Diante da disparada dos alugueis,
cresce o movimento para desapropriar 200 mil imóveis e convertê-los em
habitação popular. Como esta reviravolta vai se tornando possível? De que forma
pode inspirar outras cidade do mundo?
Lucas Hermsmeier, no Le
Monde Diplomatique, edição anglófona | em Outras Palavras | Tradução: Felipe
Calabrez
No início de março, o maior
tabloide da Alemanha, Bild, proclamou: “Um espectro ronda a Alemanha, o
espectro da expropriação”.
O jornal, propenso ao
sensacionalismo, não estava totalmente errado: nos últimos meses, poucos temas
têm sido tão debatidos na Alemanha quanto a questão das apreensões de
propriedade. O motivo? Uma iniciativa em Berlim, com o objetivo de confiscar
200 mil casas dos maiores proprietários de imóveis da cidade – e transformá-las
em habitação social.
Se tudo correr conforme o
planejado, Berlim realizará um referendo no próximo ano. O resultado poderá
forçar o governo a realizar essas expropriações históricas. A proposta,
denominada “expropriar a Deutsche Wohnen” nomeia especificamente o maior
dono de propriedade privada da cidade, o Deutsche Wohnen, mas também tem
em mira todos os principais proprietários de imóveis.