique | Com milagres não vamos a lugar nenhum


@Verdade | Editorial

Já se tornou num modus operandi, por parte do Governo moçambicano, estender as mãos na expectativa de receber milagres para resolver os inúmeros problemas que apoquentam o quotidiano da população moçambicana. Essa atitude do Governo da Frelimo é um crime de bradar aos céus.

Todos os anos, o nosso país tem enfrentado situações adversas que urgem medidas por parte do Governo, com vista a aliviar a situação sofrida em que os moçambicanos se encontra. Uma dessas situações é a desgraça deixada pela passagem do ciclone IDAI na região Centro de Moçambique, concretamente as províncias de Sofala, Manica, Zambézia e Tete, onde pelo menos 900 mil pessoas foram afectadas, das quais pouco mais de 100 mil encontram-se abrigados em centros de acomodação.

Reconhece-se a gravidade da situação, assim como o facto de se tratar de um desastre natural e o Governo não tinha como impedir que isso acontecesse. Mas é importante que se diga em abono da verdade que o Executivo moçambicano já devia ter criado um fundo de resposta à emergência, tendo em conta as experiências amargadas das cheias do ano 2000. Certamente, não fosse o pronto apoio internacional, a situação dos moçambicanos afectados pelo ciclone seria bastante lastimável.

Angola | Uma conquista de todos os dias


Jornal de Angola | editorial

Abril entrou, definitivamente, para a História recente de Angola como o "mês da paz", da reconciliação e da tolerância, sendo importante a promoção permanente deste aprendizado por várias razões. Por todas as razões devemos preservar a paz. Embora o período de paz seja definido por vários círculos de inúmeras formas, havendo mesmo quem defenda que a tranquilidade e o sossego vão além do mero calar das armas, a efectivação deste último é um pressuposto importante.

A paz social, que muitos gostariam de ver efectivada como verdadeira antípoda da paz traduzida pelo calar das armas, é um processo contínuo, de todos os dias em qualquer sociedade. Obviamente que dificilmente se espera pelo seu alcance a 100 por cento atendendo à natureza falível do ser humano, mas estaremos perto se formos capazes de materializar grande parte daquilo que é a agenda para o bem-estar. Não se trata de um desiderato completamente fora do nosso alcance numa altura em que importa agora a cultura de valores e procedimentos que viabilizem uma sã convivência entre todos angolanos, independentemente das suas crenças, convicções políticas, filosóficas e outras. 

Qual é o lugar de Isabel dos Santos na nova era das relações Angola - Rússia?


O poder de Isabel dos Santos em Angola deveu-se principalmente ao fato de ser filha do ex-Presidente do país, José Eduardo dos Santos, mas a sua veia russa fez a diferença na esfera dos negócios.

É sabido que o poder de Isabel dos Santos em Angola deveu-se principalmente ao facto de ser filha do ex-Presidente do país, José Eduardo dos Santos. Mas a sua poderosa veia russa foi um extra que fez a diferença no seu poder de influência que não se ficou pela esfera dos negócios.

Há anos que determinados setores entendem que o casamento do ex-Presidente José Eduardo dos Santos com a cidadã russa Tatiana Kukanova, mãe de Isabel dos Santos, foi uma caminho facilitado para a influência russa em Angola. É um exagero afirmar isso?

Conversamos com José Milhazes sobre o assunto e o historiador, especialista nas relações entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e a ex-União Soviética, começou por responder a essa pergunta: "Não, não é porque no caso da dívida angolana à União Soviética a família do ex-Presidente angolano teve um papel muito importante, nomeadamente na forma como foi tratada e na forma como naquela altura desapareceu muito do dinheiro, que fazia parte dessa dívida. Além disso penso que as relações nessa altura não eram de todo transparentes. E neste momento poderá haver possibilidade das relações entre Angola e a Rússia se tornarem mais transparentes, se o Presidente angolano avançar com a sua política de abertura como ele vem tentando demonstrar nos últimos tempos."

Angola | Revés na Unitel: que futuro tem o império empresarial de Isabel dos Santos?


O império empresarial de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, parece ter os dias contados. Os seus principais negócios estão ameaçados pela nova era política em Angola, liderada por João Lourenço.

O império empresarial de Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente angolano, parece ter os dias contados. Analistas ouvidos pela DW África dizem que ela "perdeu o apoio da Sonangol” na UNITEL e as suas outras empresas, como o hipermercado Kandando, podem ir à falência. Além disso, há pouco tempo o Presidente João Lourenço retirou da tutela de Isabel dos Santos a coordenação do Plano Diretor Geral Metropolitano de Luanda e da construção da barragem Caculo Cabaça.

Apesar de ter sido reeleita em março deste ano para o conselho de administração da operadora angolana Unitel, para o período 2019/21, Isabel dos Santos parece não estar a gozar de boa simpatia por parte de outros accionistas da operadora de telefonia móvel, como a brasileira "Oi”.

São Tomé | Juiz impôs prisão preventiva para o ex-ministro das Finanças


Detido no final da tarde de quarta – feira pela Polícia Judiciária, o ex-ministro das Finanças Américo Ramos(na foto), foi ouvido na quinta feira pelo juiz de instrução do Tribunal da Primeira Instância.

Após análise do processo, o Juiz ordenou que o arguido fosse conduzido a cadeia central, em regime de prisão preventiva. A defesa do arguido disse a imprensa que o seu cliente, está a ser acusado por crimes que teria cometido durante o exercício das suas funções como ministro das finanças e da economia azul.

O comunicado do Governo, divulgado logo após a decisão do juiz em mandar Américo Ramos para a Cadeia Central, veio elucidar a opinião pública sobre os motivos da detenção do ex-ministro.

O comunicado diz claramente que foi o executivo quem moveu uma queixa junto a Polícia Judiciária contra o ex-ministro das Finanças e Economia Azul. O Governo explica que a queixa apresentada contra Américo Ramos tem a ver com dois casos de alegada corrupção financeira, nomeadamente o crédito de 30 milhões de dólares contraído em nome do Estado são-tomense junto a empresa “China International Fund” e também o crédito de 17 milhões de dólares que Américo Ramos assinou com o fundo kwaitiano, cujo valor nunca entrou em São Tomé e Príncipe.

São Tomé | Patrice Trovoada constituído arguido no caso dos 30 milhões de dólares


Uma nota do Ministério Público, e assinada pelo Procurador Geral da República Kelve Carvalho, anuncia que o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada é arguido nos autos de Instrução preparatória número 1633. «São arguidos Patrice Emery Trovoada e Américo Ramos relativo ao empréstimo contraído em nome do Estado são-tomense», diz a nota do Procurador Geral da República.

A nota em causa do Procurador Geral da República foi enviada ao Governador do Banco Central no passado dia 29 de Março. O Procurador Geral Kelve Carvalho, solicita ao Banco Central, o envio com carácter de urgência, do « extracto da conta bancária do Banco Central, na Caixa Geral de Depósitos entre os anos de 2015 e 2017».

O acordo de crédito de 30 milhões de dólares, que o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada, mandou o ex-ministro das finanças Américo Ramos assinar com “China International Fund” impõe que o valor fosse depositado na conta número 9520-599713-973 – SWIFT: CGDIPTL da Caixa Geral de Depósitos de Portugal e pertencente ao Banco Central de São Tomé e Príncipe.

A nota do Procurador Geral da República Kelve Carvalho, que anuncia Patrice Trovoada e Américo Ramos como arguidos no caso dos 30 milhões de dólares,  tornou-se viral nas redes sociais.

Abel Veiga | Téla Nón

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